Significado das SETENTA SEMANAS de Daniel

I. Elementos da Profecia

Ver Dan. 9:24-27. O profeta decretou 70 semanas (para serem calculadas em anos, um dia representando um ano) para cumprir um período crítico na história de Israel. Os elementos a serem alcançados:

1. Acabar com a transgressão através da missão do Messias. / 2. Pôr um fim aos pecados. / 3. Efetuar a reconciliação. /4. Trazer a retidão eterna. / 5. Selar a visão profética. / 6. Ungir o Mais Santo, o Messias.

II. Diversas Interpretações

1. Liberal-crítica. A "profecia" foi escrita como história e não como profecia. As 70 semanas começaram em 538 a.c. com o decreto de Ciro e terminaram em 172 a.C. com o assassinato do sumo sacerdote Onias III que tinha sido deposto em 175 a.c. Os três anos e meio mencionados pelo profeta designaram o intervalo entre sua queda e morte. Os vss. 26 e 27 descrevem o ataque de Antíoco Epifânio contra Jerusalém. Esta interpretação não contém 490 anos, mas não devemos procurar nenhuma precisão nestas coisas. A profecia não é messiânica. Intérpretes de uma época posterior inventaram esta visão da questão.

2. Tradicional. Intérpretes que levaram seriamente o elemento profético deste trecho de Daniel, entenderam que a profecia é messiânica e que fala do período de tempo que começou com o decreto de Artaxerxes que enviou Esdras de volta a Jerusalém (c.485 a.C.). A última semana, supostamente, começou com o batismo de Jesus. Alguns iniciam o período com o decreto de Ciro (538 a.c.).

3. Dispensacionalista. De modo geral, estes intérpretes seguem as idéias da interpretação tradicional. Mas eles fazem um grande parêntese entre as semanas 69 e 70, preservando a última semana para depois do arrebatamento da igreja. Esta semana será (segundo a idéia deles) o tempo do poder do anticristo (vide) em Jerusalém.

III. Gráfico e Observações

1.Este gráfico representa o ponto de vista dos dispensacionalistas.

2. A objeção principal contra esta interpretação é que a separação da semana 69 da semana 70 (com um grande hiato no meio) é artificial.

3. Contra isto, os dispensacionalistas acham razões para entender a profecia desta maneira, comparando Daniel com o Apocalipse (ver 11:2,3 e 13:5), onde, aparentemente, encontramos a semana de número setenta.

4. Os liberais continuam rejeitando o elemento messiânico do trecho, achando tudo já cumprido na história antiga, mas os conservadores acham que ele é claramente profético e messiânico. É significante que pelo menos alguns intérpretes da tradição rabínica consideraram a profecia messiânica e predisseram o tempo do Messias (corretamente) através do uso da mesma.