As Obras Poderosas de Deus — Jó 36:1-37:24

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Eliú chama a atenção de Jó para si: ele é um homem com uma visão clara (v.4) e verdadeira do procedimento de Deus para com o homem em geral e para com Jó em particular. Desde longe (v.3). Com esta expressão Eliú pretende representar a vastíssima viagem que o seu argumento empreenderá através do reino da verdade.

Contemple-se o poder e a misericórdia de Deus! A Sua providência é digna da confiança do homem, implacavelmente adversa aos ímpios, vigilantemente atenta aos justos (v.5-7). Mesmo quando a angústia os rodeia, o divino Mestre os conduz a um lugar espaçoso (v.16) onde eles reconhecem a transgressão que os arrastara à angústia e a ela renunciam (v.8-10). Porquanto prevaleceram nelas (v.9). Leia-se, de preferência, “Então lhes faz saber a obra deles, e as suas transgressões, que procederam orgulhosamente”. A obediência ao Mestre conduz à felicidade; a desobediência, à ruína (v.11-15). A ira (v.13) é uma referência ao seu amargo ressentimento contra Deus. Não clamam (v.13) significa “não oram” com aquela confiança que agrada a Deus (cfr. Jó 35.10). Da sua aflição (v.15) pode significar “na ou através da sua aflição”.

O procedimento de um Deus poderoso e misericordioso, referido em termos gerais, não se aplica ao caso de Jó. Guarda-te de que porventura não sejas levado pela tua suficiência ou “guarda-te de que porventura a ira não te conduza à zombaria”. A grandeza do resgate (v.18) é, evidentemente, uma referência à severidade das aflições pelas quais ele está passando. Nenhuma outra coisa pode acordar nele aquela superior confiança em Deus para a qual Ele o está chamando através das suas aflições. As riquezas nunca poderiam promover essa confiança (v.19). Noite (v.20); a palavra é de sentido ambíguo. Pode ser, segundo uns, uma referência ao aborrecimento que Jó tem à vida ou, segundo outros, um sinônimo de juízo. Considere-se o desejo freqüentemente expresso por Jó de se encontrar perante Deus para ser julgado. O vers. 21 contêm um aviso contra o caminho da rebelião, aliás o da iniqüidade, que ele, Jó-diz Eliú-preferiu ao da humilde submissão à dor. Mas tudo mudará se ele contemplar o Deus de soberano poder (v.22; note-se esta tradução do vers. 22: “contempla a majestade com que Deus atua no Seu poder”); tudo mudará se ele contemplar esse poderoso Mestre que a ninguém tem de dar contas do seu caminho (v.22-23). Ajoelhe-se Jó perante um tal Deus! Só a humildade convêm ao homem (v.24-25).

Numa passagem de grande beleza literária e profundo significado espiritual, Eliú retoma o seu tema: a grandeza de Deus (Jó 36.26-37.24). E invoca os fenômenos da natureza como testemunhas do imenso poder de Deus.