A Arqueologia Comprova Costumes Bíblicos
A Arqueologia Comprova Costumes Bíblicos
A arqueologia fez muita coisa para explicar os costumes aludidos na Bíblia, mostrando assim a exatidão do registro bíblico. Um caso em pauta é o relato de Gênesis, capítulo 31, onde se menciona que Raquel, esposa de Jacó, “furtou os terafins que pertenciam a seu pai”, Labão.(V. 19) Declara-se o motivo de Labão dar-se ao trabalho de ir no encalço de sua filha e o marido dela durante sete dias. Foi para recuperar os seus “deuses” (Vv. 23, 30) É interessante que uma descoberta arqueológica na antiga cidade mesopotâmica setentrional de Nuzi revelou a existência duma lei patriarcal, segundo a qual a posse dos deuses da família davam ao homem o direito aos bens de raiz do seu falecido sogro. Quando é lembrado que Labão era nativo do noroeste da Mesopotâmia e quão traiçoeiramente ele havia lidado com Jacó, o conhecimento desta lei lança luz sobre o estranho furto de Raquel e sobre os esforços frenéticos de Labão para recuperar os seus “deuses”. O Museu do Louvre, de Paris, exibe diversos de tais “deuses domésticos”, descobertos em diversas cidades da Mesopotâmia. Seu tamanho pequeno (de 10 a 15 centímetros) também ajuda a explicar como Raquel pôde ocultar os terafins sentando-se no cesto da sela em que estavam e negando-se a se levantar, quando Labão fez a busca. — Vv. 34, 35.
Um dos bens mais prezados do Museu do Louvre é um bloco de pedra preta de exatamente 2,25 metros de altura, comumente conhecido por “Código de Hamurábi”. Sob um relevo mostrando o Rei Hamurábi de Babilônia recebendo autoridade do deus-sol Xamaxe, há 282 leis em colunas escritas em letras cuneiformes. Visto que se diz que Hamurábi reinou de 1728 a 1686 A.E.C., alguns críticos da Bíblia afirmaram que Moisés, que registrou as leis de Israel mais de um século e meio depois, apenas plagiou o código deste rei babilônico. Desmentindo esta acusação, W. J. Martin escreveu no livro Documentos dos Tempos do Antigo Testamento (em inglês):
“Apesar das muitas similaridades, não há nenhuma base para se presumir qualquer apropriação direta pelos hebreus dos babilônios. Mesmo nos pontos em que as duas séries de leis diferem pouco na letra, divergem muito no espírito. Por exemplo, no Código de Hamurábi, o furto e a aceitação de produtos furtados eram punidos com a pena capital (Leis 6 a 22), mas nas leis de Israel a punição era a compensação. (Êxo. 22:1; Lev. 6:1-5) Ao passo que a lei mosaica proibia a entrega dum escravo fugitivo ao seu amo (Deut. 23:15, 16), as leis babilônicas puniam com a morte aquele que acolhesse um escravo fugitivo. — Leis 15, 16, 19 .”
No Supplément au Dictionnaire de la Bible, o orientalista francês Joseph Plessis escreveu: “Não parece que o legislador hebreu tenha feito uso dos diversos códigos de Babilônia e Assíria. Nada na sua obra pode ser provado como tendo sido apropriado. Embora haja similaridades interessantes, elas não são tais que não possam ser facilmente explicadas pela codificação de costumes compartilhados por pessoas da mesma origem.”
Ao passo que o Código de Hamurábi reflete o espírito de retaliação, a lei mosaica diz: “Não deves odiar teu irmão no teu coração. . . . Não deves tomar vingança nem ter ressentimento contra os filhos do teu povo; e tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Lev. 19:17, 18) Isto não somente prova que Moisés não se apropriou de nada de Hamurábi, mas a comparação entre as leis bíblicas e as inscritas nas tabuinhas e nas estelas escavadas pelos arqueólogos mostram que as leis bíblicas são muito superiores àquelas que governavam outros povos antigos.