Gálatas 5:1-26 — Comentário de Matthew Henry

COMENTÁRIO, GÁLATAS 5, ESTUDO BIBLICO
Comentário de Gálatas 5:1-6

Cristo não será o Salvador de ninguém que não o receber e confiar nEle como seu único Salvador. Atentemos às advertências e às exortações do apóstolo de permanecermos firmes na doutrina e na liberdade do Evangelho. Todos os cristãos verdadeiros que são ensinados pelo Espírito Santo esperam a vida eterna, a recompensa da justiça, e o objeto de sua esperança, como dádiva de Deus pela fé em Cristo; e não por amor de suas próprias obras.

O convertido judeu pode observar as cerimônias ou afirmar sua liberdade, o gentio pode eliminá-las ou participar delas, sempre e quando não dependa delas. Nenhum privilégio ou profissão externo servirá para sermos aceitos de Deus sem a fé sincera em nosso Senhor Jesus. a fé verdadeira é uma graça ativa; opera por amor a Deus e aos nossos irmãos. Que estejamos no número daqueles que, pelo Espírito, aguardam a esperança de justiça pela fé.

O perigo de antes não estava nas coisas sem importância em sim, como agora são muitas formas e observâncias. Porém sem a fé que opera pelo amor, todo o resto carece de valor, e comparado com isso as outras coisas são de escassa valia.

Comentário de Gálatas 5:7-12

A vida do cristão é uma carreira na qual deve correr e manter-se se deseja obter o prêmio. Não basta com que professemos o cristianismo; devemos correr bem vivendo conforme a essa confissão. Muitos que começaram bem na religião são estorvados em seu avanço ou se desviam do caminho. Aos que começaram a sair-se do caminho ou a cansar-se, corresponde perguntar-se seriamente que os incomoda.

A opinião ou a persuasão (versículo 8), sem dúvida, era a de misturar as obras da lei com a fé em Cristo Enquanto à justificação. O apóstolo deixa que eles julguem de onde surgiu, porém mostra o suficiente para indicar que não se deve a ninguém senão a Satanás.

Para as igrejas cristãs é perigoso animar aos que seguem erros destruidores, porém em especial aos que os difundem. Ao repreender o pecado e o erro, sempre devemos distinguir entre os líderes e os liderados. Os judeus se ofendiam porque se pregava a Cristo como a única salvação para os pecadores. Se Paulo e os outros tiverem aceitado que a observância da lei de Moisés devia unir-se à fé em Cristo, como necessária para a salvação, então os crentes teriam podido evitar muitos dos sofrimentos que tiveram. Esses primeiros indícios de fermento devem ser resistidos. Certamente os que persistem em perturbar a Igreja de Cristo devem suportar seu juízo.

Comentário de Gálatas 5:13-15

O Evangelho é uma doutrina conforme a com piedade (1 Tm 6.3), e está longe de consentir com o menor pecado, que nos submete à obrigação mais forte de evitá-lo e vencê-lo. o apóstolo insiste em que toda a lei se cumpre em uma palavra: "Amarás o próximo como a ti mesmo". Se os cristãos, que devem ajudar-se mutuamente e regozijar-se uns nos outros, brigam entre eles, que pode esperar-se senão que o Deus do amor negue a sua graça, que o Espírito de amor se afaste, e prevaleça o espírito maligno que busca destruí-los?

Bom seria que os crentes se pusessem em contra do pecado neles mesmos e nos lugares onde moram, em vez de morder-se e devorar-se uns a outros com motivo das diversidades de opiniões.

Comentário de Gálatas 5:16-26

Se formos cuidadosos para agirmos sob a direção e o poder do Espírito bendito, apesar de não sermos liberados dos estímulos e da oposição da natureza corrupta que resta em nós, esta não teria domínio sobre nós. Os crentes estão metidos num conflito em que desejam sinceramente essa graça que possa alcançar a vitória plena e rápida. Os que desejam entregar-se à direção do Espírito Santo não estão sob a lei como aliança de obras, nem expostos a sua espantosa maldição. Seu ódio pelo pecado, e sua busca da santidade, mostram que tem uma parte na salvação do Evangelho.

As obras da carne são muitas e manifestas. Estes pecados excluirão do céu aos homens. todavia, quanta gente que se diz cristã vive assim e dizem que esperam ir para o céu! Enumeram-se os frutos do Espírito, ou da natureza renovada, que devemos fazer. E assim como o apóstolo tinha mencionado principalmente as obras da carne, não somente daninhas para os mesmos homens, senão que tendem a fazê-los mutuamente nocivos, assim aqui o apóstolo nota principalmente os frutos do Espírito, que tendem a fazer mutuamente agradáveis aos cristãos, assim como a torná-los felizes. Os frutos do Espírito mostram evidentemente que eles são conduzidos pelo Espírito. A descrição das obras da carne e dos frutos do Espírito nos diz que devemos evitar e resistir, e que devemos desejar e cultivar; e este é o afã e empresa sinceros de todos os cristãos reais. O pecado não reina agora em seus corpos mortais, de modo que lhe obedeçam (Rm 6.12), mas eles procuram destruí-lo. Cristo nunca reconhecerá os que se rendem para serem servos do pecado. E não basta com que cessemos de fazer o mal, senão que devemos aprender a fazer o bem. Nossa conversação sempre deverá corresponder ao princípio que nos guia e nos governa (Rm 8.5). devemos dedicar-nos com fervor a mortificar as obras do corpo e a caminhar na vida nova sem desejar a vanglória nem desejar indevidamente a estima e o aplauso dos homens, sem provocar-se nem invejar-se mutuamente, senão buscando levar esses bons frutos com maior abundância, que são, através de justiça, para o louvor e a glória de Deus.