Significado de Jeremias 1
Jeremias 1
Em Jeremias 1 o profeta Jeremias é chamado por Deus para ser um profeta para as nações.
O capítulo começa com a introdução de Jeremias e sua linhagem. A palavra do Senhor chega a Jeremias, e Deus diz a ele que ele foi escolhido para ser um profeta para as nações. Jeremias inicialmente protesta que é muito jovem e inexperiente, mas Deus o tranquiliza e promete estar com ele.
Em seguida, Deus dá a Jeremias uma visão de uma amendoeira e diz a ele que ele está cuidando de sua palavra para cumpri-la. Essa visão serve como um símbolo do cuidado vigilante de Deus sobre Seu povo e Sua determinação de realizar Seus planos e propósitos.
Deus então diz a Jeremias que ele será um profeta para as nações, com autoridade para arrancar e derrubar, destruir e derrubar, construir e plantar. Isso significa que o ministério profético de Jeremias envolverá advertências sobre julgamento e destruição iminentes, bem como a promessa de restauração e renovação.
Em conclusão, Jeremias 1 apresenta o chamado do profeta Jeremias, bem como sua visão inicial e comissionamento de Deus. O capítulo enfatiza a soberania de Deus e cuidado vigilante sobre Seu povo, bem como a importância do ministério profético de Jeremias em realizar os planos e propósitos de Deus para Seu povo.
Comentário de Jeremias 1
Jeremias 1:1-3 O livro de Jeremias é um livro profético dirigido principalmente à consciência do povo de Israel e especialmente à de Jerusalém e de Judá. Isso é necessário porque o povo se afastou de Deus causando a ameaça de julgamento. O reavivamento sob o rei Josias que o povo experimenta ao mesmo tempo provará ser apenas temporário e superficial. Jeremias sabe que o povo não mudou interiormente.
O período em que Jeremias profetiza é longo. Ele começa a profetizar após o ano em que Josias limpa Jerusalém e a terra dos ídolos e termina profetizando depois que a cidade de Jerusalém é destruída por Nabucodonosor. Todo o período abrange um período de mais de 40 anos. Jeremias nasceu por volta de 646 aC, é chamado de profeta por volta de 626 aC e provavelmente morreu pouco depois de 586 aC, ano da queda de Jerusalém. Todo esse período é um tempo de miséria e angústia para Jeremias. Sua vida pode ser caracterizada como um longo martírio.
Jeremias 1.2 A palavra do Senhor veio literalmente a Jeremias. Ele não falou com base em sua própria imaginação, como faziam os falsos profetas como Hananias (Jr 28.1, 2). Jeremias falava à medida que Deus lhe revelava Suas palavras e Sua vontade. O chamado de Jeremias veio no décimo terceiro ano de Josias, que reinou 31 anos.
Jeremias 1.3 O ministério de Jeremias como profeta durou desde o início do reinado de Jeoaquim (608 a.C.) até o ano undécimo de Zedequias e a queda de Jerusalém (586 a.C.). Gedalias foi designado governador sobre Judá, basicamente povoada por camponeses, depois que os babilônios, sob o comando de Nabucodonosor, haviam deportado os principais cidadãos. Jeremias continuou ministrando até ser levado contra sua vontade para o Egito, após o assassinato de Gedalias.
Jeremias 1.4 Veio a mim a palavra do Senhor. A maneira padrão de introduzir um oráculo divino no início de um livro profético (Ez 1.3; Os 1.1; J1 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1; Sf 1.1; Ag 1.1; Zc 1.1). Não sabemos exatamente como a Palavra do Senhor chegava aos profetas. Talvez fosse de várias maneiras, tais como visões, sonhos, vozes audíveis, impressões visuais ou uma sensação profunda a respeito das situações. Independente de como isso se dava, os profetas tinham um senso bem forte de que a mensagem não partia deles mesmos; ao contrário, era a Palavra do Senhor.
Jeremias 1.5 Jeremias estava perfeitamente ciente de que o chamado em sua vida havia sido determinado pelo Senhor mesmo antes de ele ter sido concebido. Á medida que a Palavra de Deus se tornava realidade na vida de Jeremias, este compreendia que o Senhor o conhecia e o tinha chamado para proclamar uma mensagem importante em um momento crucial da história da nação. O verbo hebraico traduzido como conhecia refere-se a um conhecimento íntimo que parte de um relacionamento e de um compromisso pessoal. Esse relacionamento íntimo se tornou aparente pela obra de santificação de Deus, por meio da qual Jeremias foi separado (tornado santo) para o serviço. O papel de Jeremias era ser profeta para a nação de Judá, bem como mensageiro de Deus para todas as nações.
