Teologia da Riqueza
(Enciclopédia Bíblica Online)
A Bíblia insiste por toda parte que Deus é o Criador e que todas as coisas pertencem a ele. Somente ele é o Criador e o Distribuidor da riqueza. A riqueza é dom de Deus. Em Deuteronômio 8.18 foi dito a Israel “Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas”. O crente é apenas o administrador da riqueza de Deus. Na aplicação da parábola dos talentos, porém, Deus insiste que ele deve ter um retomo de seu investimento.
Em nenhuma parte na Escritura a riqueza é considerada como sendo pecaminosa em si. De fato, foi ordenado a Israel honrar a Deus com seus bens (Pv 3.9), e o dízimo era uma parte integrante da adoração. Porém, a riqueza frequentemente se tomava uma tentação e o salmista (SI 62.10) sabiamente aconselhou, “se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração”. A atitude de Jó para com a totalidade de vida se aplica igualmente bem a sua fase econômica “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1.21).
Nos tempos do NT, o dinheiro e a filosofia se tomaram os maiores obstáculos à adoração de Deus. O perigo mortal do dinheiro é visto nas observações de Cristo, “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc 10.23); e as parábolas do rico insensato e do jovem rico enfatizam o mesmo tema. Para resumir, diz Cristo, “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24), e “onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12.34).
Os santos do AT, por exemplo, Abraão, Davi e Jó, eram homens de grandes riquezas, mas não há nenhum santo do NT com riqueza comparável. E interessante observar, porém, que o centurião romano, de quem Cristo declarou, “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mt. 8.10), era rico o bastante para ter construído a sinagoga em Cafamaum onde Cristo adorava (Lc. 7.5). Embora Cristo fosse o Senhor de toda a riqueza, ele achou apropriado passar pela vida sem riqueza, confiando-se às misericórdias dos seus amigos.