Significado de João 17
João 17
João 17 contém a oração sacerdotal de Jesus por seus discípulos antes de sua crucificação. O capítulo inclui vários eventos significativos, incluindo o pedido de Jesus pela unidade entre seus seguidores, sua declaração de vida eterna e sua declaração da glória de Deus.
O capítulo começa com a oração de Jesus por seus discípulos, na qual ele pede que eles sejam mantidos seguros e unidos em seu nome. Esta oração ressalta a importância da unidade e da comunidade entre os seguidores de Jesus, bem como o papel da fé em Jesus como fonte de nutrição e crescimento espiritual. Também destaca o poder transformador da fé e do amor em moldar nossos relacionamentos e interações com os outros.
O capítulo também inclui a declaração de Jesus sobre a vida eterna, na qual ele declara que a vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo, a quem ele enviou. Esta declaração enfatiza a importância da fé em Jesus como fonte de salvação e promessa de vida eterna. Também ressalta a natureza íntima e pessoal da fé em Jesus, pois envolve um relacionamento profundo e significativo com Deus.
Finalmente, o capítulo inclui a declaração de Jesus sobre a glória de Deus, na qual ele declara que trouxe glória a Deus na terra ao completar a obra que Deus lhe deu para fazer. Esta declaração enfatiza a natureza única e divinamente ordenada de Jesus como o Filho de Deus e destaca a importância da fé nele como o caminho para conhecer e honrar a Deus.
No geral, João 17 apresenta um quadro poderoso e profundo da importância da fé em Jesus e o papel da unidade e da comunidade entre seus seguidores. O capítulo enfatiza o poder transformador da fé e do amor, bem como a promessa de vida eterna e a importância de conhecer e honrar a Deus. A mensagem de João 17 continua a ser relevante hoje, lembrando-nos da importância da fé, unidade e amor ao buscarmos seguir a Jesus e honrar a Deus em nossas próprias vidas.
Comentário de João 17
João 17:1, 2 E chegada a hora. Ao longo de todo o Evangelho de João, Jesus se refere à cruz como sendo Sua hora (Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23; 13.1). A hora da Sua morte havia chegado. Glorifica a teu Filho. Jesus estava pedindo ao Pai que Sua missão se fizesse conhecida ao mundo por meio da cruz. Foram dois os motivos que o levaram a fazer esse pedido: (1) Para que também o teu Filho te glorifique a ti. Na cruz, Jesus revelaria o Pai ao mundo, ou seja, o amor e a justiça dele; (2) para que por meio da morte do Filho na cruz, Deus concedesse o perdão de pecados e a vida eterna a todos que cressem.João 17:3 Que conheçam a ti. A vida eterna está em conhecermos cada vez mais o único Deus verdadeiro, e não os falsos deuses.
João 17:4, 5 Eu glorifiquei-te. Jesus tornou o Pai conhecido de todos ao completar a obra que Ele lhe tinha dado. Glorifica-me tu, ó Pai. Jesus pediu ao Pai que lhe desse novamente a glória que Ele tinha no céu antes de deixá-lo (Fp 2.6). Essa é outra prova da divindade e da pré-existência de Cristo (Jo 1.1-14).
João 17:6-8 Manifestei o teu nome aos homens, ou seja, aos apóstolos, àqueles que Jesus preparou para serem colunas da Igreja que teria início no Pentecostes. Jesus orou por aqueles que Ele deixaria na terra para cumprir Sua missão.
João 17:9, 10 A expressão não rogo pelo mundo revela que Jesus estava orando apenas pelos cristãos daquela época e do futuro (Jo 17:20; Lc 23.34). Por aqueles que me deste. O apóstolo Paulo demonstra ter a mesma prioridade (Cl 1.4, 9). Muitos cristãos oram para que os perdidos aceitem a Jesus, mas depois os relegam apenas a um caderno de oração. O momento em que Jesus e os discípulos começavam a orar mais intensamente é o mesmo em que temos a tendência de parar.
João 17:11 Esse versículo revela a preocupação que Jesus teve com Seus discípulos antes de partir. Ele iria para o Pai, mas eles não poderiam ir. Jesus então pede ao Pai que guarde os discípulos em nome do Pai. Pede que os guardasse a fim de que permanecessem fiéis à revelação de Deus dada por Ele próprio [Jesus] enquanto esteve com eles. Os discípulos teriam um novo relacionamento com o Pai e o Filho no futuro, por conta do ministério do Espírito Santo.
