ERIS [Contendas] — Obras da Carne
ERIS B, Mar.: contendas: ARC, ARA: porfias; BJ, P: rixas; BLH: (as pessoas...) brigam; BV: luta; M: dissençao; CKW: disputas. Outras traduções de outras ocorrências da palavra — ARC: contenda(s) (Rm 1.29; 1 Co 1. 11);P: debates (2 Co 12.20).
Pode-se dizer que echthra e eris têm uma ligação muito grande uma com a outra. Echthra, inimizade, é um estado e atitude da mente para com outras pessoas; e eris, dissençao, é o resultado na vida real desse estado mental.
Eris aparece três vezes em Eclesiástico como uma das coisas que dilaceram a vida. “Uma luta repentina acende o fogo, uma discussão precipitada derrama sangue” (Ecle. 28.11). Furor, inveja, perturbação, agitação, medo da morte, ressentimento, lutas (Ecl. 40.5) são os males da vida humana, bem como a morte, o sangue, a luta e a espada, miséria, fome, tribulação, calamidade (Ecle 40.9).
No grego secular, eris é uma palavra vivida. Em Homero e Hesíodo, Contenda é uma deusa repugnante. Contenda, aquela que chama à batalha as hostes, diz Homero (Híada 20.48); ele coloca juntos a Contenda e o Tumulto e a tétrica Morte (Ilíada 18.535). Hesíodo conta como a mortífera Noite tornou-se mie de Nêmesis para afetar os homens mortais, e, depois, do Engano e da Amizade, da Velhice odiosa e da Contenda de coração endurecido (Hesíodo: Theogonia 225). Para os gregos, Eris, a deusa da Contenda, era uma das forças mais malignas da vida, produtora da violência e da morte.
Eris aparece na ciência grega primitiva como uma das forças fundamentais, essenciais e indestrutíveis do universo. Todas as coisas, disse Heráclito a respeito dos processos naturais da natureza e do mundo, acontecem mediante a luta e a necessidade (Frag. 215). E Aristóteles escreve a respeito dos pontos de vista de Heráclito: “Heráclito repreende o autor daquela linha: ‘Oxalá a contenda fosse destruída de entre os deuses e os homens’, porque não haveria escala musical a não ser que existissem as notas agudas e baixas, nem seres vivos sem a fêmea e o macho, que são opostos entre si” (Aristóteles:Ética e Êudemo 1235 a 25). A ação e a interação entre os opostos é da própria essência da natureza, e, se fosse cessar, e se um só elemento se tornasse irresistivelmente dominante, o universo chegaria ao fim. Empédocles tinha o mesmo conceito do universo. Simplício declara da seguinte maneira seus pontos de vista: “Empédocles considera que os elementos materiais são quatro: o fogo, o ar, a água e a terra, sendo todos eles eternos, mas mutáveis quanto ao volume e à raridade, através da mistura e da separação; mas seus princípios elementares verdadeiros, que trazem para estes elementos o movimento, são: o Amor e a Luta. Os elementos estão continuamente sujeitos a uma mudança alternada, misturados pelo Amor em certo momento, separados pela Luta em outro momento” (Empédocles: Frag. 426; Simplício: Fis. 25, 21). Logo, poder dizer-se que para os pensadores gregos a luta estava embutida na estrutura do universo. E talvez seja por isso que no grego secular, pelo menos nos escritores mais antigos, eris não é totalmente uma palavra má, mas pode descrever o impacto entre uma mente e outra, de onde freqüentemente surge o conhecimento verdadeiro, bem como a rivalidade nas coisas honrosas que contribui para a excelência.
Mas no próprio NT, eris, contenda, é sempre uma coisa má. No pensamento de Paulo, há duas coisas significativas no que diz respeito a eris.
i. Eris é um dos males que caracterizam o mundo pagão (Rm 1.29). O mundo pagão é um mundo dividido; e um mundo de relacionamentos pessoais quebrados e interrompidos, e é somente no cristianismo que pode haver comunhão e união na vida. Ao cristão é proibido viver em orgias e bebedices, em impudicías e dissoluções, em contendas e ciúmes (Rm 13.13). Estas são as coisas que o homem deve deixar para trás quando se torna cristão)
ii. Mas o fato realmente relevante no tocante ao uso que Paulo faz da palavra eris é que quatro das suas seis ocorrências têm conexão com a vida na Igreja. Três delas se acham nas cartas a Corinto (I Co 1.11; 3.3; 2 Co 12.20). É eris que divide a igreja de Corinto em facções e partidos que alegam ser de Cefas, de Apoio, de Paulo e de Cristo. É eris que dividiu a igreja, e que trouxe inimizade onde deveria haver amor. Na carta aos Filipenses, Paulo escreve que aqueles que pregam em concorrência maligna contra sua pessoa, e cuja pregação dirige-se à sua desmoralização mais do que à glorificação de Cristo, estão pregando com eris (Fp 1.15). Aqui estamos chegando perto do significado de eris. Eris invade a igreja e torna-se característica da igreja, quando os líderes e os membros têm em conceito mais alto as pessoas, os partidos, os lemas e as questões pessoais do que o conceito que têm de Jesus Cristo. Aqui está a nossa advertência. Sempre que Jesus Cristo é destituído do lugar central de uma igreja, todos os relacionamentos pessoais desandam. Quando um homem começa a pregar, não para glorificar a Jesus Cristo, mas para exaltar seu próprio conceito pessoal e particular sobre Jesus Cristo, ou seja: quando um homem prega uma teologia em lugar de um evangelho, quando um homem começa a argumentar a fim de demolir seu oponente ao invés de ganhá-lo, então entra a eris.
