Interpretação de Isaías 48
Isaías 48
48:1-11 Aqui Deus adverte os hipócritas infiéis que se encontram no meio do seu povo escolhido. Esses aparentemente piedosos israelitas praticavam a idolatria nas horas vagas (v. 5) e não obstante tinham a coragem de invocar o nome de Jeová como seu Deus também, fazendo de conta que eram verdadeiros cidadãos de Sua santa cidade. A fim de denunciar a falsidade e a vacuidade desses outros deuses para com os quais dividiam a sua lealdade, Deus lhes deu a prova de sua existência como o único Deus verdadeiro a inatacável prova objetiva da profecia cumprida.48:3 As primeiras coisas. A profecia da queda de Jerusalém diante dos caldeus e a deportação para a Babilônia. O ponto alto aqui é que esta profecia foi feita muito tempo – cem anos – antes de seu cumprimento. Nenhum ser humano, nem mesmo um devoto de ídolos inspirado pelos demônios pode predizer acertada e especificamente os acontecimentos com tanta antecedência.
48:6 Coisas novas. As profecias de livramento da escravidão e retorno à terra de Israel, não preditas antes da geração de Isaías, para que os judeus não se vangloriassem que já sabiam de tudo sobre esses futuros acontecimentos há muito tempo (v. 8). Deus sabia, muito bem desde o começo de Israel como nação, no tempo de Moisés, de que a piedade dos judeus era em grande parte um fingimento e que seus ouvidos estavam fechados ao chamado para uma vida de devoção genuína. Mas os tendo escolhido e tendo lhes dado o seu nome, Ele se refrearia, por amor à Sua glória, de acabar com eles como mereciam. Antes, Ele os purificaria de sua idolatria e impureza espiritual fazendo-os passar por grandes sofrimentos, levando-os assim ao arrependimento.
48:10 Prata e não com prata, uma vez que a prata não é agente de purificação na metalurgia. Literalmente, na qualidade ou capacidade da prata; isto é, com um fogo ainda mais abrasador, espiritualmente falando, do que o fogo usado para derreter o minério da prata.
48:11 A minha glória não a dou a outrem. Isto é, ou a) a glória de minha possessão sobre Israel não deve ser dada aos ídolos ou poderes demoníacos; ou b) a minha glória na purificação espiritual de Israel não deve ser concedida aos homens, isto é, aos próprios judeus, como se fossem capazes de auto-aperfeiçoar-se.
48:12-16 Jeová convida Israel a reconhecer a Sua sabedoria soberana de usar um instrumento pagão para libertá-los. Na qualidade de Criador eterno, Deus é o Senhor da história humana e toma providências além de toda suposição humana ou capacidade de prever. Era realmente uma maravilha que Deus pudesse nomear a Ciro, o libertador de Israel, 150 anos antes dele ter nascido, e amá-lo como Seu instrumento escolhido para desferir um golpe contra a Babilônia e destruir o seu poder. Mas uma maravilha ainda maior é o fato que, desde o princípio da raça humana, Deus Filho, o “anjo do Senhor” (do V. T.) e a “Palavra” ou Logos (no N. T.) têm repetidas vezes falado claramente aos filhos da aliança divina, revelando a vontade divina e o seu plano para o futuro. No versículo 16 o Cristo pré-encarnado identifica-se como o enviado pelo Pai e pelo Espírito para transmitir a mensagem profética de Deus para o profeta inspirado.
48:17-22 Deus amorosamente adverte o perverso e obstinado Israel, exortando o seu povo a retornar e confiar nEle, como no tempo das peregrinações do Êxodo. Ele lamenta a tragédia desnecessária da perda de suas bênçãos por causa da obstinação egoísta.
48:18 Paz como um rio. Um suprimento constante, abundante e frutífero de bênçãos. Justiça. A justiça e a santidade do próprio Deus implantadas e operando dentro deles e através deles como vastas e profundas ondas, fluindo em sucessão contínua.
48:19 Se Israel tivesse obedecido a Deus, seu nome não seria excluído (como teria de ser durante o Cativeiro na Babilônia) da Terra da Promessa.
48:20 Uma convocação prévia aos judeus que estariam cativos em 539 A. C., a que não se demorassem no solo pagão da Babilônia, mas que se aproveitassem do edito permissivo de Ciro para retornar a Judá. Eles deviam dar um testemunho triunfante diante dos gentios ao celebrar esta libertação e recordar as misericórdias de Jeová para com seus antepassados naquele primeiro retorno do Egito.
48:22 Aqueles que não fugissem da contaminação da Babilônia jamais conheceriam a paz de Deus, ficando espiritualmente desligados (como rash’, a palavra traduzida para penemos dá literalmente a entender). Observe que este mesmo sentimento, quase nas mesmas palavras, também conclui a Seção Dois (57:21) deste Volume.
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