Livro de Ageu — Mensagem

Mensagem do Livro de Ageu: A tarefa especializada e dada por Deus a Ageu era a de galvanizar o povo em ação, num novo esforço, nessa direção. Os argumentos derivados do passado ou do futuro, eram empregados por ele e focalizados sobre essa tarefa.

Contemporânea e complementar da obra de Ageu era a tarefa de Zacarias. O próprio zelo e entusiasmo de Ageu, pela reconstrução material da casa de Deus, poderia tender a fazer o povo desviar seus pensamentos do Deus da casa e da glória do Messias vindouro. Certamente havia também espaço para a mensagem de Zacarias. Entretanto, estaríamos sendo muito injustos para com Ageu se considerássemos que as coisas materiais eram as únicas que o preocupavam, como alguns afirmam, de que ele estava interessado apenas em "tijolos e massa". O cirurgião que se especializa em doenças dos pés não e indiferente para com o fato que o coração e o sistema circulatório são vitais para a saúde do corpo inteiro e essenciais para o sucesso de seus próprios esforços para tratamento de um membro particular. Semelhantemente, Ageu não se esquecia que a religião vital, em sua inteireza, estava por detrás da obra especial do momento; e, nas revelações que lhe foram concedidas por Deus, havia motivos suficientes para justificá-lo, na companhia de todos os seus colegas profetas, a buscar “qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava”. Ele via o dia de Cristo à distância, e com isso, alegrou-se. Ele via a restauração do templo como um elo na grande cadeia dos acontecimentos orientados por Deus. Ele via em Zorobabel, seu príncipe, uma cadeia viva na corrente humana da semente de Davi, que continuaria sem interrupções até a vinda do Messias (Mt 1.12 e segs.). Ele via a glória de um reino para o qual, um dia, as nações fluiriam, como “as águas cobrem o mar”.

Cf. Título do Livro de Apocalipse
Cf. Teologia do Livro de Apocalipse
Cf. Introdução Geral ao Livro de Apocalipse
Cf. Fundo Histórico do Livro de Apocalipse

O trabalho para o qual Deus chamou ambos os governantes e o povo de Judá, por meio de Ageu, era o reinício de uma tarefa não terminada (ver Ed 4). Os 50.000 exilados, que tinham aproveitado o decreto de Ciro e haviam retornado da Babilônia para sua pátria de origem, tinham iniciado a reconstrução do templo. Essa obra, entretanto, havia sido interrompida, devido, pelo menos ostensivamente, à feroz oposição e amarga oposição da parte do “povo que habitava a terra”, aqueles colonos que se haviam estabelecido ali durante o período do exílio dos judeus, a fim de preencher os vazios de uma população dizimada. O verdadeiro motivo dessa interrupção, entretanto, foi a letargia do povo de Deus. Por cerca de dezesseis anos a casa do Senhor jazia “desolada”, e a melancolia da cena era intensificada pelos sinais da tentativa de reconstrução que abortara. Subitamente àquele povo letárgico, Ageu aparece, como um mensageiro despachado da sede do comandante supremo e dramaticamente apresentou sua mensagem. Incidentalmente, o registro das providências de Deus para com Seu povo revela para nós a chave para a solução do problema de alimentação no mundo. Condensada nas palavras de Cristo, poderíamos ler: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).