Significado de 2 Timóteo 1

Significado de 2 Timóteo 1
Significado de 2 Timóteo 1

2 Timóteo 1
1.1 — Paulo se apresenta em 1 Timóteo como apóstolo de Jesus Cristo segundo o mandado de Deus (1 Tm 1.1). Em 2 Timóteo, declara-se apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus (2 Co 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1).

Segundo a promessa da vida. Paulo se considera portador de mensagem que dá vida. Esta sua mensagem de vida contrasta de forma dramática com o fato de estar escrevendo de dentro de uma prisão romana, faltando pouco para sua execução. A expressão característica em Cristo, encontrada em outras cartas de Paulo, também aparece nesta, sendo mais uma indicação da autoria de Paulo.

1.2 — Meu amado filho. Na primeira carta a Timóteo, Paulo refere-se a ele como meu verdadeiro filho nafé (1 Tm 1.2). O profundo amor e a consideração de Paulo por esse seu discípulo são demonstrados nesta segunda carta.

1.3 — Sirvo é uma expressão sacerdotal, muitas vezes associada à adoração. Antepassados se refere aos patriarcas da fé: Abraão, Isaque e Jacó. Paulo tinha grande amor por seu povo Israel (Rm 9.1-5). O motivo de Paulo se referir aqui aos antepassados possivelmente é demonstrar não estar propugnando uma nova religião, mas, sim, uma fé da qual os fiéis do passado também participaram. Faço memória de ti nas minhas orações. Embora provavelmente vivendo em um cárcere frio e úmido (2 Tm 4.13), o apóstolo, já idoso, ainda assim adorava a Deus e fazia orações em favor de Timóteo. Adoração e serviço andam de mãos dadas no ministério cristão. Quaisquer que sejam as circunstâncias, os cristãos devem orar sempre ao Pai celestial e a Ele servir, entregando tudo em Suas sábias e amorosas mãos.

1.4 — Desejando muito ver-te. Paulo ansiava por rever Timóteo talvez por perceber que sua vida logo findaria (2 Tm 4-6-17).

1.5 — A expressão traduzida por fé não fingida significa, de fato, fé autêntica, não hipócrita. Paulo se alegra em lembrar-se das fiéis avó Lóide e mãe Eunice, de Timóteo, cujo nome significa Boa Vitória. As orações, o testemunho e a fé da mãe e da avó devotas foram fatores essenciais para o desenvolvimento espiritual de Timóteo (1 Tm 2.15).

1.6 — Despertes o dom. Timóteo é incentivado a reacender seu dom espiritual (essa ideia é expressa também em 1 Tm 4.14, embora de forma negativa). O desejo de descobrirmos, desenvolvermos e dispormos nossos dons espirituais específicos deveria ser como uma chama flamejante dentro de nós. Nossa luta constante como cristãos é sermos diligentes com relação à nossa obra para com Deus e não diminuirmos nossos passos nessa corrida espiritual. Precisamos fazer um esforço consciente para exercer nossos dons, para o bem comum do Corpo de Cristo.

1.7 — O Espírito Santo é Aquele que nos concede dons espirituais e capacita-nos para usá-los. O Espírito de Deus não dá temor nem covardia, mas, sim, fortaleza [...] amor e moderação ou autocontrole. O Espírito nos confere poder para enfrentarmos as mais diversas circunstâncias do nosso ministério. O amor que o Espírito nos dá deve ser direcionado a outros indivíduos. Todavia, enquanto usamos nossos dons espirituais para edificar a Igreja, devemos, ao mesmo tempo, exercitar nosso autocontrole, usando de nossa capacidade e nossas habilitações em momentos e situações realmente apropriados.

1.8 — Não te envergonhes, ou não recues, do testemunho de nosso Senhor — este, o encorajamento que Timóteo recebe. O testemunho é a prova do Senhor — o termo grego é a mesma fonte da palavra mártir e, segundo a tradição da Igreja, os apóstolos, em sua maioria, morreram martirizados por causa de sua fé. A preocupação de Paulo é que, diante de veemente oposição, Timóteo possa temer testemunhar Cristo. Participa das aflições do evangelho indica que a testemunha fiel do Senhor pode ter de suportar adversidades. O chamado de Paulo ao destemor, nos versículos 7-9, mostra ser Timóteo, talvez, um tanto tímido, precisando de um eventual empuxo como este para vir a ser ousado.

