AOS AMADOS QUE ESTÃO EM ROMA (John Gill: Romanos 1:7)

Amados de Deus,... Não por quaisquer coisas que havia neles, nem por causa de algum amor em si a Deus, nem em virtude da sua obediência e justiça, mas através do favor e a livre e soberana vontade e prazer de Deus, que amou antes de chamá-los, desde a eternidade; e amou-os para a eternidade; o amor dEle é a fonte e a origem de todas as bênçãos da graça, e, entre o restante, do chamado eficaz: daí o caráter é definido antes do seguinte:
Chamados; para serem santos,... Não que nasceram assim, nem tornaram-se assim através de seu próprio poder, mas foram dessa forma chamados pela graça, como fruto do amor eterno; os homens são primeiro amados do Senhor, e em seguida, chamados para serem Seus santos. A saudação seguinte, e as coisas que ele desejava são...
Graças a vós, e paz: A “graça” não significa dons ministeriais, que não são comuns a todos os santos, nem o Evangelho, que já estava em Roma, nem partícipes do amor e da graça de Deus, do qual estas pessoas já desfrutavam, como parece ser pela descrição deles acima, nem o princípio da graça, que foi formado neles em Sua chamada eficaz; mas um aumento de graça, quanto à seus graus, atos e exercício; toda a graça é imperfeita, e este respeito, aqueles que têm muita têm necessidade de mais; existe tal coisa como crescer na graça, que é muito desejável, e pode ser esperado de Deus, que é capaz de fazer toda a graça abundar, e prometeu dar mais: por “paz” se entende, a paz com Deus através de Cristo, da paz em suas próprias consciências, e com uns aos outros, todo tipo de prosperidade interna e externa, e felicidade eterna a seguir. As pessoas de quem estas coisas se originam são...
Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo,... Deus, o Pai de Cristo, é mencionado como nosso Pai, que é assim pela adoção, em parte para engajar temor e reverência para com Ele em Seu trono, e em parte para promover a liberdade e acessibilidade, e uma expectativa de receber todas as bênçãos da graça dEle: “o Senhor Jesus Cristo” é mencionado, como sendo a pessoa através de quem e por quem, todas as bênçãos da graça e a paz são comunicadas a nós; e sendo colocado nesse nível com o Pai nas petições, mostra-O como sendo igual a Ele, e assim tão verdadeira e propriamente Deus. “Graça” pode ser pensado como particularmente desejada do Pai, embora não exclusiva de Cristo, pois Ele é o Deus de toda graça, que guardava a plenitude do mesmo em seu Filho. E “paz” pode ser considerado como desejado a partir de Cristo, embora não exclusivo do Pai, visto que o pacto de paz foi feito com Ele, o castigo que nos traz a paz estava previsto nEle, e Ele tem feito a paz pelo sangue de sua cruz, e é Aquele que a dá para o seu povo.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible de Dr. John Gill (1690-1771)