A Palavra Normativa de Deus

TEOLOGIA, ESTUDOS BIBLICOS, PALAVRA NORMATIVA
A Bíblia é um livro bem humano, escrita por pessoas, que usaram linguagem de gente, não de anjos. Mas ao mesmo tempo ela afirma - e assim a Igreja o confessa - que é a palavra de Deus, a palavra que Deus inspirou. Ela é, como se diz em certa língua indígena, “a fala de Deus no papel”.

A própria Bíblia não explica como se deve entender a inspiração. Na segunda epístola de Pedro se diz que “homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). O termo que foi traduzido por “movidos” pode também ser entendido como “guiados”. Homens foram movidos ou guiados pelo Espírito. O Espírito guiou o quê? Os pensamentos? A escolha das palavras? A mão, ao escrever? A Bíblia não explica. Ela simplesmente diz ser inspirada pelo Espírito Santo (At 1.16; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21).

Como palavra de Deus em linguagem humana, a Bíblia é a única norma de fé e de vida. A locução “única norma” expressa o sola Scriptura (“somente a Escritura”) da Reforma. Como única norma de fé, a Bíblia diz o quê, ou, melhor, em quem se deve crer. Como norma de vida, ela, e só ela, diz que vida é agradável a Deus (2Tm 3.14-17).

João Ferreira A. de Almeida, o pastor protestante que, lá pela. metade do século XVII (1681), traduziu a maior parte da Bíblia para o português, disse o seguinte a respeito dela:

A Escritura Sagrada, por ser a Palavra de Deus divinamente inspirada, tem de Si mesma bastantíssima autoridade, e contém suficientissimamente em Si toda a doutrina necessária para o culto e serviço de Deus e nossa própria salvação, como mui claramente o ensina S. Paulo, nas sua 2 Epistola a Tim. cap. 3 verso 15,16,17 dizendo: Desde a tua meninice sabes as letras sagradas... (ALMEIDA, 1684, pp.37-38)


Fonte: PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA de Vilson Scholz