Título e Texto do Discurso — Eclesiastes 1:1-10

Título e Texto do Discurso — Eclesiastes 1:1-10

Título e Texto do Discurso — Eclesiastes 1:1-10

1. O TÍTULO (Ec 1.1). Pregador. Quanto à provável significação desse termo ver Introdução. Em realidade o autor não reivindica ser Salomão, mas coloca suas palavras nos lábios de Salomão. Podemos comparar a prática de atribuir obras escritas a famosas personagens históricas, o que era um artifício literário familiar na antiguidade. A intenção disso era indicar o tipo ou gênero de literatura a que uma obra pertencia. Não tinha a intenção de enganar quem quer que fosse, e nenhum de seus leitores originais de fato teria ficado enganado.

2. O TEXTO DO DISCURSO (Ec 1.2). É tudo vaidade. “Tudo” para aqueles a quem ele se dirigia, mas não para si mesmo, pois como o Pregador poderia julgar que tudo era vaidade, a não ser que soubesse de algo que não era vaidade, de algum terreno firme no qual seu espírito se apegasse? Seu objetivo não era aconselhar o desespero, mas era refugar o secularismo em seu próprio terreno.

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3. A EXISTÊNCIA É UM CÍRCULO VICIOSO (Ec 1.3-11). Eclesiastes vai direto ao âmago da questão sem introduções preliminares. O mundo valoriza a vida em termos de lucro e perda. Mas que proveito pode ter um homem se aquilo que ganha deve finalmente perder? “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.20). A busca pelas riquezas fica refutada pela mortalidade do homem, como o mundo bem sabe; pois seus próprios poetas e filósofos já disseram isso suficientemente. Mas os homens procuram escapar do gelado vento da mortalidade pensando em sua posteridade e na continuação da raça. “O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas e as suas habitações de geração em geração: dão às suas terras os seus próprios nomes” (Sl 49.11). Buscam uma pseudoimortalidade na imaginária perpetuidade de suas obras, ou “em mentes melhoradas por suas presenças”, ou “deixando suas pegadas nas areias do tempo”, ou na idéia de “progresso”. Porém, nada existe que apoie isso no curso da natureza, que é circular, tal como Eclesiastes destaca (5-7), ou no desenrolar da história, que se repete interminavelmente (9-10). O progresso é sempre acompanhado pelo retrocesso. Somente os atores e as cenas que mudam; o padrão da história permanece a mesma coisa, sendo “pouco mais que o registro dos crimes, loucuras e desastres da humanidade”.