Citações dos Livros Apócrifos pelos Primeiros Pais da Igreja

Citações dos Livros Apócrifos pelos Primeiros Pais da Igreja. 

Citações dos Livros Apócrifos do Antigo Testamento pelos Primeiros Pais da IgrejaTambém tem sido erroneamente afirmado que os primeiros pais da Igreja não citaram os livros apócrifos como Escritura. Porém, as evidências rebatem essa afirmação. Como é óbvio, a questão era debatida, e o prestigio desses livros variava de pessoa para pessoa. Alguns (como Jerônimo) rejeitavam-nos abertamente; mas outros os aceitavam. Alguns estudiosos recentes negam que houve um cânon alexandrino (dos judeus da dispersão), presumindo que até mesmo os judeus que viviam fora da Palestina aceitavam o cânon palestino em hebraico.

Mas, as citações existentes no Novo Testamento e nos escritos dos pais da Igreja, refletindo a Septuaginta, mostram que tal assertiva não concorda com os fatos. O dogma mostra-se tão renitente, quanto a essa questão que, a fim dos homens livrarem-se dos livros apócrifos, alguns chegam a afirmar que a Septuaginta, em seu estado primitivo, não continha esses livros, que só mais tarde teriam sido adicionados. Mas, mesmo que isso fosse verdade, finalmente a Septuaginta chegou a incluir os livros apócrifos,e, na época de Jesus, eles se encontravam ali, sendo aceitos como parte integrante das Escrituras, o que é demonstrado pelo fato de que os escritores do Novo Testamento não titubearam em citá-los. Ver uma discussão sobre as datas dos livros apócrifos, o que dá alguma idéia acerca de quando esses livros começaram a penetrar no cânon usado pelos judeus da dispersão.

Naturalmente, pode-se demonstrar facilmente que vários dos pais da Igreja desprezaram ou mesmo rejeitaram os livros apócrifos. Além de Jerônimo, podemos mencionar Tertuliano e Origenes. Até mesmo os conservadores mais radicais admitem que esses pais citaram esses livros de vez em guando, e que a questão inteira está eivada de dúvidas, devido à ausência de evidências mais sólidas e definitivas. Quando imperam tais condições, os homens sempre procuram distorcer as evidências em apoio àquilo em que querem acreditar, ignorando as evidências em contrário. Uma vez mais, cumpre-me afirmar que a questão do cânon pode ser melhor examinada sob o ponto de vista do valor intrínseco de cada livro, e, apenas secundariamente, com base em datas e aceitação histórica. Seguindo-se o correto padrão, penso que é evidente que os livros apócrifos (como um todo), não merecem a mesma aceitação que os tradicionais trinta e nove livros canônicos do Antigo Testamento hebraico têm alcançado.

É possível que a Igreja Anglicana tenha tomado a posição correta sobre a questão, ao afirmar que esses livros canônicos são bons para servir de exemplo à vida e para instruir sobre as maneiras, mas não servem de base para nossas doutrinas. A isso podemos acrescentar a grande valia histórica de alguns dos livros apócrifos, que iluminam o período intermediário entre o Antigo e o Novo Testamentos.

10. Os Pseudepígrafos

Os pseudepígrafos do Antigo Testamento são livros ainda menos conhecidos que os livros apócrifos. Ver o artigo separado sobre Pseudepigrafe. Na realidade, o Novo Testamento também cita esses livros, e o esquema profético geral, conforme pode ser visto no livro canônico do Novo Testamento, o Apocalipse, muito deve a eles. Porém, dificilmente alguém ouve uma declaração como essa, na grande maioria dos seminários teológicos. A ignorância sobre esses livros, entre os evangélicos, é profunda.