Peregrinações em Locais Sagrados

PEREGRINAÇÕES, LOCAIS SAGRADOS, ESTUDO BIBLICO, TEOLOGICOMuitos dos locais de peregrinação têm ligações tradicionais ou lendárias. Considere alguns exemplos:

Loreto, Itália, tornou-se notável local de peregrinação por sua associação com a viagem aérea. A lenda diz que no ano 1295 a casa certa vez habitada por Maria, a mãe de Jesus, voou de Nazaré e então pousou em Loreto. Esta lenda forneceu a base para a proclamação papal que tornou a Madona de Loreto a protetora dos aviadores. Em 1970, no quinquagésimo aniversário dessa proclamação papal, cerca de 50.000 peregrinos afluíram à cidadezinha (de cerca de 9.500 habitantes) para celebrar tal evento.

Untergrombach, Alemanha, obteve proeminência ao se construir uma capela no Monte de Miguel, sobre as ruínas dum templo dedicado ao falso deus, Marte. Ali, numa gruta, segundo a lenda, vivia um dragão que cuspia fogo. Este dragão supostamente causou grandes danos aos campos vizinhos e devorava alguém toda semana. Para proteger-se do dragão, as pessoas votaram construir uma capela em honra de Miguel arcanjo. Logo depois, esta capela no Monte de Miguel se tornou local de peregrinação.

A cidade de Trier, Alemanha, é conhecida pelos católicos devotos em todo o mundo por suas relíquias. A mais famosa destas é inquestionavelmente a “túnica sagrada”. Segundo a tradição da igreja, tal túnica, supostamente usada por Cristo, foi encontrada por Helena, mãe do Imperador Constantino, durante uma peregrinação a Jerusalém. Helena mais tarde a presenteou à igreja de Trier. Durante 1959, segundo a New Catholic Encyclopedia, 1.700.000 peregrinos vieram ver a “túnica sagrada”. O Papa João XXIII manifestou grande interesse nestas peregrinações, mencionando-as em relação com seu anúncio do Concílio Ecumênico. Considerou a túnica sem costura como representando a unidade da Igreja.

A respeito desta veste, a New Catholic Encyclopedia admite:

“A afirmação de Trier de possuir o manto sem costura de Cristo (João 19,23) supostamente tecido pela Virgem Bendita e descoberto por S. Helena, é preferida a cerca de 20 outras de tais afirmações, por causa da importância da cidade em fins da época romana e da primitiva época cristã. . . . Muito embora recentes escavações (1943-54) indiquem a existência de anterior relíquia cristã do Salvador em Trier, a autenticidade da Veste Sagrada não pode ser provada cientificamente. . . . O acerto da veneração, contudo, depende da questão da autenticidade. O culto é justificável devido a se mostrar veneração a Cristo por meio do símbolo.”

Como considera a peregrinação para ver uma relíquia que simplesmente não se pode provar ser autentica? Mesmo se fosse a veste autêntica, realmente seria correto venerá-la? Aprovariam Deus e seu Filho tal veneração? São as peregrinações a certos locais ligados à lenda e à tradição sem provas uma expressão real de fé, da fé aprovada por Deus?



Obs: Essa matéria é parte integrante de um estudo, começando com: Peregrinações - Expressões da Verdadeira Fé?