Jeremias 1.6 Como Moisés, que foi chamado a falar ao faraó do Egito em um momento decisivo da história de Israel, Jeremias também foi convocado a pronunciar-se diante dos reis de Judá e dos líderes da Babilônia. As dúvidas de Jeremias em relação à sua capacidade de falar perante líderes nacionais se deviam ao fato de ele achar-se uma criança. A palavra criança pode referir-se a diversas idades compreendidas da infância até a adolescência. Esse termo também pode designar um servo de qualquer faixa etária.
Jeremias 1.7, 8 Jeremias não iria nem falaria sozinho ou por sua própria decisão, mas de acordo com a Palavra do Senhor e com a manifestação poderosa dela. O termo livrar é utilizado em Jeremias para indicar a salvação do povo de seus captores (Jr 15.20, 21), a libertação dos pobres de seus opressores (Jr 20.13) e a segurança do profeta contra possíveis perigos perante os líderes da nação. Eu sou contigo. Por duas vezes no chamado de Jeremias (v. 19), Deus garantiu ao profeta que estaria presente para protegê-lo. Em momentos de crise pessoal, Jeremias repetiu essas palavras em oração a Deus (Jr 20.11).
Jeremias 1.9 Jeremias é chamado para essa tarefa, e a essência de sua mensagem é apresentada. Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. A fonte da mensagem de Jeremias era claramente o Senhor, mas a mensagem em si seria declarada por meio da personalidade, da experiência e do talento do profeta. Esse versículo nos dá uma melhor compreensão sobre a natureza “dupla” das Escrituras. A mensagem provém do Senhor; Sua expressão fica por conta de Seus servos, os profetas (Hb 1.1).
Jeremias 1.10 Ponho-te neste dia sobre as nações. As nações eram instrumentos no propósito de Deus de revelar a si mesmo. O Senhor utilizou a Babilônia para punir Judá, e os persas para punir a Babilônia. O fraseado nesse trecho sugere uma designação oficial de uma pessoa em posição de autoridade, como quando Nabucodonosor colocou Gedalias como governador de Judá. Com as palavras de Deus em sua boca, Jeremias tinha autoridade para se apresentar perante qualquer governante. Para arrancares, e para derribares [...] Para edificares e para plantares. Julgamento e restauração eram as duas mensagens do profeta de Deus. As palavras arrancar, derribar, destruir, arruinar, edificar e plantar são repetidas em pontos-chave no livro de Jeremias a fim de reafirmarem o chamado do profeta (Jr 18.7; 24.6; 31.28; 42.10; 45.4).
Jeremias 1.11, 12 Deus confirmou o chamado de Jeremias com duas visões. A primeira envolvia uma amendoeira, que floresce quando as outras árvores ainda estão improdutivas. A amendoeira servia como um aviso da chegada da primavera, como se “velasse” o início da estação. De modo semelhante, Deus vela por Sua Palavra e estava pronto para julgar Israel.
Jeremias 1.18 A posição de Jeremias é descrita com linguagem militar, enfatizando a certeza de que Deus iria lutar por ele. O Senhor pôs Jeremias como uma cidade forte inexpugnável com muros de bronze. O sistema de defesa de Jeremias não podia ser derrubado nem acessado por meio de túneis subterrâneos fosse por indivíduos ou exércitos; reis, príncipes, sacerdotes. Esta lista dos vários tipos de pessoas importantes em Israel sugere que toda a nação estava contra Jeremias.
Jeremias 1.19 O povo e seus líderes iam pelejar contra Jeremias e sua mensagem, mas não obteriam vitória, porque o próprio Deus protegia e lutava em favor dos fiéis à aliança.
Jeremias 1.2 A palavra do Senhor veio literalmente a Jeremias. Ele não falou com base em sua própria imaginação, como faziam os falsos profetas como Hananias (Jr 28.1, 2). Jeremias falava à medida que Deus lhe revelava Suas palavras e Sua vontade. O chamado de Jeremias veio no décimo terceiro ano de Josias, que reinou 31 anos.
