A Tentação de Jesus — Mateus 4:1-11

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A Tentação de Jesus (Leia Mateus 4:1-11) Então (v.1). Imediatamente depois do seu batismo. Há uma relação íntima entre o batismo e a tentação. No primeiro, Jesus se dedicou ao caminho da cruz. No segundo, o diabo lhe apresentou meios pelos quais Ele podia efetuar seu ministério sem ir à cruz. Conduzido pelo Espírito (v.1). Foi pela expressa vontade de Deus que esta crise se produziu na vida de Jesus. Não é que Deus queria ver se Jesus cairia ou não, mas uma demonstração da impossibilidade da Sua queda. Ele foi ao deserto (v.1) porque era preciso enfrentar esta terrível prova a sós.

O diabo (v.1). Um dos nomes da serpente primitiva do Jardim do Éden, que ocasionou a queda do homem (Ap 12.9). É o “príncipe deste mundo” (Jo 16.11), “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Nestes dias científicos, alguns acham dificuldade em acreditar na realidade do mundo dos espíritos, mas não ofende nosso raciocínio o ensino bíblico quanto ao mundo invisível habitado por inteligências que, duma maneira que ignoramos, exercem o poder de sugestão sobre nossa mente. Desde Gênesis até o Apocalipse, a Bíblia ensina que o diabo tem personalidade. Tendo jejuado (v.2). A necessidade do jejum não é explicada. Talvez fosse para demonstrar que, quando mais fraco fisicamente, o Senhor era capaz de enfrentar e vencer o diabo em toda a sua força. O jejum acompanharia um tempo de oração fervorosa. Manda que estas pedras se tornem em pães (v.3). O escopo da tentação era maior do que um simples apelo à fome. Parece que havia a sugestão que pudesse evitar a cruz, tornando-se um reformador social popular. Está escrito (v.4). Cada vez que foi tentado, o Senhor se apoiou na Escritura, dando exemplo fundamental do uso “da espada do Espírito” (ver Ef 6.17). Não só de pão viverá o homem... (v.4). Citação dos LXX de Dt 8.3. A citação serve para indicar que o homem sente necessidade tanto espiritual como material e que, conseqüentemente, o primeiro dever de Jesus era o de pregar a palavra de Deus. A palavra “só” indica que as necessidades materiais não haviam de ser completamente esquecidas. Não era então incoerente quando Nosso Senhor operou prodígios como o sustento dos cinco mil (Mt 14.13-21).

O transportou (v.5). Sem duvida, em pensamento, por sugestão. Ver o vers. 8 n. A cidade santa (v.5). Esta frase ocorre duas vezes neste Evangelho e nenhuma vez nos outros três. Talvez indique que o Evangelho fosse dirigido aos habitantes de Jerusalém. Pináculo (v.5). É provável que seja referência ao terraço da ala do templo. Lança-te daqui (v.6). A tentação era a de impressionar as massas com milagres. Está escrito (v.6). O diabo sabe citar a Escritura quando lhe convém. Entendemos que a Escritura, que era conhecida de Jesus, veio a sua memória, e a tentação consistiu em sua aplicação errônea. A citação dos LXX de Sl 91.11-12. É notável que este Salmo, o único trecho da Escritura citado pelo diabo, promete, nos versículos que se seguem, a vitória sobre ele. Não tentarás o Senhor teu Deus (v.7). Citado dos LXX de Dt 6.16. Neste caso, tentar a Deus quer dizer obrigá-Lo a evitar o desastre. Um homem podia pôr a mão no fogo e queixar-se que Deus não evitou que se queimasse. Um monte muito alto (v.8). O fato de não existir montanha alguma de onde se possa ver o mundo inteiro prova que estas experiências eram subjetivas. Tudo isto te darei (v.9). Em diversos lugares a Bíblia revela que o diabo é responsável pelo governo dos impérios mundiais. Me adorares (v.9). Aqui a tentação era evitar a cruz e estabelecer um reino pela força, um procedimento que teria tido muita aceitação dos judeus, que assim entendiam o reino. Satanás (v.10). O nome em hebraico significa adversário. Satanás é o advogado de acusação contra os filhos de Deus, nos tribunais do céu. Quanto a seu nome, ver Ap 12.9. Quanto a sua atividade, ver 1Cr 21.1; Jó 1.2 e Zc 3. Ao Senhor teu Deus adorarás... (v.10). Citação dos LXX de Dt 6.13. Estabelece um dos princípios fundamentais da religião.