Cristologia da Idade Média
A Igreja Católica Romana aderiu de perto às declarações dos concílios em favor de uma cristologia ortodoxa. Seus pontos de vista foram enriquecidos pela teologia de Agostinho (354-430 d.C.), o qual frisava a real humanidade de Cristo, a sua obra expiatória e as experiências místicas. A humanidade de Cristo tornou-se um importante elemento na devoção mística de Bernardo de Clairvaux (1091-1153). Ele enfatizava a possível união da alma com Cristo, sob a figura da noiva e do Noivo. Punha-se ênfase sobre a divindade de Cristo, por alguns teólogos de seu tempo, conforme atualmente se faz nas igrejas evangélicas, as quais, para todos os propósitos práticos, embora não quanto à teoria, eliminaram a humanidade de Cristo de suas teologias.
Lutero, por sua vez, ensinava a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade de Cristo, referindo-se à maravilhosa troca de influencias entre uma e outra dessas naturezas, como também à comunicação dos atributos envolvidos. Desse modo, temos uma doutrina da interpenetração mútua das naturezas divina e humana de Cristo, algo similar à mescla de naturezas (conforme pensava Êutico), o que a cristologia do concílio de Calcedônia procurava evitar. No luteranismo posterior, a posição de Lutero provocou uma controvérsia a respeito do ponto em que a humanidade do Filho de Deus compartilha com os atributos divinos e atua juntamente com os mesmos. Se levarmos isso longe demais, perderemos de vista a real humanidade de Cristo. Além disso, nesse exagero, poremos em perigo a ideia inteira da kenosis, isto é, o esvaziamento do Logos quanto às suas prerrogativas divinas, por ocasião da encarnação. Calvino aprovava os pronunciamentos ortodoxos dos concílios, mas rejeitava a tendência de Lutero para o erro de Eutico, preferindo defender a ideia de duas naturezas distintas, embora nunca separadas. Para ele, a salvação depende das propriedades de ambas as naturezas. A natureza divina opera através da natureza humana; mas, ao mesmo tempo, a salvação também envolveria a obra de Jesus, em sua perfeita obediência e santificação, em lugar de todos os homens, em sua própria pessoa, pois a humanidade de Jesus não foi apenas o instrumento, mas também a causa material da salvação. A salvação só pode tornar-se realidade mediante o cumprimento dos três ofícios de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. Essa é uma boa teologia, concordando com a mensagem da epístola aos Hebreus, em trechos como 2:10 e 5:8. Jesus tanto foi aperfeiçoado quanto aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e experimentou. Infelizmente, em muitas igrejas calvinistas de nossos dias, a teologia popular ressalta tanto a divindade de Cristo que se perdem de vista aqueles importantes pontos teológicos que estão envolvidos na humanidade Cristo
Lutero, por sua vez, ensinava a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade de Cristo, referindo-se à maravilhosa troca de influencias entre uma e outra dessas naturezas, como também à comunicação dos atributos envolvidos. Desse modo, temos uma doutrina da interpenetração mútua das naturezas divina e humana de Cristo, algo similar à mescla de naturezas (conforme pensava Êutico), o que a cristologia do concílio de Calcedônia procurava evitar. No luteranismo posterior, a posição de Lutero provocou uma controvérsia a respeito do ponto em que a humanidade do Filho de Deus compartilha com os atributos divinos e atua juntamente com os mesmos. Se levarmos isso longe demais, perderemos de vista a real humanidade de Cristo. Além disso, nesse exagero, poremos em perigo a ideia inteira da kenosis, isto é, o esvaziamento do Logos quanto às suas prerrogativas divinas, por ocasião da encarnação. Calvino aprovava os pronunciamentos ortodoxos dos concílios, mas rejeitava a tendência de Lutero para o erro de Eutico, preferindo defender a ideia de duas naturezas distintas, embora nunca separadas. Para ele, a salvação depende das propriedades de ambas as naturezas. A natureza divina opera através da natureza humana; mas, ao mesmo tempo, a salvação também envolveria a obra de Jesus, em sua perfeita obediência e santificação, em lugar de todos os homens, em sua própria pessoa, pois a humanidade de Jesus não foi apenas o instrumento, mas também a causa material da salvação. A salvação só pode tornar-se realidade mediante o cumprimento dos três ofícios de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. Essa é uma boa teologia, concordando com a mensagem da epístola aos Hebreus, em trechos como 2:10 e 5:8. Jesus tanto foi aperfeiçoado quanto aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e experimentou. Infelizmente, em muitas igrejas calvinistas de nossos dias, a teologia popular ressalta tanto a divindade de Cristo que se perdem de vista aqueles importantes pontos teológicos que estão envolvidos na humanidade Cristo
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