Fé e Contendas (Submissão a Deus) — Tiago 4.7-10

FÉ, CONTENDAS, ESTUDO BIBLICO, CARTA DE TIAGO
Havendo contrastado o soberbo com o humilde, e a atitude divina em resistir a um e em conceder Sua graça ao outro, Tiago prossegue apresentando o permanente segredo da vitória na guerra contra o mundanismo e o pecado. Consiste ele em duas atividades, sujeição a Deus e resistência ao diabo (7). Nisto estão combinadas perfeitamente as verdadeiras atividades da fé e das obras. Pela fé sujeitamo-nos a Deus numa entrega mais completa e mais profunda, e deixamos do combater contra Ele. No ato da sujeição preparamo-nos para o conflito com o maligno; e ao mesmo tempo nossos poderes de resistência se fortalecem o multiplicam. Veja-se também 1Pe 5.8-9.

Segue-se agora uma série de injunções práticas, que têm especial aplicação àqueles que procuram o caminho de Deus mais perfeitamente o que não mais combatem contra Ele. Devem chegar-se a Deus, e em fazê-lo, têm a certeza de que Deus Se chegará a eles (8). Deus nunca recusa ir ao encontro daqueles que sinceramente buscam Sua face. O caso aqui significa mais do que o aproximar-se de Deus pela oração. Quer dizer uma comunhão íntima, um andar com Ele, tal como no caso de Enoque. Contudo tal privilégio demanda adequada preparação. Daí, purificais as mãos... limpai o coração (8). A última injunção dirige-se principalmente aos que eram de ânimo dobre (veja-se Tg 1.8), isto é, os que porfiavam por manter-se leais ao Senhor e ao mundo. Submetendo-se a Deus, Este devia ser tudo em todos (cfr. também Sl 24.3-4). Mãos purificadas simbolizam nossas atividades; coração limpo representa a própria cidadela de nossa personalidade.

Vem depois um convite ao arrependimento: Afligi-vos, lamentai e chorai (9). A lembrança do comprometimento anterior com o mundo frisava a necessidade de profundo e verdadeiro arrependimento. O riso, a alegria impensada, egoística e voluptuosa do mundo, o divertimento dos insensatos, do que fala Pv 10.23, devem ceder lugar ao choro, e o semblante carregado (gr. katepheia, denotando o rosto deprimido, expressão de sofrimento) devo tomar o lugar do gozo. Cfr. Lc 18.13. O verdadeiro penitente não se atreve “a levantar os olhos ao céu”. Ao seu redor não há nada erguido enquanto o perdão e a graça do Deus o não levantam e o põem de pé. (10). Quando nos humilhamos e diante dEle ficamos contritos, Ele Se deleita em nos abrir os tesouros de Sua graça. Uma prática que veio depois, a qual parece prenunciada aqui, ora os pranteadores o penitentes se deitarem no chão e rolarem no pó. Somente depois de perdoados ora que se levantavam; sacudiam de si a poeira e se vestiam com melhores roupas.