Os Saduceus — Seitas no Judaísmo
Os Saduceus, segundo a tradição, derivam o seu nome dos filhos de Zadok, que foi sumo-sacerdote nos dias de Davi e de Salomão. Os filhos de Zadok eram a hierarquia sacerdotal no tempo de cativeiro (2 de Cr 31:10; Ez 40:46; 44:15; 48:11) e, claramente, persiste o nome como título do partido sacerdotal nos dias de Cristo. Menos numerosos do que os Fariseus, tinham poder político como o grupo dominante na direção da vida civil do Judaísmo, sob o domínio dos Herodes. Como seita judaica, os Saduceus seguiam estritamente a interpretação literal do Torah, que declaravam ser o único canônico, tendo maior autoridade do que os Profetas e as Escrituras. Não havia, consequentemente, qualquer lugar para a tradição oral no seu pensamento, ao passo que os Fariseus estudavam a tradição com deleite. Como racionalistas e anti-supernaturalistas, negavam a existência de anjos e espíritos (At 23:8) e não acreditavam na imortalidade pessoal. A sua religião era friamente ética e literal e era muito mais aberta às influências helenísticas do que o Farisaísmo. Politicamente, os Saduceus eram oportunistas e estavam sempre prontos a aliar-se com o poder dominante, desde que, por esse meio, pudessem manter o seu prestígio e influência. Ao contrário dos Fariseus, não sobreviveram à destruição de Jerusalém. A cessação do sacerdócio, a que pertenciam muitos saduceus, e a hostilidade com Roma, que tinha primeiramente protegido a casta saduceana, terminaram a existência da seita.