Evangelho de Marcos — Origem

Origem do Evangelho de Marcos

Origem do Evangelho de Marcos  


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Origem do Evangelho de Marcos: Do autor deste Evangelho sabe-se relativamente pouco. Em nenhum lugar dele se vê o nome do autor e há relativamente poucas passagens que nos forneçam algumas sugestões acerca dos seus interesses e da sua personalidade, para não dizer nada da sua identidade. A tradição identifica-o como João Marcos, membro duma família cristã de Jerusalém, o ajudante e substituto de Paulo, de Barnabé e talvez de Pedro. Desconhece-se a data do seu nascimento, mas era provavelmente dez anos mais nôvo do que os apóstolos, o que dava para ele, na época da crucificação, cerca de vinte anos de idade. Era filho de Maria, pessoa amiga dos apóstolos, mencionada em Atos 12. A reunião de oração a favor da libertação de Pedro realizou-se em sua casa, e é possível que o seu lar fôsse o quartel general dos dirigentes cristãos de Jerusalém. E evidente que a casa dela foi o primeiro lugar que Pedro procurou logo que se sentiu livre (At 12:12), o que pode indicar que ele tinha a certeza de encontrar lá os seus colegas nessa altura. Pode também ter sido nessa casa que estava colocado o “cenáculo” (ou “aposento alto”) onde Jessu e os seus discípulos prepararam a última ceia e onde se realizou a reunião de oração que precedeu o Pentecostes. Se é assim, Marcos estava bem relacionado com os dirigentes do movimento cristão quase desde o seu começo.

A família de Marcos tinha abundância de bens, pois sua mãe era dona de casa e tinha escravos. Hayes aventa que ele era “o filho mimado duma viúva rica” (1).

Seu primo Barnabé era indubitavelmente um homem de alguns bens, porque vendeu um campo e trouxe o dinheiro e depositou-o aos pés dos apóstolos (At 4:37). Eram provavelmente de Chipre. Fosse como fosse, Barnabé veio de lá (At 4:36). Parece que Marcos foi educado num ambiente de piedade e cultura associados.

Cf. Livro de Ezequiel
Cf. O Significado da Inspiração Divina
Cf. Origens do Evangelho de Mateus
Cf. Inspiração do Novo Testamento

Foi levado ao ministério por seu primo Barnabé, depois da visita a Jerusalém com Paulo, descrita em At 11:30, voltou a Antioquia levando consigo Marcos (At 12:25). Quando Barnabé e Paulo foram na primeira viagem missionária, Marcos acompanhou-os como ajudante ou substituto (At 13:5). Marcos esteve com eles durante o seu trabalho em Chipre, mas quando partiram de Chipre para o continente asiático, deixou-os e voltou a Jerusalém (At 13:13). Não se nos diz o motivo desta defecção, mas de duas uma, ao que parece: ou não sentiu a chamada para aquele trabalho ou então teria sido vítima de qualquer reação emocional. Talvez não gostasse de Paulo; talvez não estivesse interessado no trabalho missionário entre os gentios. O que sabemos ao certo é que não foi com eles.

Depois do regresso a Antioquia e do subseqüente concílio de Jerusalém, Barnabé propôs que João Marcos os acompanhasse na viagem missionária seguinte. Mas Paulo não achou justo, porque Marcos “não os tinha acompanhado no trabalho” (At 15:37-39). Esta discordância entre eles foi tão forte, que se separaram. Barnabé levou Marcos e navegou para Chipre, enquanto que Paulo, com um novo cooperador, prosseguiu com a missão da Ásia.

Neste ponto, aí pelo ano 50, Marcos desapareceu da narrativa do Novo Testamento e não apareceu mais durante dez anos. Na Epístola aos Colossenses, no entanto, Marcos tinha-se juntado a Paulo em Roma; Paulo recomendou-o à igreja em Colossos. Algum tempo depois, Paulo dizia dele que “lhe era útil para o ministério” (2 Tm 4:11). A antiga discordância tinha desaparecido; Marcos tinha evidentemente recuperado a estima de Paulo. E também inteiramente verosímil que estava ao msmo tempo associado com Pedro (2 Pe 5:13). E indubitável que ele estava na igreja desde o seu princípio e em cooperação com o seu testemunho ativo, desde Jerusalém a Roma, aí desde 30 a 65 d.C. Uma tradição preservada por Eusébio diz que ele fundou as igrejas de Alexandria (a).


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NOTAS
(1) Doremus A. Hayes, The Synoptic Gospels and The Book of Acts (New York: The Methodist Book Concern, n. d.), p. 105.
(2) Eusébio: Historia Ecclesiae, II, 16.