O Sermão da Montanha: Esmolas, Oração e Jejum — Mateus 6:1-16

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Esmolas (v.1). Também pode ser traduzido “justiça”. Para serdes vistos (v.1). Refere-se aos fariseus e sua religião hipócrita. Já receberam seu galardão (v.2); tendo agora seu galardão, irão sentir falta no futuro. Não saiba a tua mão esquerda... (v.3). Quer dizer, esconde tais atos mesmo dos amigos mais chegados. Publicamente (4). Omitido em algumas versões.

Hipócritas (v.5). O sentido literal dá a entender atores. A palavra não significa necessariamente impostura intencional. Descreve uma religião exteriorizada e ritualista. O vers. 6 é uma adaptação dos LXX de 2Rs 4.33 e Is 26.20. Não useis de vãs repetições (v.7). Refere-se a muitas rezas formais adotadas pelos fariseus, que pouco importavam com sua significação. Vosso Pai sabe (v.8). Alguns textos dizem Deus Vosso Pai. A oração não consiste em dar a Deus informações a respeito de nossas necessidades.

Vós orareis assim (9). Ver nota sobre Lc 11.1-4. Neste trecho paralelo de Lucas, lemos “quando orardes dizei” (Lc 11.2). A oração que segue serve como modelo e como oração a ser repetida. Pai nosso (v.9). Somente um filho de Deus, uma pessoa que nasceu de novo, pode fazer uso corretamente desta oração. Santificado (v.9), isto é, considerado com toda a reverência santa. Teu nome (v.9). Subentende o caráter ou essência de Deus, e que Ele realmente é. Venha o teu reino (v.10). O reino virá quando o último inimigo estiver destruído, à volta do Senhor (ver 1Co 15.24-28). Assim na terra como no céu. Cumprir-se-á “nos novos céus e nova terra” (cfr. 2Pe 3.13). Cada dia (v.11), gr. epiousion. Esta palavra é desconhecida fora de seu uso aqui e no trecho paralelo de Lucas. Não significa “cotidiano”. Os teólogos não concordam ainda se significa para hoje ou para amanhã. Ver Lc 11.3 n. Dívidas (v.12). Todo pecado constitui uma dívida perante Deus. Como nós perdoamos (v.12). O perdão divino não é concedido por perdoarmos aos outros e o perdão humano deve imitar o divino. Não nos induzas... (v.13). A mesma idéia ocorre em Lc 21.36. Teu reino... amém (v.13). Esta frase é omitida em alguns textos. Constitui uma afirmação de fé completando assim a oração.

É notável que a única frase na oração, que merecesse comentário especial de Nosso Senhor, é aquela que trata do perdão (v.14-15). Como em Mc 11.21-26, a ética de amor e de perdão é inseparável da justificação pela fé. Para aceitar a graça de Deus livremente, com consciência pura, é imprescindível compreender que Cristo sofreu a pena de pecado na cruz. Isto significará que nunca mais podemos insistir sobre o castigo de outrem ou a retribuição do mal, mas deveremos mostrar o amor e o perdão a todos livremente. Compare-se Mt 18.32,35. Quando jejuardes (v.16). No contexto, há uma conexão entre o jejum e a oração e aquele, como esta, é uma prática secreta entre o indivíduo e seu Deus.