Antiga “Enciclopédia de Conhecimento Humano”

BIBLIOTECAS, CONHECIMENTO, ESTUDO BIBLICOS, TEOLOGICOS
Imagine-se no país do Oriente Médio conhecido hoje como o Iraque. É o ano 650 AEC. Você está dentro das muralhas muito altas da cidade de Nínive (perto de onde hoje é Mossul). Ali, diante de seus olhos, está o palácio imperial do Rei Assurbanipal — governante da Assíria, do Egito e de Babilônia. Enquanto você está de pé junto aos portais do palácio, observa homens levando pesados jarros de barro em carrinhos para dentro do edifício. Esses homens acabam de voltar das extremidades do reino assírio e procuram reunir todas as obras conhecidas sobre tradições sociais, culturais e religiosas dos habitantes no domínio de Assurbanipal. Quando abre um dos jarros, você nota que estão cheios de tabuinhas de barro, de formato retangular, de uns oito centímetros de largura por dez de comprimento.

Você segue um dos homens para dentro do palácio e vê escribas com estilos (canetas) de osso fazendo impressões em forma de cunha sobre tabuinhas de barro úmido. Eles estão traduzindo documentos escritos em língua estrangeira para o idioma assírio. Depois, as tabuinhas serão cozidas num forno, tornando os registros quase indestrutíveis. Esses registros são guardados em recintos com muitas prateleiras cheias de centenas de jarros. Nos batentes das portas, há placas que indicam em cada setor o assunto dos registros. As mais de 20 mil tabuinhas nessa biblioteca contêm informações sobre transações comerciais, costumes religiosos, lei, história, medicina e fisiologia humana e animal, formando o que um erudito mais tarde descreveu como “enciclopédia de conhecimento humano”.