Jeremias 1.3 O ministério de Jeremias como profeta durou desde o início do reinado de Jeoaquim (608 a.C.) até o ano undécimo de Zedequias e a queda de Jerusalém (586 a.C.). Gedalias foi designado governador sobre Judá, basicamente povoada por camponeses, depois que os babilônios, sob o comando de Nabucodonosor, haviam deportado os principais cidadãos. Jeremias continuou ministrando até ser levado contra sua vontade para o Egito, após o assassinato de Gedalias.
Jeremias 1.4 Veio a mim a palavra do Senhor. A maneira padrão de introduzir um oráculo divino no início de um livro profético (Ez 1.3; Os 1.1; J1 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1; Sf 1.1; Ag 1.1; Zc 1.1). Não sabemos exatamente como a Palavra do Senhor chegava aos profetas. Talvez fosse de várias maneiras, tais como visões, sonhos, vozes audíveis, impressões visuais ou uma sensação profunda a respeito das situações. Independente de como isso se dava, os profetas tinham um senso bem forte de que a mensagem não partia deles mesmos; ao contrário, era a Palavra do Senhor.
Jeremias 1.5 Jeremias estava perfeitamente ciente de que o chamado em sua vida havia sido determinado pelo Senhor mesmo antes de ele ter sido concebido. Á medida que a Palavra de Deus se tornava realidade na vida de Jeremias, este compreendia que o Senhor o conhecia e o tinha chamado para proclamar uma mensagem importante em um momento crucial da história da nação. O verbo hebraico traduzido como conhecia refere-se a um conhecimento íntimo que parte de um relacionamento e de um compromisso pessoal. Esse relacionamento íntimo se tornou aparente pela obra de santificação de Deus, por meio da qual Jeremias foi separado (tornado santo) para o serviço. O papel de Jeremias era ser profeta para a nação de Judá, bem como mensageiro de Deus para todas as nações.
Jeremias 1.6 Como Moisés, que foi chamado a falar ao faraó do Egito em um momento decisivo da história de Israel, Jeremias também foi convocado a pronunciar-se diante dos reis de Judá e dos líderes da Babilônia. As dúvidas de Jeremias em relação à sua capacidade de falar perante líderes nacionais se deviam ao fato de ele achar-se uma criança. A palavra criança pode referir-se a diversas idades compreendidas da infância até a adolescência. Esse termo também pode designar um servo de qualquer faixa etária.
Jeremias 1.7, 8 Jeremias não iria nem falaria sozinho ou por sua própria decisão, mas de acordo com a Palavra do Senhor e com a manifestação poderosa dela. O termo livrar é utilizado em Jeremias para indicar a salvação do povo de seus captores (Jr 15.20, 21), a libertação dos pobres de seus opressores (Jr 20.13) e a segurança do profeta contra possíveis perigos perante os líderes da nação. Eu sou contigo. Por duas vezes no chamado de Jeremias (v. 19), Deus garantiu ao profeta que estaria presente para protegê-lo. Em momentos de crise pessoal, Jeremias repetiu essas palavras em oração a Deus (Jr 20.11).
Jeremias 1.9 Jeremias é chamado para essa tarefa, e a essência de sua mensagem é apresentada. Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. A fonte da mensagem de Jeremias era claramente o Senhor, mas a mensagem em si seria declarada por meio da personalidade, da experiência e do talento do profeta. Esse versículo nos dá uma melhor compreensão sobre a natureza “dupla” das Escrituras. A mensagem provém do Senhor; Sua expressão fica por conta de Seus servos, os profetas (Hb 1.1).
Jeremias 1.10 Ponho-te neste dia sobre as nações. As nações eram instrumentos no propósito de Deus de revelar a si mesmo. O Senhor utilizou a Babilônia para punir Judá, e os persas para punir a Babilônia. O fraseado nesse trecho sugere uma designação oficial de uma pessoa em posição de autoridade, como quando Nabucodonosor colocou Gedalias como governador de Judá. Com as palavras de Deus em sua boca, Jeremias tinha autoridade para se apresentar perante qualquer governante. Para arrancares, e para derribares [...] Para edificares e para plantares. Julgamento e restauração eram as duas mensagens do profeta de Deus. As palavras arrancar, derribar, destruir, arruinar, edificar e plantar são repetidas em pontos-chave no livro de Jeremias a fim de reafirmarem o chamado do profeta (Jr 18.7; 24.6; 31.28; 42.10; 45.4).
