Bençãos Finais da Epístola — Hebreus 13:18-25
Pela primeira vez o escritor sagrado fala sobre si mesmo, e isso na primeira pessoa do singular. Seu pedido de orações e sua profissão de integridade (v. 18) subentendem a consciência que essa ação e atitude poderiam ser mal entendidas. Ele ansiava pessoal e particularmente por suas orações, a fim de que fosse capacitado a reunir-se a eles o mais breve possível (v. 19). Isso parece implicar claramente em que, de algum modo, no passado, ele estivera em conexão íntima com eles. Sua bênção (v. 20-21) é notável devido aos significativos detalhes e seu escopo compreensivo; o que torna a demonstrar o caráter paulino. Suas palavras focalizam os pensamentos de seus leitores nos feitos de Deus. Tanto para eles como para ele, aquilo que Deus tinha feito era o fundamento da certeza e da esperança. Portanto, a substância da oração do autor é aquilo que se podia esperar que Deus fizesse a favor deles. Deus tornou a trazer dentre os mortos a Jesus. (O prefixo grego, ana, em vez de dar a entender que Jesus uma vez mais foi devolvido à vida, parece dar a entender antes que Ele foi levantado-de baixo para cima - dentre os mortos). E Deus fez isso com Cristo não apenas pessoalmente, como Seu Filho, mas como o Líder de Seu povo (cfr. Hb 2.10; Hb 12.2), isto é, como o grande Pastor das ovelhas, e como nosso Senhor. Deus fez isso ao Senhor Jesus em relação e cumprimento do novo e eterno pacto obtido e ratificado por Sua morte ou sangue. Sua ressurreição, portanto, foi prova decisiva que o homem está reconciliado com Deus, ou seja, está capacitado a entrar na glória, e que Deus agora está ativamente a cumprir para Seu povo tudo quanto lhes é prometido na nova aliança (cfr. Zc 9.11). Em outras palavras, Deus também trará os crentes, tal como fez Israel, que tinha Moisés como seu pastor, atravessar o mar Vermelho (ver Is 63.11). Assim, o escritor sagrado ora a favor de seus leitores para que, mediante esse Jesus, reconhecido como o Cristo de Deus, possam conhecer a Deus, tanto pessoal como corporalmente como o Deus da paz, e possam conhecer a Sua operação em suas vidas e comunhão capacitando-os a cooperar plenamente na execução de Sua vontade. Vos aperfeiçoe (v. 21); o verbo grego, katartizo, é muito sugestivo. Inclui as idéias de combinação harmoniosa (cfr. Hb 10.24-25; Hb 12.13-14), de suprimento do que está em falta (ver 1Ts 3.10), e de retificação do que está errado ou danificado (p. ex., essa palavra é traduzida como “corrigi-o” em Gl 6.1, e como “consertando” em Mc 1.19).