Apóstolo Pedro — Leal Mesmo Quando Corrigido

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Não muito tempo depois desses dias cheios de atividade, Jesus levou seus apóstolos e alguns discípulos para uma longa jornada em direção ao norte. Às vezes, mesmo ali nas águas azuis do mar da Galileia, podia-se ver o pico coberto de neve do monte Hermom no extremo norte da Terra Prometida. Aos poucos, a montanha parecia ficar maior, dominando o cenário, ao passo que o grupo se aproximava, subindo em direção aos povoados próximos de Cesareia de Filipe. Nesse lindo cenário, podendo avistar uma grande parte da Terra Prometida ao sul, Jesus fez aos seus seguidores uma pergunta importante.

“Quem dizem as multidões que eu sou?”, perguntou ele. Podemos imaginar Pedro observando os olhos atentos de Jesus, percebendo novamente a bondade e a grande inteligência de seu Mestre. Jesus estava interessado em saber o que as pessoas haviam concluído do que viram e ouviram. Os discípulos de Jesus responderam à pergunta, repetindo algumas das ideias equivocadas sobre a identidade de Jesus. Mas Jesus queria saber mais. Será que seus seguidores mais achegados também pensavam assim? “Vós, porém, quem dizeis que eu sou?”, perguntou ele. — Lucas 9:18-22.

De novo, Pedro não hesitou em responder. Com palavras claras e sinceras, ele expressou os sentimentos de muitos que estavam ali. “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”, disse ele. Podemos imaginar Jesus dando um sorriso de aprovação e elogiando Pedro calorosamente. Jesus lembrou a Pedro que era Deus — não algum homem — que havia esclarecido essa verdade fundamental aos que têm verdadeira fé. Pedro conseguiu discernir uma das maiores verdades reveladas pelo Senhor — a identidade do Messias, ou Cristo, prometido muito tempo antes! — Mateus 16:16, 17.

Esse Cristo era aquele que uma antiga profecia chamava de pedra que os construtores rejeitariam. (Salmo 118:22; Lucas 20:17) Com profecias como essa em mente, Jesus revelou que estabeleceria uma congregação sobre a própria pedra, ou rocha, que Pedro havia acabado de identificar. Então, ele conferiu a Pedro alguns privilégios muito importantes naquela congregação. Jesus não deu a Pedro a primazia sobre os outros apóstolos, como alguns pensam, mas deu-lhe responsabilidades. Ele lhe deu “as chaves do reino”. (Mateus 16:19) Pedro teria a incumbência de estender a esperança do Reino de Deus a três grupos da humanidade — primeiro aos judeus, depois aos samaritanos e por último aos gentios, ou não-judeus.

No entanto, mais tarde Jesus disse que se esperaria mais daqueles que recebessem muito. A veracidade dessas palavras pode ser vista no caso de Pedro. (Lucas 12:48) Jesus continuou a revelar verdades importantes sobre o Messias, incluindo a certeza de seu iminente sofrimento e morte em Jerusalém. Pedro ficou perturbado ao ouvir essas coisas. Ele chamou Jesus à parte e o censurou, dizendo: “Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não terás absolutamente tal destino.” — Mateus 16:21, 22.

Com certeza, a intenção de Pedro foi boa, por isso a resposta de Jesus deve tê-lo surpreendido. Ele virou as costas para Pedro, olhou para os outros discípulos — que provavelmente pensaram algo parecido — e disse: “Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os de homens.” (Mateus 16:23; Marcos 8:32, 33) As palavras de Jesus contêm conselhos práticos para todos nós. É muito fácil permitir que pensamentos carnais tenham prioridade sobre os pensamentos de Deus. Caso isso aconteça, mesmo quando temos a intenção de ajudar, podemos sem querer servir aos objetivos de Satanás em vez de apoiar o propósito de Deus. Mas como Pedro reagiu?

Sem dúvida, Pedro sabia que Jesus não estava dizendo que ele era Satanás, o Diabo, em sentido literal. Afinal, Jesus não falou com Pedro da mesma maneira que falou com Satanás. Para Satanás, Jesus havia dito: “Vai-te”; para Pedro, ele disse: “Para trás de mim.” (Mateus 4:10) Jesus não rejeitou esse apóstolo em quem ele via muitas boas qualidades, mas simplesmente corrigiu seus pensamentos errados sobre esse assunto. A ideia era clara: Pedro precisava sair da frente de seu Mestre como uma pedra de tropeço; tinha de ficar atrás dele como um seguidor que o apoiava.
Será que Pedro discutiu, ficou furioso ou chateado? Não; ele aceitou humildemente a correção. Assim, de novo ele demonstrou lealdade. Todos os seguidores de Cristo às vezes precisam de correção. Apenas se formos humildes e aceitarmos a disciplina, e aprendermos dela poderemos continuar a nos achegar mais a Jesus Cristo. — Provérbios 4:13.


Esse estudo começa com: Apóstolo Pedro — Leal ao Enfrentar Provações