Jeremias 1.11, 12 Deus confirmou o chamado de Jeremias com duas visões. A primeira envolvia uma amendoeira, que floresce quando as outras árvores ainda estão improdutivas. A amendoeira servia como um aviso da chegada da primavera, como se “velasse” o início da estação. De modo semelhante, Deus vela por Sua Palavra e estava pronto para julgar Israel.
Jeremias 1.13 A segunda visão que Deus utilizou para confirmar o chamado de Jeremias dizia respeito a uma panela a ferver tombada em direção ao sul, indicando a direção na qual o conteúdo do pote seria derramado. A mensagem dessa visão deriva da atividade comum e diária da preparação de uma refeição. Também está fundamentada no fato de que a origem do ataque contra Judá e Jerusalém partiu do norte. Ocasionalmente, a direção era a oposta (por exemplo, Egito, Cuxe, tribos árabes). A oeste, estava o grande mar; e, a leste, o grande deserto. O norte era a região de perigo. O mundo da fronteira norte era ocupado por tribos pouco conhecidas, tais como os Cítios, Cimérios e Urartu. As forças malignas de Tubal e Meseque, citados em Ezequiel (Ez 27.13; 32, 26; 38.2; 38.3; 39.1), eram povos dessa região que, quando não estavam atacando vilarejos e terras produtivas no crescente fértil, serviam como tropas mercenárias. Apenas em Jeremias 20.4, este profeta identifica que o terror vindo do norte, que partia contra Jerusalém, era a Babilônia.
Jeremias 1.14 Fora do norte. Antes da batalha de Carchemish, os babilônios são mencionados apenas vagamente como um povo do norte (ver Jer 4:6; 6:1, 6:22; 10:22). Estritamente falando, eles eram um povo oriental do ponto de vista da Palestina; mas a estrada de caravana que os exércitos caldeus tiveram que seguir entrou na Palestina em Dan (comp. Jeremias 4:15; Jeremias 8:16) e depois seguiu para o sul. (Sobre a questão de saber se uma invasão cita é mencionada, pelo menos em conjunto com a babilônica, consulte a Introdução.) Um mal;... antes, o mal; viz. a calamidade que, no aprofundamento da escuridão, forma o fardo dos discursos do profeta. Deve romper;... literalmente, deve abrir; ou seja, ser liberado. Existe, no entanto, alguma dificuldade em explicar a escolha desta expressão. De fato, podemos supor que o caldeirão tinha tampa e que a remoção ou queda dessa tampa é a “abertura” mencionada pela frase.
O mal sugerido por essa visão era um ataque inimigo sobre Judá e Jerusalém vindo do norte. Em Jeremias 20.4, o profeta finalmente identifica o inimigo como a Babilônia. Esse reino ficava a leste de Jerusalém, mas a estrada utilizada para ir à batalha contornava o deserto, e, portanto, o exército se aproximava a partir do norte.
Jeremias 1.15 A calamidade do norte (v. 14) envolvia o cerco de Jerusalém e de todas as cidades de Judá. O uso do pronome na primeira pessoa, em Eu convoco, indica que era o próprio Deus que estava em guerra com Seu povo. Não se sabe que tribo ou grupo étnico vindo do norte Jeremias tinha em mente na declaração original desse oráculo. Em última instância, a maioria dos inimigos de Israel vinha do norte. O Egito estava enfraquecido, e os povos do oeste e do sudeste não faziam grandes ameaças a Judá. No quarto ano do reinado de Jeoaquim, a óbvia identidade do inimigo vindo do norte era a Babilônia. Esse reino, obviamente, ficava a leste de Judá. Todavia, a presença do deserto exigia o avanço a partir do norte.
Jeremias 1.16 Uma das principais razões de Deus lançar o julgamento sobre Judá e Jerusalém era o fato de Israel adorar deuses estranhos. O Senhor não é um entre muitos deuses; somente ele é o Deus de Israel (Dt 6.4). Na frase queimaram incenso, o verbo hebraico que significa queimar ou fazer fumaça é usado muitas vezes em Jeremias, todas elas em relação à queima de sacrifícios a outros deuses. Já o termo encurvaram significa fazer com que alguém se curve em honra ou a serviço de Deus ou de um ser humano. O primeiro mandamento (Ex 20.3) havia sido violado. A punição era certa.
