Atos dos Apóstolos — Enfoques Literários Recentes

Atos dos Apóstolos — Enfoques Literários Recentes

Enfoque Literário de Atos dos Apóstolos



Os últimos 20 anos temos testemunhado uma explosão de estudos de aspectos literários da Bíblia. Os estudiosos têm estado particularmente interessados em enquadrar os livros bíblicos em gêneros literários antigos e em empregar técnicas literárias contemporâneas a fim de abrir espaço para novas abordagens e novas compreensões do texto das Escrituras Lucas-Atos tem sido o centro da atenção de muitos desses estudos, embora um número maior tenha-se concentrado no evangelho em vez de em Atos. Charles H. Talbert contudo, examinou, Lucas-Atos minuciosamente como um todo. Ele enfatiza os paralelos que Lucas estabelece entre, de um lado, o evangelho e, de outro, o livro de Atos e entre Atos 1-12 e 13-28. Lucas escolheu e organizou os acontecimentos de uma maneira tal que a história de Jesus faz paralelo com a história da igreja, ao passo que os “atos” de Pedro fazem paralelo com os “atos” de Paulo. Esses padrões dão coesão as duas obras de Lucas e servem para destacar a unidade do drama da história da salvação, que está no âmago de Lucas-Atos. Talbert também sugere que se pode comparar Lucas-Atos à obra Vidas de filósofos eminentes, de Dingenes Laércio. A comparação de Atos com outras obras de literatura antiga não é nova, mas no passado geralmente se fazia a comparação com obras históricas. Em tempos recentes os estudiosos têm enfatizado os aspectos dramáticos ou novelescos do livro de Atos, com suas narrativas de viagem, histórias de milagres e relatos de perigos em alto mar. Richard Pervo interpreta essas características como indicação de que Lucas não estava pretendendo escrever História, mas um romance histórico. [Richard Pervo, Profit with delight; veja também Vernon K. Robbins the pessagens in Acts] Conquanto certamente isso seja ir longe demais, é salutar o lembrete dado por esses estudiosos de que Lucas escreveu Atos de uma tal maneira que o torna uma leitura empolgante.

FONTE: Introduction to the New Testament, de Carson, Segunda Edição