Quando o Livro de Neemias foi Escrito?
Quando o Livro de Neemias foi Escrito?
Se aceitarmos a ideia de que Neemias escreveu pessoalmente o livro inteiro de Neemias, ou, pelo menos, uma porção essencial, então teremos de pensar em uma data posterior a 433 A.C. Mas, se algum autor-editor (cronista) esteve envolvido, então essa data poderia ser esticada até cerca de cem anos depois disso. Alguns eruditos do hebraico afirmam que o tipo de hebraico envolvido na obra é posterior, pertencendo a talvez cem anos após a época de Neemias, período durante o qual houve algumas significativas mudanças de linguagem. Um dos argumentos em favor de uma data posterior é a suposta confusão que teria ocorrido com a incorporação de material do livro de Esdras, na parte da unidade que veio a ser conhecida, mais tarde, como livro de Neemias. A ordem dos eventos parece ter sido perturbada nesse material. Fica pressuposto que uma pessoa que tivesse vivido mais perto dos acontecimentos, que tivesse tido a vantagem de poder consultar testemunhas oculares, não teria feito tais deslocamentos de material. Ver a quinta seção, Problemas Especiais do livro, para uma discussão a respeito.
A despeito do problema de autoria (ou de editoração), o livro de Neemias sempre desfrutou do caráter de canonicidade entre os judeus palestinos e alexandrinos. Alguns críticos pensam que, pelo menos quanto a certas porções da narrativa, o editor dependeu de informes fictícios, os quais passaram a ser reputados como autênticos. E quanto ao material canônico, o autor teria dependido de I e II Crônicas, embora alguns também digam que ele deixou correr solta a imaginação. Todas as investigações nesse campo deixam a questão no ar, visto que os argumentos que têm sido apresentados, contra e a favor, não são conclusivos. A grande verdade é que a unidade literária de Esdras-Neemias é praticamente a única fonte informativa autorizada de que dispomos quanto ao período histórico que envolve a restauração de Judá à cidade de Jerusalém. Isto posto, é impossível averiguar exatidão histórica dessa narrativa, exceto por meio da arqueologia, que ainda não apresentou coisa alguma obviamente contrária a ela. E, apesar de talvez ser verdade que certas porções desse material pareçam estar deslocadas do lugar certo, isso não milita contra a exatidão geral do relato bíblico. Sabemos que os hebreus sempre foram historiadores cuidadosos; e, apesar do adjetivo ‘'cuidadoso’’ não ser idêntico a “perfeito”, isso não envolve nenhuma inexatidão essencial. Outrossim, o período histórico ali coberto reveste-se de importância especial. Aquela foi a ressurreição histórica da nação hebréia, em sua cultura e em sua fé. É difícil acreditar que algum judeu piedoso tivesse manuseado desonestamente essa ressurreição histórica, e outros judeus, da Palestina ou de qualquer outro lugar, tivessem aceito sem protestar as supostas distorções históricas.
Se aceitarmos a ideia de que Neemias escreveu pessoalmente o livro inteiro de Neemias, ou, pelo menos, uma porção essencial, então teremos de pensar em uma data posterior a 433 A.C. Mas, se algum autor-editor (cronista) esteve envolvido, então essa data poderia ser esticada até cerca de cem anos depois disso. Alguns eruditos do hebraico afirmam que o tipo de hebraico envolvido na obra é posterior, pertencendo a talvez cem anos após a época de Neemias, período durante o qual houve algumas significativas mudanças de linguagem. Um dos argumentos em favor de uma data posterior é a suposta confusão que teria ocorrido com a incorporação de material do livro de Esdras, na parte da unidade que veio a ser conhecida, mais tarde, como livro de Neemias. A ordem dos eventos parece ter sido perturbada nesse material. Fica pressuposto que uma pessoa que tivesse vivido mais perto dos acontecimentos, que tivesse tido a vantagem de poder consultar testemunhas oculares, não teria feito tais deslocamentos de material. Ver a quinta seção, Problemas Especiais do livro, para uma discussão a respeito.
A despeito do problema de autoria (ou de editoração), o livro de Neemias sempre desfrutou do caráter de canonicidade entre os judeus palestinos e alexandrinos. Alguns críticos pensam que, pelo menos quanto a certas porções da narrativa, o editor dependeu de informes fictícios, os quais passaram a ser reputados como autênticos. E quanto ao material canônico, o autor teria dependido de I e II Crônicas, embora alguns também digam que ele deixou correr solta a imaginação. Todas as investigações nesse campo deixam a questão no ar, visto que os argumentos que têm sido apresentados, contra e a favor, não são conclusivos. A grande verdade é que a unidade literária de Esdras-Neemias é praticamente a única fonte informativa autorizada de que dispomos quanto ao período histórico que envolve a restauração de Judá à cidade de Jerusalém. Isto posto, é impossível averiguar exatidão histórica dessa narrativa, exceto por meio da arqueologia, que ainda não apresentou coisa alguma obviamente contrária a ela. E, apesar de talvez ser verdade que certas porções desse material pareçam estar deslocadas do lugar certo, isso não milita contra a exatidão geral do relato bíblico. Sabemos que os hebreus sempre foram historiadores cuidadosos; e, apesar do adjetivo ‘'cuidadoso’’ não ser idêntico a “perfeito”, isso não envolve nenhuma inexatidão essencial. Outrossim, o período histórico ali coberto reveste-se de importância especial. Aquela foi a ressurreição histórica da nação hebréia, em sua cultura e em sua fé. É difícil acreditar que algum judeu piedoso tivesse manuseado desonestamente essa ressurreição histórica, e outros judeus, da Palestina ou de qualquer outro lugar, tivessem aceito sem protestar as supostas distorções históricas.