Escolas e Educação na Roma do Século I

Escolas e Educação na Roma do Século I

Escolas e Educação na Roma do Século I

(Fundo Histórico do Novo Testamento)

Até o tempo de Vespasiano, os governadores não tiveram interesse ativo no sustento da educação pública. A educação das crianças na casa da família média em Roma começava com o paidagogos, que vinha a ser um escravo com a responsabilidade de ensinar as primeiras lições à criança e de a levar e trazer de uma escola particular ao lugar onde vivia. Quando chegava o tempo do jovem assumir responsabilidades de adulto, o jovem romano ficava ainda na dependência do seu tutor.

As escolas eram lugares lúgubres em recantos ou salões públicos onde estavam situados os mercados e as lojas. O mestre escola pouco conhecia e pouco praticava a psicologia da educação, limitando-se a ensinar por repetição contínua, acentuada por castigos corporais.

Com raras exceções as salas de aulas eram salões vazios, frios, sem atração, desprovidos de lousas, mapas, decorações e outro mobiliário considerado essencial nas escolas modernas.

O currículo era essencialmente prático. As matérias básicas do programa elementar eram a leitura, a escrita e a aritmética. Em estados mais adiantados estudavam os poetas gregos e latinos e decoravam longas passagens que tinham de declamar dando-lhe expressão adequada. Mais tarde podiam estudar elementos de oratória: como preparar um discurso e como proferi-lo com eloquência. Por vezes, os jovens mais ricos saíam para fora a realizar estudos nas universidades de Atenas, Rodes e Tarso ou Alexandria, ou podiam assistir às preleções dos filósofos itinerantes.

A educação do jovem judeu seguia mais ou menos o mesmo modelo, com a exceção de que o seu programa era mais restrito. Aprendiam a ler e escrever pelo Antigo Testamento. Entre os judeus da Dispersão, as escolas da sinagoga usavam, sem dúvida, tanto o grego como o hebraico. Aprendiam também as tradições dos pais e eram adestrados no ritual do judaísmo. Em alguns casos, era permitida a leitura de livros gentílicos. Se o estudante pretendia ser um erudito ia habitualmente estudar com qualquer notável rabino, exatamente como Paulo foi educado aos pés de Gamaliel, de acôrdo com os métodos restritos da lei dos seus antepassados (At 22:3) .

Não há dados convenientes pelos quais se possam tirar conclusões a respeito do estado de educação em cada canto do império. Parece que cada municipalidade de povo era, dentro dos seus confins, responsável pelo seu próprio programa de educação. No entanto, o predomínio da escrita, mesmo nos lugares mais pobres do Egito, como se vê pelos papiros, mostra que o povo do primeiro século atingia um certo grau de aptidão literária e que a leitura e a escrita eram exercidas até pelas classes mais baixas. É muito provável que as aquisições literárias do primitivo império se possam comparar favoravelmente com os da Idade Média, ou até com algumas partes da Europa no século dezoito da nossa era.