O Machado e as Árvores — Parábolas do Novo Testamento

O Machado e as Árvores — Parábolas do Novo Testamento

Parábola do Machado e das Árvores
(Mt 3:10)

Os que ouviram João falar a respeito do pecado de forma incomparável devem ter lembrado a linguagem severa de Elias e de outros profetas do AT. Aqui a linguagem parabólica de João Batista é vivida e alarmante, pois “O machado já está posto à raiz das árvores” mostra que as árvores já estavam tremendo mesmo nos galhos mais estendidos. Já que as árvores são consideradas infrutíferas, o juízo começa a cair e haveria de durar até ser concluído. Um antigo comentarista diz a respeito de João Batista: “Seu ministério ardia como um forno, e não deixou para os fariseus nem a raiz da aliança de Abraão, nem os ramos de suas boas obras; ele os arrancou da aliança de Abraão e, por arrancá-los da raiz, deixou-lhes sem nenhuma terra a que pudessem se agarrar”.

Cf. A Cura da Sogra de Pedro
Cf. O Novo Pacto na Carta aos Hebreus
Cf. José se Torna Governar do Egito
Cf. Os Sonhos de José

A raiz de que fala João é a parte em que a árvore e os ramos se fixam e crescem, servindo de parábola de Abraão e da aliança que Deus firmou com ele. Foi essa raiz ou fundação que os líderes judaicos reivindicaram, quando João lhes resistiu: “Somos descendentes de Abraão” (Jo 8:33). Por árvore entendemos a descendência do tronco de Abraão segundo a carne. Infelizmente, porém, o povo judeu tornou-se “árvore má” (Mt 7:17) e corrupta, devendo, portanto, ser derrubada. No machado que toca as árvores temos simbolizados os instrumentos que Deus usou para tratar com aqueles que, a despeito de seus direitos e privilégios de Abraão, eram árvores infrutíferas (Sl 17:14). A Palavra de Deus, mais afiada que espada de dois gumes, era o machado que ele usou para derrubar a árvore má e sem frutos. “... com as palavras da minha boca os matei...” (Os 6:5). A sua verdade é tanto cheiro de vida para a vida quanto cheiro de morte para a morte (2 Cor 2:16). Mas nesse fato descansamos e nos regozijamos, pois o machado está nas mãos de um Deus justo. Nestes dias de tanta corrupção e infrutividade, o desejo de Deus é fazer de nós seus martelos e suas armas de guerra (Jr 51:20,24). Cristo, a pedra cortada do monte, é o machado de Deus para destruir os poderes que se opõem ao estabelecimento do seu reino e se põem no seu caminho.