Efésios 6:1-24 — Comentário de Matthew Henry

COMENTÁRIO, EFÉSIOS 6, ESTUDO BIBLICO
Comentário de Efésios 6:1-4

O grande dever dos filhos é obedecer a seus pais. A obediência compreende a reverência interna e os atos externos, e em toda época a prosperidade tem acompanhado os que se distinguem por obedecer a seus pais.

O dever dos pais: não sejam impacientes nem usem severidades irracionais; tratem seus filhos com prudência e sabedoria; convençam-nos em seus juízos e obrem na razão deles. Criam-nos bem; sob a correção apropriada e compassiva, e no conhecimento do dever que Deus exige. Este dever está freqüentemente descuidado até entre os que professam o Evangelho. Muitos põem seus filhos em contra da religião, mas isso não escusa a desobediência dos filhos, embora lamentavelmente possa ocasioná-la. Deus somente pode mudar o coração, mas Ele dá sua bênção às boas lições e exemplos dos pais, e responde suas orações. Mas não devem esperar a bênção de Deus os que têm como afã principal que seus filhos sejam ricos e bem-sucedidos, sem importar o que aconteça com suas almas.

Comentário de Efésios 6:5-9

O dever dos servos está resumido em uma palavra: obediência. Os servos de antigamente, em línea geral eram escravos. Os apóstolos deviam ensinar seus deveres aos amos e aos servos, pois fazendo isto diminuiriam os males até que a escravidão chegasse a seu fim pela influência do cristianismo. Os servos têm de reverenciar os que estão por acima deles. Devem ser sinceros; não devem pretender obediência quando desejam desobedecer, senão servindo fielmente. Devem servir a seus amos não somente quando estes os vêm, senão que devem ser estritos para cumprirem com seu dever quando aqueles estão ausentes ou não os vêm. A consideração constante do Senhor Jesus Cristo fará fiéis e sinceros os homens de toda posição, não resmungando nem por coerção, senão por um princípio de amor por seus amos e seus interesses. Isto lhes facilitará o servir, agrada a seus amos, e é aceitável para o Senhor Jesus. Deus recompensará até o mais mínimo que tenha sido feito por sentido do dever, e com o alvo de glorificá-lo a Ele.

Eis aqui o dever dos amos: ajam da mesma forma. Sejam justos com seus servos segundo como esperam que eles sejam com vocês; mostrem a mesma boa vontade e interesse por eles e cuidem de serem aprovados diante de Deus. Não sejam tirânicos nem opressores. Vocês têm um Amo ao qual obedecer e vocês e eles não são senão conservos a respeito de Cristo Jesus. se os amos e os servos considerassem seus deveres para com Deus, e a conta que devem rendê-lhe daqui a pouco, se preocupariam mais por seus deveres mútuos e, assim, as famílias seriam mais ordenadas e felizes.

Comentário de Efésios 6:10-18

A força e o valor espiritual são necessários para nossa guerra e sofrimento espiritual. os que desejam demonstrar que têm a graça verdadeira consigo, devem apontar a toda graça; e colocar-se toda a armadura de Deus, que Ele prepara e dá. a armadura cristã está feita para ser usada e não é possível deixá-la até que tenhamos terminado nossa guerra e finalizado a nossa carreira. O combate não é tão só contra inimigos humanos, nem contra a nossa natureza corrupta; devemos enfrentar-nos com um inimigo que tem milhares de formas de enganar as almas instáveis. Os diabos nos assaltam nas coisas que correspondem a nossas almas e se esforçam por apagar a imagem celestial de nossos corações.

Devemos resolver, pela graça de Deus, não render-nos a Satanás. Resistam-lhe, e fugirá de vocês. Se cedermos, ele se apoderará do terreno. Se desconfiarmos de nossa causa, de nosso Líder ou de nossa armadura, lhe damos vantagem.