Jeremias 1.17 Cinja os lombos,... como faz um oriental antes de fazer qualquer tipo de esforço físico, seja caminhar (Êxodo 12:11; 2 Reis 4:29), correr (1 Reis 18:46) ou lutar (Jó 12:21). Não desanime. Se Jeremias ficasse aterrorizado diante dos homens que Deus lhe ordenara a confrontar, o próprio Deus levaria terror à vida do profeta. A falta de confiança da parte de Jeremias resultará em sua total derrota por seus inimigos. “Desânimo” em hebraico tem uma referência dupla, subjetiva (“desânimo”) e objetiva (“ruína”, “perturbação”). Ambas as referências podem ser ilustradas a partir deste versículo. (Comp. o comando e - versículo 18 - premissa para Jeremias com o comando e promessa para Ezequiel - Eze 3:8-9.)Jeremias 1.14 Fora do norte. Antes da batalha de Carchemish, os babilônios são mencionados apenas vagamente como um povo do norte (ver Jer 4:6; 6:1, 6:22; 10:22). Estritamente falando, eles eram um povo oriental do ponto de vista da Palestina; mas a estrada de caravana que os exércitos caldeus tiveram que seguir entrou na Palestina em Dan (comp. Jeremias 4:15; Jeremias 8:16) e depois seguiu para o sul. (Sobre a questão de saber se uma invasão cita é mencionada, pelo menos em conjunto com a babilônica, consulte a Introdução.) Um mal;... antes, o mal; viz. a calamidade que, no aprofundamento da escuridão, forma o fardo dos discursos do profeta. Deve romper;... literalmente, deve abrir; ou seja, ser liberado. Existe, no entanto, alguma dificuldade em explicar a escolha desta expressão. De fato, podemos supor que o caldeirão tinha tampa e que a remoção ou queda dessa tampa é a “abertura” mencionada pela frase.
O mal sugerido por essa visão era um ataque inimigo sobre Judá e Jerusalém vindo do norte. Em Jeremias 20.4, o profeta finalmente identifica o inimigo como a Babilônia. Esse reino ficava a leste de Jerusalém, mas a estrada utilizada para ir à batalha contornava o deserto, e, portanto, o exército se aproximava a partir do norte.
Jeremias 1.15 A calamidade do norte (v. 14) envolvia o cerco de Jerusalém e de todas as cidades de Judá. O uso do pronome na primeira pessoa, em Eu convoco, indica que era o próprio Deus que estava em guerra com Seu povo. Não se sabe que tribo ou grupo étnico vindo do norte Jeremias tinha em mente na declaração original desse oráculo. Em última instância, a maioria dos inimigos de Israel vinha do norte. O Egito estava enfraquecido, e os povos do oeste e do sudeste não faziam grandes ameaças a Judá. No quarto ano do reinado de Jeoaquim, a óbvia identidade do inimigo vindo do norte era a Babilônia. Esse reino, obviamente, ficava a leste de Judá. Todavia, a presença do deserto exigia o avanço a partir do norte.
Jeremias 1.16 Uma das principais razões de Deus lançar o julgamento sobre Judá e Jerusalém era o fato de Israel adorar deuses estranhos. O Senhor não é um entre muitos deuses; somente ele é o Deus de Israel (Dt 6.4). Na frase queimaram incenso, o verbo hebraico que significa queimar ou fazer fumaça é usado muitas vezes em Jeremias, todas elas em relação à queima de sacrifícios a outros deuses. Já o termo encurvaram significa fazer com que alguém se curve em honra ou a serviço de Deus ou de um ser humano. O primeiro mandamento (Ex 20.3) havia sido violado. A punição era certa.
Jeremias 1.18 A posição de Jeremias é descrita com linguagem militar, enfatizando a certeza de que Deus iria lutar por ele. O Senhor pôs Jeremias como uma cidade forte inexpugnável com muros de bronze. O sistema de defesa de Jeremias não podia ser derrubado nem acessado por meio de túneis subterrâneos fosse por indivíduos ou exércitos; reis, príncipes, sacerdotes. Esta lista dos vários tipos de pessoas importantes em Israel sugere que toda a nação estava contra Jeremias.
Jeremias 1.19 O povo e seus líderes iam pelejar contra Jeremias e sua mensagem, mas não obteriam vitória, porque o próprio Deus protegia e lutava em favor dos fiéis à aliança.
