Interpretação de Salmos 23-24
Interpretação de Salmos 23-24
Salmo 23. Meu Pastor
Este salmo não
tem comparação quando tomado como a canção da fé. É impossível avariar seus
efeitos sobre o homem através dos séculos. Dor, tristeza e dúvida têm sido
afastadas por meio de sua poderosa afirmação de fé. Paz, satisfação e confiança
têm sido as bênçãos recebidas por aqueles que partilham da sublime confiança do
salmista. Embora a linguagem seja simples e o significado claro, ninguém foi
capaz de exaurir a mensagem do poema ou melhorar sua beleza tranquila.
1-4. Deus como o
Pastor Pessoal. O Senhor é o meu pastor. Uma longa experiência de
confiança em Deus jaz por trás dessas palavras. O rico relacionamento de Israel
como um todo com Deus é tomado como realização individual. O quadro de um pastor
fiel é a epítome do terno cuidado e contínua vigilância. A ovelha
instintivamente confia no pastor quanto às necessidades do dia seguinte. O
aspecto mais notável desta metáfora extensiva é a orientação sábia do pastor.
Ele conduz ao descanso e à restauração, pelas lutas da vida e através de
lugares perigosos. O pastor cuida assim das necessidades da vida e afasta o
temor do perigo.
5-6. Deus como o
Hospedeiro Benévolo. Preparas uma mesa. O escritor introduz uma metáfora
secundária para expressar melhor a sua confiança. A cena muda para mostrar o
salmista como hóspede de honra na casa de Deus, desfrutando de calorosa
hospitalidade característica no Oriente. Ele está sob a proteção de Deus. Sua
cabeça é ungida com azeite perfumado. Cada uma de suas necessidades é
completamente satisfeita. Com base nesta verdade, cada momento de sua vida será
preenchido com as mais ricas bênçãos de Deus. A maior das bênçãos será uma
comunhão íntima com Deus através de contínua adoração.
Salmo 24. Hino Inaugural
Este é um dos
hinos mais majestosos e imponentes de todo o Saltério. Por causa de diversas
mudanças abruptas no assunto, muitos têm julgado que este salmo tenha sido
composto de seleções de três poemas originalmente independentes (vs. 1, 2; 3-6;
7-10). Embora isto possa ter sido assim, o salmo agora é uma unidade
apropriada. A ocasião tem sido associada com a Festa dos Tabernáculos, com um
festival anual do Ano Novo, a dedicação do Templo e a transferência da arca para
Jerusalém. É muito provável que este salmo, como muitos outros, fosse usado
antifonariamente.
1,2. O Coro
Processional. Ao Senhor pertence a terra. Esta ênfase dada à soberania
de Deus sobre a terra habitável e todas as criaturas é uma advertência digna de
atenção contra o limitar-se Deus a uma cidade ou templo. Essas palavras eram
provavelmente cantarias em muitas ocasiões por grupos que se aproximavam da
cidade de Jerusalém.
3-6. Os Requisitos
para a Adoração. Quem subirá ... Quem há de permanecer? Um
reconhecimento do Criador. Deus, na qualidade de soberano de toda a terra, não
deve ser buscado levianamente. As exigências morais para nos aproximarmos de
Deus são cuidadosamente estipuladas por meio de perguntas semelhantes às do
Salmo 15. Os mesmos elevados padrões éticos de conduta são exigidos, com ênfase
especial sobre o caráter da adoração. As perguntas e respostas eram
provavelmente cantadas por sacerdotes ou levitas, enquanto o versículo 6 devia
ser usado como coro.
7-10. A
Entrada Divina. Levantai, ó portas, as vossas cabeças. A parte superior
das portas é considerada baixa demais para o rei divino entrar. Para que
entre o Rei da Glória. A convocação dos porteiros simboliza a verdade de
que a presença de Deus têm de ser evidente. Então o desafio de identificar este
Rei é cantado por outro grupo ou por um individuo sobre o muro da cidade. A
poderosa resposta pode bem ter sido a resposta da congregação claramente
identificando este Rei como
o Senhor. Depois da segunda convocação e desafio, a
resposta ecoa clara - O Senhor dos Exércitos (Yahweh Seba'ôt). Ele
é o Rei da Glória.