1.9 — A salvação e o chamado de Deus para os cristãos se dão não segundo as nossas obras. E impossível a qualquer um de nós chegar ao céu por si mesmo. A salvação se dá segundo o próprio propósito, ou o plano soberano, de Deus (Rm 8.28-30; Ef 1.11). Graça é o favor imerecido de Deus a nós. O Senhor nos chama e salva em Cristo Jesus desde, até mesmo, antes dos tempos dos séculos.

1.10 — A revelação do plano e da graça de Deus foi manifesta, ou trazida à luz, com a terrena aparição de nosso Salvador Jesus Cristo. Ele aboliu a morte — no entanto, é possível que, mesmo assim, até hoje, o medo da repressão e da morte seja a causa de alguns cristãos evitarem dar o testemunho de sua fé. O termo grego aqui traduzido por vida é geralmente usado no Novo Testamento como referência à vida eterna. A vida de Deus, ao contrário da vida dos seres humanos, é imortal. Mediante a fé em Cristo, o cristão herda a vida eterna. N ada temos, pois, a temer — nem mesmo a morte. Podemos, portanto, proclamar com ousadia toda a nossa fé e confiança em Cristo.

1.11 — A missão de Paulo em prol do evangelho se compunha de três aspectos: como pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios (1 Tm 2.7).

1.12 — A total e ampla confiança de Paulo no evangelho e em seu Salvador permitiu-lhe passar por humilhações e sofrimentos, sem disso se envergonhar. A expressão em quem tenho crido expressa a fé inabalável de Paulo em seu Salvador. O meu depósito não se refere a algo que Paulo haja feito por Cristo, mas, sim, pelo contrário, a algo que ele confiou ao Senhor, como se fora um depósito em um banco. Não se trata, assim, da confiança de Paulo em si mesmo, mas da fidelidade de Cristo. Ele tinha a certeza de que Deus iria guardar o seu depósito, a sua vida e a recompensa eterna do seu ministério. Estava preparando- se para a morte iminente, e, apesar disso, mantinha viva sua esperança. O apóstolo havia investido seu tempo, seus recursos, sua própria vida na proclamação do evangelho, e esse investimento no Reino de Deus lhe renderia uma recompensa generosa na eternidade (Lc 19.15; 1 Co 3.10-15; Ap 11.15,18). Deus nos protege tanto na vida como na morte. E, quando Jesus voltar, não se esquecerá das vidas que lhe tenham servido fielmente. Há pessoas ingratas ou que se esquecem do bem que fazemos a elas; mas nosso serviço fiel a nosso Salvador será por Ele lembrado e recompensado (Mt 10.42).

1.13 — Conserva é a exortação para que Timóteo persista nas sãs palavras, na sã doutrina, no ensino sadio (1 Tm 1.3-10). Há alguns que dizem falar em nome de Cristo e que proclamam falsas doutrinas. Como Timóteo, é preciso seguirmos o ensino puro, evitando toda sorte de ensinamento que não esteja de acordo com as Escrituras, por mais doutos ou melhores que determinados mestres ou pregadores possam parecer, ou por maior que seja o número de seus adeptos e seguidores.

1.14 — O bom depósito, aqui, refere-se ao ensino recebido de Paulo por Timóteo (1 Tm 6.20). Guarda significa retém, conserva, protege. Que habita em nós descreve a habitação do Espírito Santo não apenas em Paulo e/ou em Timóteo, mas em todo cristão.

1.15-17 — Estes versículos falam daqueles que deixaram Paulo. Contudo, ele lembra com gratidão Onesíforo (nome que significa aquele que traz ajuda). Este homem, de Éfeso, recreou, reanimou Paulo, como se tivesse, por exemplo, lhe servido um copo de água fresca. Assim também devemos ser — um refrigério — uns para com os outros cristãos.

1.18 — Quanto me ajudou. Paulo parece referir- se a uma série de problemas, mas sem queixar-se, e sobretudo à ajuda dada por Onesíforo. Poucos se dão conta das pressões e dos problemas que um pastor enfrenta como parte do cuidado de sua igreja (2 Co 11.28). Que excelente recompensa hão de receber certamente, naquele dia, os que ministram ajuda na vida de um ministro!