Tentativas Filosóficas — Eclesiastes 1:12-18

Tentativas Filosóficas — Eclesiastes 1:12-18


O homem não pode ficar satisfeito com a existência sem significado. Dentro dele existe um irresistível ímpeto para encontrar rima ou razão na vida; pois ele é uma “cana pensante” (Pascal). Deus implantou no homem esse desejo insopitável por ordem e sistema. Não obstante, isso só faz adicionar ao tormento do homem; pois o quebra-cabeças de peças recortadas da vida não pode ser completado; estão faltando algumas das peças (15). A tentativa de traçar um completo sistema filosófico só pode ser conseguido mediante a violência contra a realidade "tentando fazer direito aquilo que é torto". A última palavra da sabedoria humana, como alguns dos mais sábios têm percebido, é confessar que nada sabemos, que a chave para o mistério final escapa de nosso entendimento. Tal é a sabedoria de Tao Te Ching:

“Trinta raios compõem uma roda;
E se adaptam a “nada” no centro:
Nisso jaz a utilidade de uma carruagem.
A argila é moldada para fazer um vaso;
e o barro se amolda em torno de “nada”:
Nisso jaz a utilidade do vaso...
Assim é que, se é vantajoso ter algo ali,
Também deve ser útil “nada” ter ali”.

A sabedoria que termina nesse “buraco no centro” necessariamente deve ser vexação de espírito, até que o homem encontra “a sabedoria que do alto vem” (Tg 3.17), “a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória” (1Co 2.7).