AOS AMADOS QUE ESTÃO EM ROMA (John Gill: Romanos 1:7)

Comentário de John Gill: Romanos 1:7A todos os que estais em Roma,.... Estas palavras contêm a inscrição da epístola, e a habitual saudação do apóstolo, como em todas as suas epístolas; a inscrição dele não é ao imperador romano, nem para o Senado, nem para todos os habitantes de Roma, mas para todos os santos que moravam em Roma, ricos ou pobres, escravos ou livres, homem ou mulher, judeu ou gentio, sem qualquer distinção, sendo todos um em Cristo Jesus; e estes são descritos como...

Amados de Deus,... Não por quaisquer coisas que havia neles, nem por causa de algum amor em si a Deus, nem em virtude da sua obediência e justiça, mas através do favor e a livre e soberana vontade e prazer de Deus, que amou antes de chamá-los, desde a eternidade; e amou-os para a eternidade; o amor dEle é a fonte e a origem de todas as bênçãos da graça, e, entre o restante, do chamado eficaz: daí o caráter é definido antes do seguinte:

Chamados; para serem santos,... Não que nasceram assim, nem tornaram-se assim através de seu próprio poder, mas foram dessa forma chamados pela graça, como fruto do amor eterno; os homens são primeiro amados do Senhor, e em seguida, chamados para serem Seus santos. A saudação seguinte, e as coisas que ele desejava são...

Graças a vós, e paz: A “graça” não significa dons ministeriais, que não são comuns a todos os santos, nem o Evangelho, que já estava em Roma, nem partícipes do amor e da graça de Deus, do qual estas pessoas já desfrutavam, como parece ser pela descrição deles acima, nem o princípio da graça, que foi formado neles em Sua chamada eficaz; mas um aumento de graça, quanto à seus graus, atos e exercício; toda a graça é imperfeita, e este respeito, aqueles que têm muita têm necessidade de mais; existe tal coisa como crescer na graça, que é muito desejável, e pode ser esperado de Deus, que é capaz de fazer toda a graça abundar, e prometeu dar mais: por “paz” se entende, a paz com Deus através de Cristo, da paz em suas próprias consciências, e com uns aos outros, todo tipo de prosperidade interna e externa, e felicidade eterna a seguir. As pessoas de quem estas coisas se originam são...

Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo,... Deus, o Pai de Cristo, é mencionado como nosso Pai, que é assim pela adoção, em parte para engajar temor e reverência para com Ele em Seu trono, e em parte para promover a liberdade e acessibilidade, e uma expectativa de receber todas as bênçãos da graça dEle: “o Senhor Jesus Cristo” é mencionado, como sendo a pessoa através de quem e por quem, todas as bênçãos da graça e a paz são comunicadas a nós; e sendo colocado nesse nível com o Pai nas petições, mostra-O como sendo igual a Ele, e assim tão verdadeira e propriamente Deus. “Graça” pode ser pensado como particularmente desejada do Pai, embora não exclusiva de Cristo, pois Ele é o Deus de toda graça, que guardava a plenitude do mesmo em seu Filho. E “paz” pode ser considerado como desejado a partir de Cristo, embora não exclusivo do Pai, visto que o pacto de paz foi feito com Ele, o castigo que nos traz a paz estava previsto nEle, e Ele tem feito a paz pelo sangue de sua cruz, e é Aquele que a dá para o seu povo.


Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible de Dr. John Gill (1690-1771)