Significado de 2 Coríntios 1

2 Coríntios 1

2 Coríntios 1 serve como um preâmbulo para o resto da carta. Neste capítulo, Paulo saúda os coríntios e agradece a Deus por confortá-lo durante suas recentes provações. Ele encoraja os coríntios a também encontrarem consolo em Deus durante suas próprias aflições e os assegura de que os sofrimentos que eles suportam os levarão ao crescimento espiritual e à salvação de outros.

A ênfase de Paulo no conforto e no sofrimento é um tema recorrente ao longo deste capítulo. Ele usa a palavra “consolo” várias vezes para descrever tanto o consolo que recebeu de Deus quanto o consolo que espera dar aos coríntios. Ele também menciona seus sofrimentos recentes, que incluíam estar “sobrecarregado além da medida” e “desesperar até da vida”. Apesar dessas dificuldades, Paulo declara que ele e seus companheiros apóstolos aprenderam a confiar em Deus e não em si mesmos, e confiam que Deus continuará a libertá-los no futuro.

Outro tema importante em 2 Coríntios 1 é a confiabilidade da mensagem de Paulo. Ele garante aos coríntios que sua mensagem sempre foi verdadeira e consistente e que suas ações sempre corresponderam às suas palavras. Ele também reconhece que alguns membros da comunidade coríntia questionaram sua autoridade e sinceridade, mas os lembra que seu objetivo final é edificá-los na fé, não afirmar seu próprio poder.

No geral, 2 Coríntios 1 dá o tom para o restante da carta, enfatizando a importância de encontrar consolo em Deus em tempos de sofrimento e afirmando a confiabilidade da mensagem de Paulo. É um lembrete de que as provações que enfrentamos na vida podem levar ao crescimento espiritual e que nossa confiança em Deus será finalmente recompensada.

Comentário de 2 Coríntios 1

2 Coríntios 1:1, 2 A segunda epístola de Coríntios começa da maneira como a maioria das cartas da antiguidade eram escritas: com saudação, informações sobre o autor, destinatário. O autor é Paulo, apóstolo de Jesus Cristo. Sua identificação com Jesus Cristo é especialmente importante nesta carta porque falsos apóstolos (2 Co 11:12-15; 1 Co 4.14-16) estavam opondo-se a ele em Corinto e causando confusão na igreja. Timóteo é listado como portador. Esse companheiro de Paulo não é mencionado na introdução de 1 Coríntios supostamente porque já havia sido enviado até aquela cidade anteriormente (1 Co 4-17; 16.10). O fato de seu nome aparecer aqui indica que ele havia se unido ao apóstolo, apresentado seu relatório com respeito à situação da igreja em Corinto e viajado com Paulo até a Macedônia. Paulo destinou esta carta para a Igreja em Corinto e todos os cristãos que se encontravam na A caia; atualmente é a parte sul da Grécia. Graça a vós e paz era a saudação padrão de Paulo. Por meio dela, o apóstolo expressava suas orações para que os coríntios experimentassem o favor de Deus e o gozo resultante de terem um relacionamento com o Senhor.

2 Coríntios 1:3 Uma palavra de agradecimento geralmente vinha em seguida à saudação da carta (v. 1, 2). Bendito expressa adoração e louvor. Paulo chama o Senhor de Deus e Pai de Cristo. Embora Jesus seja divino, como o Filho de Deus encarnado Ele dependia do Pai. Portanto, o Deus Pai era o Seu Deus. Consolação aqui significa exortação, encorajamento e ânimo. Paulo faz uso dessa palavra e de suas variantes oito vezes nos cinco versículos seguintes (v. 3-7). Este é o propósito de nossas reuniões na igreja (Hb 10.24, 25) e também é o assunto do apóstolo no capítulo 7 (2 Co 7.12, 13). Quando se encontram, os cristãos devem estimular uns aos outros na fé.