Nenhum pecado invade a igreja mais comumente do que eris; nenhum pecado destrói mais a fraternidade cristã; mas eris nem sequer consegue penetrar na Igreja, se Cristo for soberano ali.
Pode-se dizer que echthra e eris têm uma ligação muito grande uma com a outra. Echthra, inimizade, é um estado e atitude da mente para com outras pessoas; e eris, dissençao, é o resultado na vida real desse estado mental.
Eris aparece três vezes em Eclesiástico como uma das coisas que dilaceram a vida. “Uma luta repentina acende o fogo, uma discussão precipitada derrama sangue” (Ecle. 28.11). Furor, inveja, perturbação, agitação, medo da morte, ressentimento, lutas (Ecl. 40.5) são os males da vida humana, bem como a morte, o sangue, a luta e a espada, miséria, fome, tribulação, calamidade (Ecle 40.9).
No grego secular, eris é uma palavra vivida. Em Homero e Hesíodo, Contenda é uma deusa repugnante. Contenda, aquela que chama à batalha as hostes, diz Homero (Híada 20.48); ele coloca juntos a Contenda e o Tumulto e a tétrica Morte (Ilíada 18.535). Hesíodo conta como a mortífera Noite tornou-se mie de Nêmesis para afetar os homens mortais, e, depois, do Engano e da Amizade, da Velhice odiosa e da Contenda de coração endurecido (Hesíodo: Theogonia 225). Para os gregos, Eris, a deusa da Contenda, era uma das forças mais malignas da vida, produtora da violência e da morte.
Eris aparece na ciência grega primitiva como uma das forças fundamentais, essenciais e indestrutíveis do universo. Todas as coisas, disse Heráclito a respeito dos processos naturais da natureza e do mundo, acontecem mediante a luta e a necessidade (Frag. 215). E Aristóteles escreve a respeito dos pontos de vista de Heráclito: “Heráclito repreende o autor daquela linha: ‘Oxalá a contenda fosse destruída de entre os deuses e os homens’, porque não haveria escala musical a não ser que existissem as notas agudas e baixas, nem seres vivos sem a fêmea e o macho, que são opostos entre si” (Aristóteles:Ética e Êudemo 1235 a 25). A ação e a interação entre os opostos é da própria essência da natureza, e, se fosse cessar, e se um só elemento se tornasse irresistivelmente dominante, o universo chegaria ao fim. Empédocles tinha o mesmo conceito do universo. Simplício declara da seguinte maneira seus pontos de vista: “Empédocles considera que os elementos materiais são quatro: o fogo, o ar, a água e a terra, sendo todos eles eternos, mas mutáveis quanto ao volume e à raridade, através da mistura e da separação; mas seus princípios elementares verdadeiros, que trazem para estes elementos o movimento, são: o Amor e a Luta. Os elementos estão continuamente sujeitos a uma mudança alternada, misturados pelo Amor em certo momento, separados pela Luta em outro momento” (Empédocles: Frag. 426; Simplício: Fis. 25, 21). Logo, poder dizer-se que para os pensadores gregos a luta estava embutida na estrutura do universo. E talvez seja por isso que no grego secular, pelo menos nos escritores mais antigos, eris não é totalmente uma palavra má, mas pode descrever o impacto entre uma mente e outra, de onde freqüentemente surge o conhecimento verdadeiro, bem como a rivalidade nas coisas honrosas que contribui para a excelência.
Mas no próprio NT, eris, contenda, é sempre uma coisa má. No pensamento de Paulo, há duas coisas significativas no que diz respeito a eris.
i. Eris é um dos males que caracterizam o mundo pagão (Rm 1.29). O mundo pagão é um mundo dividido; e um mundo de relacionamentos pessoais quebrados e interrompidos, e é somente no cristianismo que pode haver comunhão e união na vida. Ao cristão é proibido viver em orgias e bebedices, em impudicías e dissoluções, em contendas e ciúmes (Rm 13.13). Estas são as coisas que o homem deve deixar para trás quando se torna cristão)
ii. Mas o fato realmente relevante no tocante ao uso que Paulo faz da palavra eris é que quatro das suas seis ocorrências têm conexão com a vida na Igreja. Três delas se acham nas cartas a Corinto (I Co 1.11; 3.3; 2 Co 12.20). É eris que divide a igreja de Corinto em facções e partidos que alegam ser de Cefas, de Apoio, de Paulo e de Cristo. É eris que dividiu a igreja, e que trouxe inimizade onde deveria haver amor. Na carta aos Filipenses, Paulo escreve que aqueles que pregam em concorrência maligna contra sua pessoa, e cuja pregação dirige-se à sua desmoralização mais do que à glorificação de Cristo, estão pregando com eris (Fp 1.15). Aqui estamos chegando perto do significado de eris. Eris invade a igreja e torna-se característica da igreja, quando os líderes e os membros têm em conceito mais alto as pessoas, os partidos, os lemas e as questões pessoais do que o conceito que têm de Jesus Cristo. Aqui está a nossa advertência. Sempre que Jesus Cristo é destituído do lugar central de uma igreja, todos os relacionamentos pessoais desandam. Quando um homem começa a pregar, não para glorificar a Jesus Cristo, mas para exaltar seu próprio conceito pessoal e particular sobre Jesus Cristo, ou seja: quando um homem prega uma teologia em lugar de um evangelho, quando um homem começa a argumentar a fim de demolir seu oponente ao invés de ganhá-lo, então entra a eris.
Nenhum pecado invade a igreja mais comumente do que eris; nenhum pecado destrói mais a fraternidade cristã; mas eris nem sequer consegue penetrar na Igreja, se Cristo for soberano ali.