A Tradição Apocalíptica Judaica

A Tradição Apocalíptica Judaica

Richard Neitzel Holzapfel.


A tradição apocalíptica judaica e sua literatura que floresceu de 165 a.C. a 90 d.C, deve muito à preparação dos profetas do Antigo Testamento e à influência de idéias estrangeiras, especialmente as relacionadas à escatologia do Zoroastrismo do Império Persa. Mas é verdadeiro dizer que ela tomou raízes no tempo da perseguição sob Antíoco IV (Epifânio) e prosperou na atmosfera da opressão, tortura e ameaça de morte que prevalecia na Palestina ao longo de todo o reinado desse monarca. A semente já havia sido lançada, por assim dizer, em passagens tais como Ezequiel 38-39, Zacarias 9-14, certas partes de Joel e Isaías 24-27, que, de forma muito interessante, estão elas próprias embutidas na profecia; mas nos eventos que conduziram à Revolta dos Macabeus, essa semente chegou ao pleno florescimento. O primeiro, e indubitavelmente o maior dos escritos apocalípticos, é o Livro de Daniel, escrito sobre um fundo de perseguição, terror e morte. Desde o início ele deve ter conquistado um lugar de honra entre aqueles para quem foi escrito e deve ter causado uma profunda impressão no povo judeu como um todo; apenas o Livro de Daniel, dentre todos aqueles que se seguiram, conquistou para si um lugar no Cânon hebraico das Escrituras.

Fonte: Between the Testaments: From Malachi to Matthew, de Richard Neitzel Holzapfel.