Lucas 13:1-35 — Interpretação Bíblica

Lucas 13

13:1 Pilatos. Pilatos era conhecido por sua insensibilidade ao povo judeu no início de seu governo. O evento provavelmente ocorreu durante a Festa da Páscoa ou dos Tabernáculos, quando os galileus provavelmente estariam no templo.

Várias lições

Lucas 13

Os dois desastres recentes, que horrorizaram a nação, lembraram Jesus dos horrores do dia do julgamento (vv. 1-5). Pilatos aparentemente havia matado pessoas que ofereciam sacrifícios no templo, o que estaria de acordo com sua reputação. Ambos os incidentes nestes versículos são desconhecidos.

A figueira improdutiva (vv. 6-9) foi usada por Jesus para ilustrar a paciência de Deus com Jerusalém, cujo dia de condenação se aproximava rapidamente, e com os indivíduos em geral.

A mulher aleijada (vv. 10-17). Jesus, movido de piedade, não esperou que a mulher pedisse para ser curada. Ele acolheu a oportunidade de envergonhar os fariseus.

Semente de mostarda e fermento (vv. 18–21). Ver Mateus 13:31–33.

Apenas alguns serão salvos ? (v. 22-30). Jesus respondeu que muitos que esperam ser salvos ficarão tristemente desapontados. Ele diz que é estreita a porta pela qual devemos entrar. Ao longo das Escrituras, Deus usa uma porta como um tipo ou símbolo de si mesmo e da passagem para a salvação. Para outros exemplos, veja Gênesis 7:16; Mateus 7:7–8, 14; Atos 14:27; Apocalipse 3:20.

“Herodes quer te matar” (vv. 31-33). Jesus evidentemente estava na Peréia, domínio de Herodes. Ele estava mais seguro lá do que na Judéia. Sua resposta é: “Vocês, não Herodes, são meus assassinos. Jerusalém, não a Pereia, é o lugar onde devo morrer”.

“Jerusalém, Jerusalém” (vv. 34-35). Jesus chora pela nação judaica, a quem veio salvar, mas que o rejeitou.

13:5 a menos que você se arrependa. A maneira pela qual uma pessoa morre não é uma medida de justiça; o importante é não morrer fora da graça e do cuidado de Deus. A maneira de evitar tal destino é arrepender-se, chegar a Deus através dos cuidados do médico Jesus (5:32).

13:6 uma figueira. Esta árvore muitas vezes representa a bênção de Deus ou um povo que tem um relacionamento especial com Deus (Mq 7: 1-2). O homem nesta parábola representa Deus; a figueira representa Israel.

13:7 Por três anos. Muitas vezes, uma figueira recebia algum tempo para dar bons frutos, pois sua estrutura radicular era complexa e levava tempo para se desenvolver. Três anos teriam sido suficientes para a árvore produzir alguns frutos.

13:15 hipócritas! Quando o chefe da sinagoga ficou indignado com a cura de Jesus no sábado (vv. 10-14), Jesus salientou que a compaixão básica era demonstrada aos animais no sábado, então quanto mais compaixão deveria ser demonstrada a uma mulher sofredora (v. 16)?

13:18–19 mostarda. Uma árvore da família da mostarda cresceria até cerca de 12 pés. A imagem de pássaros nidificando nas árvores é encontrada frequentemente no Antigo Testamento (Sl 104:12; Ez 17:22-24; Da 4:10-12).

13:26 Comemos e bebemos... você ensinou. O apelo aqui é por pessoas que experimentam a presença de Jesus. A passagem envolve principalmente aqueles judeus que testemunharam o ministério de Jesus. Eles estavam tentando entrar na presença de Deus com base simplesmente no fato de terem observado Jesus. Jesus os recusou. Ele ressaltou que não era suficiente para eles estarem perto dele. Para ter um relacionamento com Deus, é preciso abraçar Jesus e conhecê-lo.

13:29 leste... oeste... norte... sul. As pessoas viriam de todos os cantos da terra para entrar no reino de Deus. Esta passagem alude à inclusão dos gentios.

13:30 há aqueles que são os últimos que serão os primeiros. Haverá muitas surpresas no reino de Deus. Aqueles que são desprezados na terra – alguns gentios, por exemplo – serão grandemente honrados no reino. Por outro lado, aqueles que são considerados influentes e poderosos na terra – os líderes religiosos judeus dos dias de Jesus, por exemplo – serão excluídos do reino.

13:32 Vá contar para aquela raposa. Herodes é retratado como mais curioso do que hostil. A referência aqui é à astúcia de Herodes. A resposta de Jesus parece levar a advertência dos fariseus ao pé da letra.

13:34 Jerusalém, Jerusalém. O endereço duplo indica a profunda tristeza de Jesus (2Sm 18:33; Jr 22:29). A cidade havia executado muitos dos mensageiros de Deus. Estêvão faz uma observação semelhante sobre a nação de Israel em Atos 7:51-53.

13:35 Bem -aventurado ele. Esta é uma citação do Salmo 118:26. O povo de Israel não veria o Messias novamente até que estivesse pronto para recebê-lo e reconhecer que Ele foi enviado de Deus. O Salmo 118 reflete a saudação de um sacerdote a um grupo que entra no templo. Jesus usou a linguagem deste salmo para ilustrar a saudação de Deus a Ele.