Aqui se descrevem as diferentes partes da armadura dos soldados bem apetrechados, que devem resistir os assaltos mais ferozes do inimigo. Não há nada para as costas; nada que defenda os que se retiram da guerra cristã.

A verdade ou a sinceridade é o cinto. Este rodeia as outras partes da armadura e é mencionado em primeiro lugar. não pode haver religião sem sinceridade.

A justiça de Cristo, imputada a nós, é uma couraça contra os dardos da ira divina. A justiça de Cristo, implantada em nós, fortifica o coração contra os ataques de Satanás.

A resolução deve ser como as peças da armadura para resguardar as partes dianteiras das pernas, e para afirmar-se no terreno ou caminhar por sendas escarpadas, os pés devem estar protegidos com a preparação do evangelho da paz. Os motivos para obedecer em meio das provações devem extrair-se do caro conhecimento do evangelho.

A fé é todo em tudo na hora da tentação. A fé, ter a certeza do que não se vê, como receber a Cristo e os benefícios a redenção, e desse modo, derivar a graça dEle, é como um escudo, uma defesa em toda forma. O diabo é malvado. As tentações violentas, pelas quais a alma se acende com o fogo do inferno, são dardos que Satanás nos lança. Além disso, os maus pensamentos contra Deus e nós mesmos. A fé que aplica a Palavra de Deus e a graça de Cristo, é a que apaga os dardos da tentação.

A salvação deve ser nosso capacete. A boa esperança de salvação e a expectativa bíblica da vitória, purificam a alma e impedem que seja contaminada por Satanás.

O apóstolo recomenda ao cristão armado para a defesa na batalha, uma única arma de ataque, a qual é suficiente: a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Submete e mortifica os maus desejos e os pensamentos blasfemos a medida que surgem adentro; e responde à incredulidade e ao erro a medida que assaltam desde fora. Um único texto bem entendido e retamente aplicado, destrói de uma vez só a tentação ou a objeção e submete o adversário mais formidável.

A oração deve assegurar todas as outras partes de nossa armadura cristã. Há outros deveres da religião e de nossa posição no mundo, porém devemos manter o tempo para orar. Embora a oração solene e estável possa não ser factível quando há outros deveres que cumprir, de todos modos as orações piedosas curtas que são lançadas são sempre como dardos.

Devemos usar pensamentos santos em nossa vida diária. O coração vão também será vão para orar. Devemos orar com toda classe de oração, pública, privada e secreta; social e solitária; solene e espontânea; com todas as partes da oração: confissão de pecado, petição de misericórdia e ação de graças pelos favores recebidos. E devemos fazê-lo pela graça de Deus Espírito Santo, dependendo de seu ensino e conforme com ele. devemos perseverar em pedidos particulares apesar do desâ-nimo. Devemos orar não só por nós, senão por todos os santos. Nossos inimigos são fortes e nós não temos força, mas nosso Redentor é todo-poderoso, e no poder de sua força podemos vencer. Por isso devemos animar-nos a nós mesmos. Não temos deixado de responder repetidas vezes, quando Deus tem chamado? Pensemos nessas coisas e continuemos orando com paciência.

Comentário de Efésios 6:19-24

O evangelho era um mistério até que foi dado a conhecer pela revelação divina; anunciá-lo é obra dos ministros de Cristo. os melhores ministros e os mais eminentes necessitam das orações dos crentes. Deve orar-se especialmente por eles, porque estão expostos a grandes dificuldades e perigos em sua obra.
Paz seja aos irmãos, e amor com fé. Por paz entenda-se todo tipo de paz: paz com Deus, paz com consciência, paz entre eles mesmos. A graça do Espírito, produzindo fé e amor e toda graça. Ele deseja isso para aqueles nos que já foram começadas. E toda a graça e as bênçãos vêm aos santos desde Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. a graça, isto é, o favor de Deus, e todos os bens espirituais e temporais, que são dela, é e será com todos os que assim amem a nosso Senhor Jesus Cristo com sinceridade, e somente com eles.