João 17:12 Nenhum deles se perdeu. Jesus protegeu os discípulos durante Seu ministério terreno (Jo 18.9). Judas, o filho da perdição, é citado à parte dos apóstolos. Ele nunca fez parte do grupo dado a Cristo (Jo 18.8, 9). Ele nunca realmente se tornou um daqueles que creram (Jo 6.64-71), e muito menos um daqueles que foram purificados (Jo 13.11).
João 17:13 Digo isto no mundo. Jesus orou em voz alta (v. 1) para que Suas palavras confortassem os apóstolos quando eles se lembrassem que Ele os havia entregado aos cuidados do Pai.
João 17:14, 15 Não são do mundo. Sem sombra de dúvidas, esse é o maior desafio de todo cristão ao travar suas batalhas espirituais. O Senhor não quer nos tirar do mundo (v. 15), tampouco nos quer fazendo parte do mundo (v. 16). Nós fomos enviados ao mundo (v. 18), mas não fazemos parte dele. No entanto, a tendência é pendermos para um dos extremos: ou fazemos parte do mundo e nos envolvemos com ele, a ponto de não haver diferença nenhuma entre nossa vida cristã e o sistema mundano, ou nos isolamos do mundo para que nossa vida de retidão não seja afetada por ele. Contudo, tanto o envolvimento com o sistema mundano como o isolamento dele foge ao padrão que Cristo determinou para nós. Jesus disse: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos (Rm 12.1, 2; Fp 2.14-16). Não peço que os tires do mundo. Embora caiba ao Pai a tarefa de tirar (gr. airo) os ramos do solo (Jo 15.2), Cristo não quer que eles sejam tirados (gr. epairo) do mundo. O verbo tirar nesse versículo é o mesmo registrado em João 15.2, e não significa retirar ou cortar. Do mal. A designação mal aqui pode ser genérica (o mal) ou masculina (o maligno, ou seja, Satanás).
João 17:16-18 O termo santifica-os significa separa-os. Nós podemos compreender essa declaração de duas formas: (1) separar para a santidade ou (2) separar para a obra. De acordo com a primeira definição, Jesus estava orando não apenas para que os discípulos fossem guardados do mal, mas para que eles também se santificassem mais. Contudo, no versículo 18, a santificação parece se referir à missão dos discípulos, indicando que o termo santifica-os também pode significar que Jesus estava separando Seus discípulos para isso mesmo. A tua palavra é a verdade é uma declaração poderosa da certeza que Jesus tinha da veracidade das Escrituras. A opinião das pessoas pode variar e suas atitudes podem ser nitidamente dúbias, mas a Palavra de Deus é sempre verdadeira.
João 17:19 Me santifico a mim mesmo. Jesus não se referia a um processo de santificação. Ele se referia ao Seu autossacrifício e ao Seu total comprometimento com a missão que o Pai lhe designara. Esse é o exemplo que deveria fazer com que Seus seguidores se entregassem da mesma maneira.
João 17:20 Por aqueles que [...] hão de crer. Jesus orou não apenas por aqueles que o Pai lhe tinha dado (v. 9), mas por todos os futuros cristãos pela unidade (v. 20-23) e glória futura deles (v. 24-26). Se você é um cristão, essa oração é por você também.
João 17:21 Para que todos sejam um. O verbo ser no presente do indicativo mostra que Jesus orou pela unidade que haveria por meio da santificação dos cristãos. E era exatamente isso que Jesus estava dizendo em João 13.34, 35: Seus servos tinham que amar uns aos outros para que o mundo visse como o amor de Deus é verdadeiro. A relação de amor entre os cristãos é o maior testemunho de Jesus Cristo.
João 17:22 A glória. A revelação de Jesus Cristo por meio dos discípulos é o caminho para a unidade. Essa unidade começa com a fé e o entendimento correto de Jesus e de Deus Pai, ou seja, da Sua doutrina. Não obstante, a fé correta tem de dar frutos uma vida que expressa o amor de Deus e gera unidade entre todos os cristãos.
João 17:23 Eu neles, e tu em mim. O Pai e o Filho existindo como um só, e o Filho existindo do mesmo modo na Igreja, também é um meio de se chegar à unidade, a maior expressão do amor de Deus (Jo 3.35; Rm 8.17).
João 17:24 Eles estejam comigo é uma oração para que os cristãos sejam glorificados no futuro. Para que vejam a minha glória. Os apóstolos viram a glória de Jesus em Suas palavras e em Suas obras (v. 22). Jesus orou para que todos os cristãos vissem Sua glória, manifestada na plena revelação da Sua divindade.
João 17:25, 26 Jesus concluiu Sua oração resumindo vários temas importantes: (1) conhecer o Deus justo (santo); (2) Sua origem divina; (3) a revelação do nome do Pai; (4) a unidade do amor mútuo entre o Pai, o Filho e os cristãos.
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