Livro de Números — Aplicação

Seja como for, para o Cristão é de suma importância o presente livro.

Tal como o Povo Eleito, o Cristão foi libertado do Egito, ou seja da escravidão e da opressão, e nasceu de novo pelo sacrifício no Calvário, assim como os israelitas foram resgatados pelo poder supremo de Deus na Páscoa, a quando da partida do Egito. Tal como o Povo Eleito, assim o Cristão aguarda o cumprimento das promessas de Deus. Entretanto, não passa de peregrino e estrangeiro através do deserto deste mundo, antes de entrar na Terra Prometida do Paraíso (cfr. 1Pe 2.11; Hb 11.8-16; Hb 12.1).

Quanto ao interesse que o livro pode ter para o nosso estudo, podemos considerar três motivos básicos: primeiramente, dá-nos a conhecer as relações de Deus com Israel num dos períodos mais críticos da sua história e permite-nos sondar a bondade e a misericórdia de Deus durante os longos quarenta anos dessa travessia do deserto; em segundo lugar, dá-nos a possibilidade de compreender muitas das alusões à sua história e às suas leis que aparecem noutros livros da Bíblia; finalmente, é um livro rico de lições espirituais para o Cristão, cuja situação neste mundo corresponde precisamente à dos israelitas no deserto, riqueza essa que se manifesta através duma série de conselhos que orientam a vida cristã em face dos perigos internos e externos que, por vezes, tem de enfrentar.