O Neoplatonismo — Mundo do Novo Testamento

O Neoplatonismo — Mundo do Novo TestamentoO Neoplatonismo — Mundo do Novo Testamento


Os princípios de Platão foram seguidos por Plotino de Licopolis, Egito (204-269 d.C.), que ensinou filosofia em Roma durante vinte e cinco anos. Plotino devia a sua preparação a Amónio Sacas, de Alexandria, que tinha sido cristão, mas tinha voltado para o paganismo. Este Amônio Sacas tinha sido fortemente influenciado pelas idéias do dualismo persa com que se tinha familiarizado numa expedição militar romana.

O Neoplatonismo era marcadamente uma filosofia religiosa baseada no dualismo platônico das idéias universais e das coisas particulares, e no dualismo persa de luz e trevas. No Neoplatonismo o espírito era considerado inevitavelmente bom e o corpo inerentemente mau. A salvação estava em eliminar completamente todos os seus desejos corporais à medida que a pessoa se retirava da vida que depende das sensações e avançava na vida do espírito, o que seria finalmente realizado por completo na morte. A má influência do corpo havia de cessar e a verdadeira vida espiritual floresceria abundantemente.

O Neoplatonismo foi além do Platonismo pelo seu ensino de que a obtenção da vida espiritual não seria atingida pelo esforço intelectual, mas por uma absorção do Infinito. Uma vez que pelo raciocínio não se pode compreender Deus, só pelo sentimento se pode estabelecer comunicação com Ele.

No pensamento dualista do Gnosticismo e do Neoplatonismo há um grande abismo posto entre a realidade e a matéria, não somente no sentido metafísico de que as duas são irreconciliáveis na essência, mas também no sentido ético de que uma é boa e outra é má. Não há, por consequência, lugar em nenhum deles para a doutrina cristã da encarnação. Os Neoplatônicos consequentes deveriam considerar a unidade de Deus e homem, divindade e carne, simplesmente inconcebível. A expiação seria desnecessária, visto que todo o ato realizado no mundo material não poderia ter efeito algum sobre o mundo real do espírito. A ressurreição do corpo seria um equívoco repugnante, visto que perpetuaria o mal da existência material. Julião, “o Apóstata”, último opositor imperial do Cristianismo, era um neoplatonico.

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