Posição no Mundo é Vaidade — Eclesiastes 4:13-16

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Entre os homens, a popularidade muitas vezes é apenas passageira. Quem é famoso é prontamente esquecido, quando outro cativa o coração do povo. Mesmo os que alcançam a posição mais elevada não são exceção a isso.

O sábio Rei Salomão descreveu realisticamente o que pode acontecer aos governantes. Lemos: “Melhor é o filho necessitado, mas sábio, do que um rei velho, mas estúpido, que não veio saber o bastante para ser ainda avisado. Pois ele [evidentemente o filho] saiu da própria casa dos presos para tornar-se rei, embora no reinado deste ele tenha nascido como alguém de poucos meios.” — Ecl. 4:13, 14.

Um homem talvez ache que ocupar a posição mais elevada, o reinado, apoiado pela sua idade e experiência, deve assegurar-lhe o respeito ou o apoio do povo. Mas, apesar de sua posição e idade, não se concederá ao rei a honra, de coração, se ele não agir sabiamente, negando-se a acatar o conselho sábio dos outros. A posição e a idade, por si mesmas, não garantem o respeito. É por isso que o filho necessitado, mas sábio, está em melhor situação do que o rei que antes governava sabiamente, mas que na velhice fica bitolado e não presta atenção ao bom conselho. Pela má administração, o rei idoso pode lançar todo o reino em irremediáveis dívidas, afastar seus súditos e até mesmo ser deposto e morrer em desgraça. O jovem que continua a agir sabiamente, por outro lado, pode granjear o próprio respeito que não se concede a um rei idoso, mas estúpido.

Conforme Salomão observou, tal jovem sábio poderá até mesmo ser elevado da prisão para o reinado. Isto foi o que aconteceu com José. O Faraó do Egito ficou tão impressionado, que lhe disse: “Não há ninguém tão discreto e sábio como tu. Tu estarás pessoalmente sobre a minha casa, e todo o meu povo te obedecerá implicitamente. Somente com respeito ao trono serei maior do que tu.” (Gên. 41:39, 40) José foi assim elevado para ser o segundo no governo do Egito.

A seguir, fixando a atenção na reação inconstante do povo, diante duma mudança de governantes, Salomão escreveu: “Vi todos os vivos que estão andando debaixo do sol, como vai ao filho que é o segundo, que se põe de pé no lugar do outro. Não há fim de todo o povo, de todos os diante dos quais ele vem a estar; nem se alegrarão depois as pessoas com ele, porque também isto é vaidade e um esforço para alcançar o vento.” — Ecl. 4:15, 16.

O que queria Salomão dizer com a expressão “filho, que é o segundo”? Pelo visto, referia-se ao sucessor do rei. “Os vivos” ficam todo agitados por terem um novo governante. “Não há fim de todo o povo”, perante o qual ele fica como rei. Isto significa que todos o seguem, apoiando seu governo. Mas esta popularidade não continua indefinidamente. Logo vem o tempo quando aquele a quem o povo aclamou muito não mais agrada ao seu gosto. Desencantado, o povo deixa de se regozijar com ele.

De modo similar, nos tempos modernos, uma série de políticos é substituída por outra. Pode haver entusiasmo inicial com certo governador, primeiro-ministro ou presidente. Mas não leva muito tempo até que o povo se desagrade da pessoa e de sua política. Logo começa a procurar outro, para tomar as rédeas do governo.

Deveras, pois, até mesmo a posição mais elevada mostra ser nada mais que uma bolha de sabão, “vaidade”. Quão fortemente isto enfatiza que, neste mundo, o bem mais satisfatório não é uma posição, mas a boa relação com o Deus eterno!