Jeremias 17 — Comentário de Matthew Henry

Jeremias 17 — Comentário de Matthew Henry

Jeremias 17 — Comentário de Matthew Henry





Jeremias 17

17.1-4. Os pecados que os homens cometem pouco impressionam as suas mentes, mas cada pecado fica anotado no livro de Deus; todos estão gravados na tábua do coração e serão recordados pela consciência. O que está gravado no coração se tornara evidente na vida; as ações dos homens demonstram os desejos e propósitos de seus corações. Quanta necessidade nos temos de nos humilhar diante de Deus, nós, que somos tão vis diante dos seus olhos! Quanto devemos confiar em sua misericórdia e em sua graça, suplicando a Deus que nos examine e nos prove; que não permita que sejamos enganados por nosso próprio coração, mas que Ele coloque em nos, por seu Espírito, uma natureza limpa e santa!

17.5-11. Aquele que deposita confiança no homem será como pasto do deserto, uma árvore sem folhas, um triste arbusto produzido por um solo estéril, inútil e sem valor. Os que confiam em sua própria justiça e poder, e pensam que podem estabelecer-se de modo satisfatório sem Cristo, fazem de sua carne o seu braço, e as suas almas não podem prosperar em graça ou consolo. Aqueles que fazem de Deus a sua esperança, florescem como a árvore sempre verde, cuja folhagem não murcha. Terão paz e satisfação mental; não estarão ansiosos em um ano de seca. Os que fazem de Deus a sua esperança tem o suficiente nEle para compensar a falta de todos os consolos provenientes das criaturas. Não cessarão de dar frutos em santidade e boas obras.

O coração, a consciência do homem, em seu estado corrupto e caído, e mais enganoso do que todas as coisas. Chama bem o mal, e mal ao bem; e grita paz ao que não lhe responde. Dai o coração perverso, morto e desesperado. Sem duvida, o caso é mal se a consciência que deveria endereçar os erros das outras faculdades, for a líder do engano. Não podemos conhecer os nossos próprios corações, nem o que farão em uma hora de tentação. Quem pode entender os seus erros? Muito menos podemos entender o coração do próximo ou confiar nele. Aquele que crê desta maneira no testemunho de Deus, e aprende a vigiar o seu próprio coração, verá que isto é um correto retrato, ainda que triste, e aprenderá muitas lições para dirigir a sua conduta. Porém muito do que há em nosso coração e nos corações alheios permanecera desconhecido. Deus vê qualquer iniquidade que esteja no coração. Pode-se defraudar o homem, porém não se pode enganar a Deus. Aquele que obtém riquezas de forma desonesta, ainda que possa fazer delas a sua esperança, nunca terá o gozo delas. Isto mostra que aflição é para o homem do mundo: ao morrer, deixará para trás suas riquezas; porém, ainda que as riquezas não o sigam ao outro mundo, a culpa e o tormento eterno o seguirão. O homem rico consegue apenas ter um patrimônio, e se coloca a idolatrá-lo, mas nunca tem satisfação alguma nisto; não chega a nada por rumos pecaminosos. Sejamos sábios a tempo; o que viermos a obter, obtenhamo-lo com honestidade; e o que tivermos, usemo-lo com caridade, para que sejamos sábios por toda a eternidade.

17.12-18. O profeta reconhece o favor divino no estabelecimento da religião. Em Deus há plenitude de consolo, plenitude abundante que sempre flui, como uma fonte. Sempre e fresca e clara como água de manancial, enquanto os prazeres do pecado são como águas lamacentas. Ele ora a Deus para obter misericórdia que cura e salva. Apela a Deus para que lhe proporcione o fiel cumprimento do ofício para o qual foi chamado. Roga humildemente que Deus o reconheça e o proteja na obra para a qual o havia claramente chamado, sejam quais forem as feridas ou as enfermidades que se encontrem em nossos corações e consciências, recorramos ao Senhor para curar-nos e salvar-nos, de modo que as nossas almas possam louvar o seu nome. Suas mãos podem firmar a consciência perturbada e curar o coração ferido; Ele pode curar as piores enfermidades da nossa natureza.

17.19-27. O profeta deveria expor diante dos reis e do povo de Judá, o mandamento de guardar o dia de repouso como um dia santo. Eles deveriam observar estritamente o quarto mandamento. Se obedecessem a esta palavra, sua prosperidade seria restaurada. E um dia de repouso e não deve ser transformado em dia de trabalho, a menos que seja caso de necessidade. Deveriam obedecer e vigiar contra a profanação do dia de repouso. Não deveriam sobrecarregar a alma com as preocupações deste mundo no dia de repouso. As correntes da religião corriam profundas ou superficiais, conforme se obedeciam ou se respeitavam as margens do dia do repouso. O grau de obediência que era dedicado a esta ordenança, ou a negligência demonstrada para com ela, era um bom exame para detectar o estado da religião espiritual em qualquer terra. Através do seu próprio exemplo, por atenção a sua família, todos deveriam lutar para refrear este mal, para que a prosperidade nacional pudesse ser preservada, e as almas salvas.

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