Os Cristãos no Império Romano
Lá no mundo do Império Romano, no primeiro século, sem dúvida, os cristãos beneficiavam-se da Pax Romana, ou Paz Romana, mantida pelas legiões romanas. O governo estável de lei e ordem, as boas estradas e as viagens marítimas relativamente seguras criavam um ambiente favorável à expansão do cristianismo. Os primitivos cristãos evidentemente reconheciam sua dívida para com a sociedade humana e acatavam a injunção de Jesus, de ‘pagar de volta a César as coisas de César’. (Marcos 12:17) Justino, o Mártir, escrevendo ao imperador romano Antonino Pio (138-161 EC), afirmou que os cristãos, “com maior prontidão do que todos os homens”, pagavam os impostos. (First Apology [Primeira Apologia], capítulo 17) Em 197 EC, Tertuliano disse aos governantes romanos que os cobradores de impostos deles tinham “uma dívida de gratidão para com os cristãos” pelo modo consciencioso em que estes pagavam os impostos. (Apologética, capítulo 42) Esta era uma maneira em que seguiam o conselho de Paulo, de que deviam estar sujeitos às autoridades superiores.
Além disso, tanto quanto seus princípios cristãos lhes permitiam, os primitivos cristãos procuravam viver em paz com seus vizinhos. Mas isso não era fácil. O mundo em volta deles, na maior parte, era imoral e profundamente mergulhado na idolatria greco-romana, à qual se acrescentara pouco antes a adoração do imperador. A religião romana, pagã, era essencialmente uma religião estatal, de modo que qualquer recusa de praticá-la podia ser encarada como hostilidade ao Estado. Em que situação deixava isso os cristãos?
O professor E. G. Hardy, de Oxford, escreveu: “Tertuliano enumera muitas coisas que para o cristão consciencioso eram impossíveis, por envolverem idolatria: e.g., o costumeiro juramento nos contratos; a iluminação de portas nas festividades, etc.; todas as cerimônias religiosas pagãs; os jogos e o circo; a profissão do ensino de literatura secular [pagã, clássica]; serviço militar; cargos públicos.” — Christianity and the Roman Government (Cristianismo e o Governo Romano).
Sim, era difícil viver no mundo romano sem trair a fé cristã. O autor católico, francês, A. Hamman escreve: “Era impossível fazer alguma coisa sem topar com uma divindade. A posição do cristão causava-lhe diariamente problemas; ele vivia à margem da sociedade . . . Enfrentava problemas recorrentes no lar, nas ruas, na feira . . . Na rua, quer fosse cidadão romano, quer não, o cristão devia descobrir a cabeça ao passar por um templo ou por uma estátua. Como podia deixar de fazer isso sem criar suspeitas, mas como podia acatar isso sem cometer um ato de submissão? Se tivesse um negócio e precisasse tomar emprestado dinheiro, ele teria de jurar ao prestamista em nome dos deuses. . . . Se aceitasse um cargo público, esperava-se que oferecesse um sacrifício. Se se alistasse no exército, como poderia evitar prestar juramento e participar nos ritos do serviço militar?” — La vie quotidienne des premiers chrétiens (95-197) (A Vida Cotidiana dos Primitivos Cristãos, 95-197 EC).
Além disso, tanto quanto seus princípios cristãos lhes permitiam, os primitivos cristãos procuravam viver em paz com seus vizinhos. Mas isso não era fácil. O mundo em volta deles, na maior parte, era imoral e profundamente mergulhado na idolatria greco-romana, à qual se acrescentara pouco antes a adoração do imperador. A religião romana, pagã, era essencialmente uma religião estatal, de modo que qualquer recusa de praticá-la podia ser encarada como hostilidade ao Estado. Em que situação deixava isso os cristãos?
O professor E. G. Hardy, de Oxford, escreveu: “Tertuliano enumera muitas coisas que para o cristão consciencioso eram impossíveis, por envolverem idolatria: e.g., o costumeiro juramento nos contratos; a iluminação de portas nas festividades, etc.; todas as cerimônias religiosas pagãs; os jogos e o circo; a profissão do ensino de literatura secular [pagã, clássica]; serviço militar; cargos públicos.” — Christianity and the Roman Government (Cristianismo e o Governo Romano).
Sim, era difícil viver no mundo romano sem trair a fé cristã. O autor católico, francês, A. Hamman escreve: “Era impossível fazer alguma coisa sem topar com uma divindade. A posição do cristão causava-lhe diariamente problemas; ele vivia à margem da sociedade . . . Enfrentava problemas recorrentes no lar, nas ruas, na feira . . . Na rua, quer fosse cidadão romano, quer não, o cristão devia descobrir a cabeça ao passar por um templo ou por uma estátua. Como podia deixar de fazer isso sem criar suspeitas, mas como podia acatar isso sem cometer um ato de submissão? Se tivesse um negócio e precisasse tomar emprestado dinheiro, ele teria de jurar ao prestamista em nome dos deuses. . . . Se aceitasse um cargo público, esperava-se que oferecesse um sacrifício. Se se alistasse no exército, como poderia evitar prestar juramento e participar nos ritos do serviço militar?” — La vie quotidienne des premiers chrétiens (95-197) (A Vida Cotidiana dos Primitivos Cristãos, 95-197 EC).