Estudo das Palavras de Wuest: Romanos 1:5-7

ESTUDO BIBLICO, TEOLOGICO, PALAVRAS GREGAS, CARTA AOS ROMANOSO “nós” refere-se apenas a Paulo, visto que é qualificado pela esfera de seu ministério, para as nações ou gentios. O recebimento da graça por Paulo era na forma de salvação que Deus a ele deu em resposta a sua fé. Como um homem salvo, ele foi designado apóstolo, um embaixador. A ele foi dado o ofício de apóstolo. Quanto a significado das palavras, “por obediência a fé,” não há acordo entre os eruditos. Alguns dizem que isso significa a obediência a Fé, o sistema Cristão de crenças, como em Atos 6:7, onde um grande número de sacerdotes foram obedientes a fé. Outros dizem que a obediência é a obediência que se origina e é produzida pela fé. Robertson vê isso como um objetivo genitivo e o interpreta como significando a obediência que se origina da fé. Vincent a define como “a obediência que caracteriza e procede da fé.” Denney a define como “a obediência que consiste em fé.” Alford traduz, “obediência a fé,” e define a fé, não como o evangelho que é acreditado, mas o estado da salvação no qual a pessoa permanece pela fé. “Para” é eis, uma preposição que frequentemente fala do propósito ou resultado, aqui usado no sentido de “a fim de causar.” “Nações” é is ethnos, aqui, os Gentios. Paulo foi designado apóstolo a fim de que através de seu ministério pudesse haver obediência que provém da fé, ou em obediência a Fé, entre os Gentios. Se nós tomarmos a primeira interpretação como correta, então a comisão de Paulo era fomentar uma obediência geral entre os Gentios que provém da fé, se o útimo, então sua comissão era fomentar uma obediência a Fé Cristã entre os Gentios. A última é a mais específica e definitiva daquele tipo de comissão que Deus daria a Paulo. A ele não seria dado uma comissão em tais termos infinitivo. Enquanto de forma alguma insistindo no último significado, o escritor a sugere como a mais apropriada para o contexto. Alford nota que a construção aqui é como em 2 Coríntios 10:5 onde a A. V. tem “trazendo ao cativeiro todo pensamento a obediência a Cristo”. A palavra “Cristo” é objetivo genitivo. Ela recebe a ação do substantivo da ação, “obediência”. A tradução poderia ler “obediência a Cristo”. “Fé” é objetivo genitivo, e recebe a ação de um substantivo da ação, “obediência”, e nós temos, “a fim de fomentar obediência a fé entre os Gentios.”

“Pelo” é huper, “pela causa de, em benefício de”. As palavras “O Nome” são no Antigo Testamento uma expressão que fala de tudo que Deus é em Seu ser, Sua majestade, glória, poder, santidade, justiça. É usado no sentido de caráter ou reputação. Por exemplo, “aquele homem chamasse honestidade”. Ou seja, ele tem a reputação de ser honesto. Ou seja, seu caráter. Assim, Paulo diz que ele foi designado um apóstolo a fim de fomentar obediência a Fé entre os Gentios em vista de tudo que o Senhor Jesus é em Sua gloriosa Pessoa, ou seja, em honra, ou reconhecimento de tudo que Ele é, e por Sua causa. Era um serviço de amor em reconhecimento de tudo que Jesus é em Si mesmo e pela Sua causa.

Então Paulo habilmente traz os santos romanos nas palavras, “entre os quais (os gentios) estão também vós chamados de Jesus Cristo.” “Chamado”, é kletoi, “os chamados”, aqueles que são chamados, convocados por um chamado eficaz em que alguém chamado é processado em graça soberana disposta a salvação apropriada pela fé no Senhor Jesus. Paulo diz que estes santos romanos eram “os chamados de Jesus Cristo.” Isso poderia ser um genitivo possesivo, que pertencem a Jesus Cristo, como Robertson traduz, “chamados a ser de Jesus Cristo.” Denney diz: “Eles pertenciam a Ele porque ouviram e obedeceram ao evangelho”. No entanto, Alford diz: “a expressão dificilmente pode ser tomado de outro modo do que “chamados por Jesus Cristo””, e cita João 5:25 e 1 Timóteo 1:12. Paulo descreve os destinatários desta carta também como “amados de Deus”. A palavra está no plural, “amados de Deus” e a palavra “Deus” está sem o artigo, “Deus amou-os.” A palavra “amor” é ágape, o amor que foi demonstrado no Calvário. Em seguida, o apóstolo diz deles: “chamados a serem santos.” As palavras “ser” estão em itálico, mostrando que eles não estão no texto grego, e são fornecidos pelos tradutores.O grego tem um adjetivo e um substantivo, ou seja, “chamados santos”, isto é, os santos que foram constituídos os santos pela chamada eficaz de Deus para a salvação. A palavra “chamados” aqui não tem nenhuma ideia de “nomeados santos”. “Santos” é hagios, a forma substantiva de hagizo, “separar para Deus”. Assim, um santo é um pecador que em resposta à sua fé no Senhor Jesus foi separado pelo Espírito Santo de Deus, separado do pecado para a santidade, de Satanás para Deus, do primeiro Adão para o último Adão, para viver uma vida de separação.


É interessante notar que a expressão “santo, santificar, santificação” todos são traduções deste mesma raiz hagi. A ideia raiz é de separação completa. Na sua utilização religiosa contrasta o secular do religioso ou sagrado, o que é profano do que é sagrado.


A palavra “santo” é a designação de Deus para um crente. O nome “cristão” foi cunhado pelo mundo como uma expressão de escárnio. A cidade de Antioquia, na Síria, tinha uma reputação de inventar apelidos. Lucas diz: “Os discípulos foram chamados cristãos, primeiro em Antioquia” (Atos 1:26). A palavra é usada três vezes no Novo Testamento, e cada vez como um termo de reprovação ou escárnio.


Aqui, em Antioquia, o nome Christianos foi inventado para distinguir os adoradores do Cristo da Kaisaranios, os adoradores de César. Era uma expressão de escárnio, arremessado contra os seguidores de Cristo pelos adoradores do Imperador. Agripa usou o termo, quando Paulo estava defendendo a si mesmo e sua mensagem diante do rei. Agripa disse: “Com pouco de persuasão, você iria me fazer uma Christianos.” Pedro em sua primeira carta (4:16), pelo Espírito Santo, apropria-se do título como uma designação correta de um crente, quando ele diz: “Se qualquer homem sofrer como Christianos.” A graça que Paulo ora será deles, que é a graça para a vida diária na forma do ministério do Espírito Santo. A paz é a paz do coração, um estado de tranquilidade cristã.

Tradução: Através de quem nós recebemos graça e apóstolado para que haja obediência a fé entre todos os Gentios pelo Seu Nome, entre os quais sois também dos chamados pertecentes a Jesus Cristo, para todos os que estão em Roma, amados de Deus, chamados (divinamente) santos. Graça a vós e paz de Deus nosso Pai e noso Senhor Jesus Cristo.


Fonte: Wuest's Word Studies, de Kenneth S. Wuest, editado por Wm. B. Eerdmans Publishing Company; primeira edição (Junho de 1980)