Notas Adicionais:
12.54-59
As pessoas que estão com Jesus sabem muito bem que nuvens com chuva vêm do mar Mediterrâneo e que os ventos quentes do deserto sopram do Sul. Agora, não entendem os sinais da vinda do Reino de Deus. São hipócritas (v. 56), porque veem esses sinais, mas fazem de conta que não estão vendo. Entender esses sinais vai trazer uma nova maneira de agir (v. 57): arrependimento e reconciliação (v. 58)

13.1-5 A terrível ameaça do juízo e do castigo (Lc 12.59) traz à memória duas tragédias recentes: o assassinato de vários galileus no Templo de Jerusalém (v. 1) e o desabamento da torre no bairro de Siloé (v. 4). Será que foram mortos daquele jeito porque pecaram mais do que os outros? Jesus responde que todos são pecadores e precisam se arrepender. Aquelas tragédias são apenas um sinal do que vai acontecer com todos, se não houver arrependimento.

13.1 Pilatos: Ver Lc 3.1, n. havia mandado matar. Não se sabe por que Pilatos mandou matar aqueles galileus. Só Lucas tem este relato, mas os historiadores daquele tempo confirmam a crueldade de Pilatos.

13.4 bairro de Siloé: Um bairro situado na parte sudeste de Jerusalém. A torre era parte da muralha da cidade.

13.6-9 Nesta parábola Jesus, provavelmente, estivesse falando sobre o povo de Israel (Jr 8.13; Os 9.10; Mq 7.1). Existe a esperança de que o povo ainda vai aceitar a sua mensagem. Mas ver também Mt 21.18-20; Mc 11.12-14,20-21.

13.10-17 Conforme Lucas, esta é a segunda cura que Jesus fez em dia de sábado. A primeira está em Lc 6.6-11. Existe uma terceira, que aparece em Lc 14.1-6.

13.10 ensinando numa sinagoga: Este era o costume de Jesus (Lc 4.15).

13.11 uma mulher: As mulheres não tinham participação ativa no culto da sinagoga.

13.12 Jesus... chamou: Certamente, porque ela estava nos fundos da sinagoga, onde as mulheres deviam estar.

13.13 ela... começou a louvar a Deus: Ver Lc 5.25, n. Ela fez algo que, até então, só os homens podiam fazer no culto da sinagoga.

13.14 uma cura no sábado: A Lei de Moisés proibia trabalhar no sábado (Êx 20.9-10; Dt 5.13-14). Jesus entende que o sábado é o grande dia da libertação (v. 16).

13.16 uma descendente de Abraão; A promessa dada a Abraão (Lc 1.54-55,73-75) valia também para aquela mulher, e não era justo que ela, uma descendente de Abraão, ficasse prisioneira de Satanás (ver Lc 10.18, n.).

13.18-21 Estas duas comparações ensinam que o Reino de Deus começa pequeno e até de forma invisível, mas, com o tempo, ele se torna poderoso e eficaz (At 1.6-8; 8.12; 19.8; 20.25; 28.23, 31).

13.19 cresce e fica uma árvore: O pé de mostarda alcança uma altura de dois metros e meio a três metros e meio. passarinhos... nos seus ramos: Ez 17.23; Dn 4.12,21.

13.21 fermento: Naquele tempo, o fermento era massa velha de farinha que tinha ficado azeda e da qual se colocava um pouquinho na massa de pão para fazê-lo crescer. três medidas de farinha: O equivalente a dez quilos.

13.22-30 Diante de uma pergunta teórica (“são poucos os que vão ser salvos?”, v. 23), Jesus responde não com números ou informações, mas com uma advertência: “façam tudo para entrar” (v. 24). Perguntas curiosas não levam à fé. Depois, Jesus explica que pessoas de todo o mundo e não apenas judeus vão sentar-se à mesa no Reino de Deus (v. 29). Muitos que pensam ter entrada garantida (“comemos e bebemos com o senhor”, v. 26) ficarão do lado de fora (v. 28).

13.27 Não sei de onde são vocês: Pessoas se dizem seguidoras de Jesus (v. 26), mas Jesus não as reconhece como tais. Ele, o Juiz, conhece o segredo do coração de todos (Jo 2.25). Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal Sl 6.8.

13.29 Muitos virão Estão são os não-judeus. sentar-se à mesa: Uma das figuras que Jesus usa para descrever que a vida do povo de Deus no céu é um banquete em que Abraão faz a vez de hospedeiro (Lc 14.15; 16.22; 22.16,18,30; Is 25.6).

13.31-35 Jesus veio para salvar o mundo inteiro, mas isso não diminui em nada o seu amor por Jerusalém.

13.31 Herodes: Herodes Antipas, governador da Galileia e da Peréia (ver Lc 3.1, n.).

13.32 raposa: Animal esperto e destruidor (Ez 13.4). no terceiro dia. Isto é, daqui a pouco (Lc 9.51).

13.33 um profeta: Jesus é apresentado como profeta também em Lc 7.16,39; 24.19.

13.35 a casa de vocês: O Templo. Deus abençoe aquele que vem. Mais tarde, quando Jesus entra em Jerusalém (Lc 19.37-38), os discípulos de Jesus dizem essas mesmas palavras, que são tiradas de Sl 118.26.

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