2 Coríntios 1:3-7 Bendito seja Deus. Uma introdução solene e bela, muito adequada ao espírito apostólico; até mesmo o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo – que é seu Filho unigênito, tanto quanto à sua natureza divina e humana; veja Hb 1:2; Lc 1:35; e como ele é Mediador, nomeado, autorizado e qualificado pelo Pai para esse ofício. O Pai das misericórdias – De cuja compaixão paterna e prontidão para perdoar o penitente, que sinceramente acredita e se volta para ele, todas as nossas esperanças são derivadas; e o Deus de todo conforto... cuja natureza é sempre ter misericórdia; e quem sabe propor seus apoios à exigência de cada provação. Quem nos conforta em toda a nossa tribulação... Concede conforto a nós, seus apóstolos e ministros, por causa dos outros; para que possamos confortar aqueles que estão com problemas – Aquele que experimentou um tipo de aflição é capaz de confortar outros nessa aflição: aquele que experimentou todos os tipos de aflições é capaz de confortar os outros em tudo. Pois como os sofrimentos de Cristo abundam em nós... Os sofrimentos suportados por ele, que ele considera seus; então nosso consolo também abunda em Cristo... “O consolo de que o apóstolo fala foi derivado da presença de Cristo com ele em sua aflição; de um sentimento do amor de Cristo derramado em seu coração; da alegria que o sucesso do evangelho lhe deu; da esperança segura da recompensa que foi preparada para ele; de seu conhecimento da influência de seus sofrimentos para encorajar os outros; e das visões ampliadas que ele tinha do governo de Deus, pelo qual todas as coisas são feitas para trabalhar para o bem daqueles que amam a Deus; para que ele se reconciliasse inteiramente com seus sofrimentos; descobrindo por experiência, que seu consolo superava todos eles. Quer sejamos afligidos, é para seu consolo... Nomeadamente, quando você vê com que coragem e paciência cristãs somos capazes de suportar aflições; e salvação... encorajando você a passar por coisas semelhantes e, assim, obter a salvação; ou, para seu conforto presente e salvação presente e futura; que é eficaz para suportar os mesmos sofrimentos... isto é, a perspectiva ou esperança de que a salvação é de poder suficiente para permitir que você suporte os sofrimentos semelhantes que sofremos, se você for chamado para isso; ver 2Co 4:17-18; Rom 8:18. Ou se somos consolados, é para o seu conforto... para que possamos ser mais capazes de confortá-lo. E nossa esperança de você – fundamentada em sua paciência em sofrer por amor de Cristo; é firme – firme e inabalável; sabendo que, como você é participante dos sofrimentos... pela simpatia cristã e suportando o mesmo; assim também sereis consolados... que surge de princípios e esperanças que não são peculiares a nós, que somos apóstolos, ou a outros ministros do evangelho, mas comuns a todos os crentes sinceros, como eu confio em você em geral.

2 Coríntios 1:4 Tribulação implica dificuldades e aflição. Deus não só consola Seus filhos, mas também os torna consoladores. O consolo que Deus nos concede passa a ser um dom que podemos oferecer a outros (2 Co 7.6; At 9.10-19). Nossa disponibilidade para compartilhar o consolo divino reflete a sinceridade de nossa fé (Jo 13.35).

2 Coríntios 1:5 A tribulação (v. 4) é chamada de aflições de Cristo. Jesus sofreu ao levar sobre si nossos pecados (1 Pe 3.18) e ao servir a todos (Jo 13.1-17). Os que seguem a Cristo também experimentarão o mesmo sofrimento em seu serviço em prol do Reino (Jo 15.20), mas receberão uma recompensa, um peso eterno de glória mui excelente (2 Co 4.17).

2 Coríntios 1:6 O exemplo de Paulo quando era atribulado estimulava os coríntios a permanecerem firmes.

2 Coríntios 1:7 Nossa esperança acerca de vós. Todos os que tomam parte nas aflições de Cristo têm certeza da recompensa eterna. Consolação aqui significa toda a graça, força e liberdade que Cristo concede aos Seus servos (Lc 9.23, 24).

2 Coríntios 1:8 O compromisso de Paulo para com Cristo e seu serviço não o eximiam de enfrentar problemas. Com o termo Ásia, Paulo se referia à província romana na porção ocidental da Àsia Menor, território da atual Turquia. Não se sabe exatamente onde Paulo experimentou essa tribulação. Talvez tenha sido em Éfeso, provavelmente com o tumulto causado contra ele por Demétrio, o ourives (At 19.23-41; 1 Co 15.31, 32).

2 Coríntios 1:9, 10 A sentença de morte. Paulo volta ao tema da morte e da ressurreição várias vezes nesta carta (2 Co 2.16; 4.7-14; 5.1-10; 13.4). Aqui, o apóstolo provavelmente se referia às ameaças contra sua vida que enfrentou enquanto pregava o evangelho (At 14.19, 20).