Jeremias 1:4-10 (Devocional)
Chamado de Jeremias
Embora Jeremias 1:4 seja um versículo curto, o que ele diz é o cerne da experiência profética. O chamado de Jeremias não vem em uma visão, mas ao ouvir a palavra divina. É instrutivo comparar seu chamado com o de Amós (Amós 7:10-17), Isaías (Isa 6:1-10) e Ezequiel (Eze 1:1-3; 2:1-8).
Podemos notar em Jer 1:5 quatro ações de Deus para com Seu profeta. Deus 1. o conheceu, 2. o formou, 3. o consagrou e 4. o designou.
É realmente encorajador para Jeremias saber que Deus o equipou especificamente para cumprir sua missão. A consciência disso não é mero conhecimento, mas a experiência de um relacionamento (cf. Amós 3:2). A reivindicação de Deus sobre sua vida tem precedência sobre todos os outros relacionamentos, como vemos com o perfeito Servo do SENHOR, o Senhor Jesus (Is 49:1-5).
Jeremias é que ele foi separado para um propósito espiritual específico. Isso é consagração. Aqui vemos uma ligação bíblica entre a presciência de Deus e Sua consagração do servo. É importante ver também a ordem:
1. Ele é conhecido por Deus. 2. Então ele é formado por Ele no ventre da mãe (cf. Salmos 139:13-16). O SENHOR é, portanto, seu legítimo dono, que pode usá-lo como bem entender.
3. Em seguida, Ele consagra Jeremias, isto é, Ele o separa de todos os outros israelitas. 4. Finalmente, ouvimos o objetivo do propósito e da ação de Deus, que é designá-lo como profeta.
A ênfase está na iniciativa de Deus e na soberania de Sua escolha (cf. Rom_9:21). Ao que Deus destinou alguém, Ele também o chama para fazê-lo. Vemos a mesma coisa com João Batista e com Jeremias. João também foi consagrado antes de seu nascimento (Lucas 1:13-17).
Jeremias é nomeado “um profeta para as nações”. Ele é nomeado profeta com um ministério mundial, assim como Paulo mais tarde será o apóstolo para as nações (Gl 1:15-16). Também implica que Israel é, de certo modo, contado entre as nações. Isso porque ela se afastou tanto do Senhor que começou a se comportar como as nações. Se eles tivessem se separado deles de acordo com o propósito de Deus, eles não seriam contados entre eles (Nm 23:9).
O que Deus diz aqui de Jeremias se aplica basicamente a todo crente. Todo filho de Deus é conhecido por Ele (Gálatas 4:9) e é formado, consagrado e também designado por Ele para um ministério específico. Os filhos de Deus não se misturam à multidão, mas todo filho de Deus pode perceber que a atenção de Deus também é dirigida a ele ou ela pessoalmente.
Jeremias olha para si mesmo e se julga não qualificado para essa tarefa (Jeremias 1:6). Vemos uma reação semelhante em Moisés (Êxodo 4:10) e Gideão (Juízes 6:15) quando são chamados pelo SENHOR (cf. 1Samuel 3:15). Moisés também diz que não pode falar, mas o pano de fundo com ele é a incredulidade. O SENHOR também diz a Moisés que Ele colocará Suas palavras em sua boca. Jeremias diz que ele é muito jovem. A palavra que Jeremias usa quando diz que é “um jovem” é a mesma palavra dita de Zacarias (Zacarias 2:4).
A semelhança entre Moisés, Gideão e Jeremias é que eles não se consideram capazes de cumprir a comissão. A razão é que eles olham para si mesmos e não para Aquele que lhes dá a comissão. Não é sobre aquele que é enviado, mas sobre aquele que envia.
Jeremias, com sua grande sensibilidade, era a pessoa certa para ser profeta. Ninguém poderia compartilhar os sentimentos de Deus melhor do que ele. Ele tem um coração que pode simpatizar com os condenados. Pouco poderia o jovem profeta neste momento suspeitar o quão difícil, sem esperança e comovente seria sua tarefa.
A resposta do Senhor basicamente significa que Jeremias não deveria pensar em si mesmo (Jeremias 1:7-8). O que ele pode ou não fazer não tem importância. O que é importante é apenas o que Deus pode fazer e faz (cf. 1 Coríntios 3:7). O servo deve apenas obedecer.
Deus nunca erra ao escolher Seus servos (Jeremias 1:7). Ele dá a todos a quem chama a força, a coragem e a ajuda de que precisam. Além disso, a promessa de Deus de Sua presença afastará seu medo (cf. Ag 1:13). Não é costume dos príncipes terrenos ir com seus enviados. Mas Deus vai com aqueles que Ele envia e está com eles (Atos 18:9-10).
