Comentário de John Gill: Filipenses 1:10

Para que sejais sinceros,... Ou “puros”, como a versão Siriaca verte; puro como o sol, discernido e julgado pela luz dele, como significa a palavra que descobre faltas e erros; em qual, alguns pensam, é uma metáfora tirada da vida da águia que segura seu jovem filhote contra o sol, e os que conseguem aguentar a luz do sol ela retém como o seu próprio, mas o que não pode ela rejeita como uma ninhada espúria; ou de pessoas de negócios que colocam suas mercadorias contra o sol, para ver se eles podem observar qualquer falta neles: pode ser dito, assim, se é sincero, ou puro, que são puros no coração, vida, e conduta, cujos princípios e práticas aguentarão o teste da luz; tal que é sincero, que são como mel sem cera, e farinha boa sem levedura que tem nenhuma mistura de corrupção em doutrina, vida, ou modos; de quem a graça é genuína e certa; de quem a fé é sincera; de quem o amor para com Deus e Cristo, e de um ao outro, é sem dissimulação; de quem a esperança está viva, e de uma alma de natureza purificadora, e que é construída em uma fundação boa; e de quem o arrependimento tem efeitos genuínos, e próprios frutos; de quem os princípios não estão misturados; que não corrompem ou adulteram a palavra de Deus, mas desejam e retém o leite sincero dela, e segura o mistério da fé em uma pura consciência; de quem a adoração também é pura e espiritual que adora Deus em espírito e verdade debaixo da influência e pela ajuda do Espírito de Deus, e com os corações inteiros e espíritos, e de acordo com a verdade do Evangelho; que mantêm as ordenações como foram entregues a eles, sem qualquer invenção humana, corrupções, e misturas; que são sinceros nos seus corações, puros e sãos nos corações, de coração simples, claro, e único de olhos; escolhendo ser bons, em lugar de parecer ser assim; que desejam as coisas de Deus, e coisas divinas, e tem afeto por ele, é verdadeiro e real, e procede do fundo dos seus corações; e que têm um boa conduta no mundo pela graça de Deus, em simplicidade e sinceridade religiosa; e assim o apóstolo deseja que estes santos sejam, e acrescenta...
E sem ofensa alguma até ao dia de Cristo;... Para com Deus, como considerado na retidão de Cristo, no qual eles perfeitamente estão sem ofensa, e sempre continuará assim; ou no andar deles e conduta diante de Deus em qual, entretanto, eles podem em muitas coisas ofender, contudo, não serem culpados de qualquer iniquidade notória, e muito menos de viver nisso: e porque eles, para as próprias consciências deles, exercitando uma consciência sem ofensa para com Deus e homens; agindo de acordo com aquela luz que eles receberam, e esses princípios eles abraçaram e professaram; desejando ser mantidos de todo o mal que poderia os ferir; e não fazendo nada em coisas de uma natureza indiferente, com ofensa, ou contra as ordens de consciência, e para a violação disso: e também para outros, para Judeus ou Pagãos, para o mundo, ou para a igreja de Deus, evitando toda coisa que seja ofensiva; não coisas boas, mas ruins, e esses que são indiferentes; aquela paz pode ser preservada, e para o próprio bem deles, e não se pode falar mal deles; para que os filhos de Deus não sejam afligindos, se tornem cambaleantes, e tropecem, nem os pecadores sejam endurecidos, ou tenham qualquer ocasião para blasfemar. A frase denota uma vida inofensiva e conduta, e uma continuação nisto até o fim, para o dia da morte, ou vinda de nosso Senhor que será amado, desejado, e anciado, e sempre ser tido à vista; e que por isso nos empenharemos a uma vida vistosa e conduta, com sinceridade, e sem ofensa, visto que naquele dia serão expostas todos os corações e ações e serão postas em aberto.
Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible de Dr. John Gill (1690-1771)