2 Coríntios 1:11 Enquanto Paulo confiava no Senhor e os cristãos coríntios oravam, Deus o libertou (v. 10). Devemos orar uns pelos outros para que sejam dadas graças a Deus. Se muitas pessoas intercederem, muitas também darão graças a Deus quando Ele responder às nossas orações. Sempre que enfrentamos dificuldades, devemos contar aos irmãos nossa situação para que eles possam orar, e Deus ser louvado. Respostas a orações sempre devem ser seguidas de louvor público, porque nosso Libertador merece nossa adoração.

2 Coríntios 1:12 Os críticos de Paulo o acusavam de viver para seus próprios interesses egoístas (2 Co 10.2). Citavam o fato de ele não ter retornado a Corinto como evidência de sua falta de sinceridade. Por isso, Paulo inicia sua carta defendendo sua integridade (2 Co 1:122.4). Sabedoria carnal diz respeito aos interesses egoístas (compare com a advertência de Paulo e o exemplo de humildade de Cristo em Filipenses 2.3-8). A sinceridade de Deus demonstrada por Paulo estava mais evidente aos coríntios do que a quaisquer outras pessoas. Ele havia passado um ano e meio entre eles (At 18.11).

2 Coríntios 1:13, 14 Os críticos de Paulo o acusavam de não estar sendo sincero em suas cartas, de escrever incentivando uma coisa e agir de modo contrário ao que exortava (2 Co 10.10). Paulo nega tais acusações. Ele cumpria de fato o que recomendava; não havia outros objetivos em suas cartas.

2 Coríntios 1:15, 16 Paulo pretendia visitar os coríntios (1 Co 16.5-7), mas não conseguiu fazê-lo. Isso levou alguns dos membros da igreja de Corinto a acusá-lo de viver de acordo com a sabedoria carnal (v. 12, 17). A segunda graça era a graça da segunda visita (v. 16).

2 Coríntios 1:17 Deliberando isso. Paulo apresenta uma pergunta retórica. Quando planejou visitar os coríntios, por acaso estaria brincando, levado por interesses próprios ou sendo inconsistente? O texto grego indica que essas perguntas esperavam uma resposta negativa. Mais adiante, Paulo explica por que mudou seus planos (2 Co 1:222.4).

2 Coríntios 1:18 Antes de encerrar a defesa de sua integridade (2 Co 1:23, 24), Paulo defendeu sua pregação: ela era verdadeira e confiável (v. 18-22). Nossa palavra é uma referência ao ensinamento de Paulo (v. 19).

2 Coríntios 1:19 A pregação de Paulo não era sim e não ao mesmo tempo não era inconsistente nem contraditória. Em vez disso, suas palavras refletiam a fidelidade de Deus, porque seus ensinos se baseavam nas Escrituras e nas doutrinas de Cristo.

2 Coríntios 1:20 Todas quantas promessas há de Deus com relação a Cristo são verdadeiras e confiáveis: um sim.

2 Coríntios 1:21, 22 No texto grego, ungiu está relacionado a confirma. Deus confirmou o ministério de Paulo e de seus companheiros ao ungi-los. Essa unção provavelmente se refere a uma capacitação especial dada pelo Espírito Santo, semelhante à unção que João descreve em 1 João 2.20, 27. Selou. O selo indica posse e segurança. O selo e a descida do Espírito Santo também estão interligados. O Espírito Santo é um penhor, uma garantia que demonstra que há mais bênçãos espirituais no futuro e que o cristão receberá a vida eterna.

2 Coríntios 1:23 Paulo havia prometido ir a Corinto e fazer uso de sua autoridade, caso necessário, para corrigir os problemas na igreja local (1 Co 4-21). Para poupar seus irmãos do sofrimento da correção e dar-lhes oportunidade de corrigirem-se, Paulo não fora lá. Deus também é paciente conosco. Todavia, Paulo havia advertido os coríntios anteriormente de que suas fraquezas, doenças e até mesmo a morte de alguns se deviam ao fato de eles estarem rejeitando a correção (1 Co 11:30).

2 Coríntios 1:24 Como apóstolo, Paulo tinha autoridade para disciplinar (2 Co 10.2), mas não tinha direito de manipular os coríntios.