O medo de Jeremias é outra causa de sua hesitação (Jeremias 1:8; cf. Ezequiel 3:9). Ele será impiedosamente combatido e perseguido. Mas o SENHOR o protegerá dos ataques de seus inimigos e lhe dará a coragem espiritual de que tanto necessita. Deus provê todas as necessidades daqueles que Ele chama para o Seu serviço (Filipenses 4:19).
Como prova tangível de que o SENHOR dá autoridade a Jeremias para seu serviço, Ele toca sua boca (Jeremias 1:9 ; cf. Isaías 6:7). A questão não é se uma pessoa pode falar bem ou mal, mas se ela tem lábios tocados por Deus, ou seja, lábios consagrados. Estes Jeremias agora tem. Dessa forma, ele é inspirado a falar a verdade de Deus e a mensagem divina é divulgada a ele. A partir deste momento, as palavras de Jeremias serão verdadeiramente as palavras de Deus e ele será realmente o porta-voz de Deus (cf. Isaías 51:16; Ezequiel 2:8; 3:4; Êxodo 4:12; Mateus 10:19; Lucas 21:15).
Mais tarde, Deus faz Suas palavras arderem na boca de Jeremias (Jeremias 5:14). Que Deus colocará Suas palavras em sua boca é algo que Moisés diz sobre o Profeta que Deus enviará no futuro (Dt 18:18), que é o Senhor Jesus. Esta é outra prova de que Jeremias é uma figura do Senhor Jesus como o grande Profeta (cf. João 12:49).
Arrancar e quebrar não é feito por um ato, com uma espada, mas por Sua palavra (Jeremias 1:10). Sua palavra, porém, é uma palavra que opera, que faz algo, opera algo. Sua palavra, Seu falar, é poderoso. Jeremias pensa em si mesmo que é apenas um jovem, mas Deus o coloca aqui acima dos reis das nações. Ele anunciará a ascensão e queda de impérios e outros reinos, não por qualquer autoridade própria, mas como alguém que fala em nome de Deus.
O conteúdo da mensagem de Jeremias é uma das passagens mais importantes do livro. Ele deve falar de julgamento e desolação, de derrubada e destruição. Mas por mais grandes e terríveis que sejam os julgamentos de Deus, eles não são julgamentos sem misericórdia, pois seu propósito é restauração, bênção e renovação. Portanto, Jeremias também deve falar disso.
Os propósitos de Deus no ministério de Jeremias são, portanto, duplos: destrutivos e construtivos. A palavra de Deus é acompanhada de poder para que o profeta cumpra esses propósitos (Is 55:10-11). No ministério de Jeremias, a ênfase está indubitavelmente no elemento destrutivo. Quatro verbos são usados para expressar isso: 1. “Arrancar e 2. quebrar, 3. destruir e 4. derrubar”.
Dois verbos indicam o elemento construtivo e restaurador:
1. “Construir e 2. Plantar”.
Nessas atividades vemos o profeta engajado como construtor e agricultor (cf. 1 Coríntios 3:6-10).
Jeremias 1:11-12 (Devocional)
Visão de uma vara de uma amendoeira
Então, em duas figuras, o SENHOR dá duas confirmações de seu chamado (Jeremias 1:11-16). Estas são as duas primeiras fotos das muitas fotos que temos neste livro. Esses dois provavelmente foram mostrados a ele logo após seu chamado. Ambas as visões são simples e explicadas, ambas envolvem julgamento. Para falar, um profeta, além de ouvir, deve também ver. Um profeta também deve ser um ‘vidente’.
A primeira figura é a de uma vara de amendoeira (Jeremias 1:11). Jeremias vê em uma visão a figura de uma vara de uma amendoeira. Alguém como Jeremias, que sabe hebraico, entende imediatamente o significado. É um jogo de palavras com a palavra “vigilante”, pois em hebraico a palavra “amêndoa” é quase o mesmo que “vigilante”. Uma vara de uma amendoeira também é vigilante. Enquanto ainda é inverno, a haste de uma amendoeira já começa a florescer, dando a mensagem, por assim dizer, de que a primavera logo chegará. A árvore também é chamada de shekedh em hebraico, uma palavra que significa “a árvore apressada”.
Assim como a vara de uma amendoeira contém a mensagem da próxima primavera, a Palavra de Deus contém a mensagem do julgamento vindouro. O SENHOR cuida de Sua palavra para trazer julgamento sobre os pecados de Israel. Ele também cuida de Sua palavra para abençoá-los após o julgamento (Jeremias 31:28).
O que os profetas do passado disseram que acontecerá, está prestes a acontecer. O julgamento está à porta. Deus está pronto para agir porque Ele conhece o estado do mundo. A “vara”, maqqel, aqui simboliza o julgamento que logo virá sobre Israel (cf. Hab 2:3). Esse julgamento virá por meio do Senhor Jesus (cf. Hb 10:37).
O SENHOR elogia Jeremias por olhar atentamente e dar uma resposta correta. Ele viu uma 'árvore apressada'. Deus então declara que está observando para cumprir Sua palavra em breve e vai trabalhar imediatamente para fazê-lo (Jeremias 1:12). Jeremias profetizará e experimentará ele mesmo o cumprimento.
Jeremias 1:13-16
Visão da Panela Fervente
A palavra do SENHOR vem a Jeremias “uma segunda vez” (Jeremias 1:13). O fato de haver menção de um “segundo tempo” mostra que a primeira e a segunda visões estão intimamente relacionadas. A primeira trata do tempo do julgamento, a segunda da direção e natureza do desastre vindouro. Novamente o SENHOR pergunta o que Jeremias vê. Sua resposta é: “Vejo uma panela fervendo, voltada para o norte”.
Isso só pode significar desastre (cf. Ez_11:3; Mq_3:3). Aqui é sobre a Babilônia, o grande inimigo do norte. Embora a Babilônia esteja a leste de Judá, seus exércitos – como todos os exércitos da Ásia – invadirão Israel pelo norte por causa do deserto árabe intransponível. Aqui este grande inimigo do norte é mencionado pela primeira vez.
Na panela fervente serão lançados os desobedientes do povo de Deus. A panela é comparável à fornalha ardente do Egito (Gn 15:17), onde Israel foi oprimido com tanta violência e por tanto tempo. Nabucodonosor, o rei da Babilônia, será o novo opressor. Também se refere ao futuro distante, quando as nações entrarão em guerra contra Jerusalém (Zacarias 14:1-2).
O SENHOR explica a visão (Jeremias 1:14). A panela fervendo, aparecendo com o lado aberto do norte, representa a calamidade que será derramada sobre toda a terra de Judá. Com raiva fervente, os exércitos do rei da Babilônia virão sobre a terra. Essa invasão culminará na vitória do inimigo. Jeremias vê isso acontecendo aqui em uma visão.
Na realidade, nada ainda é visto sobre o poder da Babilônia e levará mais 40 anos antes que o cumprimento desta visão aconteça. Mas acontecerá, pois o próprio SENHOR chamará Babilônia do norte para subir contra o Seu povo (Jeremias 1:15). Os exércitos de Nabucodonosor virão e dominarão Jerusalém. Seus príncipes colocarão seus tronos na entrada dos portões da cidade (Jeremias 39:3). A porta é o lugar dos assuntos públicos, onde a justiça é falada (Rth_4:1-10). Se o inimigo governar lá, isso significa a subjugação completa da cidade. As paredes não oferecerão proteção alguma. O que é verdade para Jerusalém é verdade para todas as cidades de Judá.
Desde o início de seu ministério, Jeremias é um pregador do julgamento. Como Isaías fala da redenção do SENHOR, Ezequiel da glória do SENHOR e Daniel do reino do SENHOR, assim Jeremias proclama incessantemente o julgamento do SENHOR (Jeremias 1:16). A causa dos julgamentos, “toda a sua maldade”, que o SENHOR pronuncia sobre Judá – e Jeremias os comunicará a toda a terra – tem três partes, a saber,
1. “que eles me abandonaram e
2. ofereceram sacrifícios a outros deuses e
3. adoraram as obras de suas próprias mãos”.
Abandonar o SENHOR abre a porta para toda forma de idolatria, que é adorar algo ou alguém que não seja Ele. Oferecer sacrifícios a outros deuses é essencialmente prestar homenagem aos demônios (1Cor 10:20). Os próprios ídolos não passam de obras de suas mãos, peças de ouro ou prata ou madeira ou pedra. A loucura de se ajoelhar diante de um pedaço de material ainda será sarcasticamente trazida à atenção do povo por Jeremias (Jeremias 10:1-16).
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