Altruísmo e Egoísmo
Altruísmo (do latim, alter, outro), é a devoção ao interesse
do próximo, ou ação desinteressada, ou seja, ação que não tem algum a razão
pessoal, mas que realmente busca os interesses alheios. Como uma teoria ética,
surgiu nos fins do século XVII, sendo uma reação ao hedonismo psicológico de
Thomas Hobbes (1588-1679), segundo o qual o indivíduo serve a si mesmo,
mediante variadas formas de prazer. O altruísmo afirma que existem impulsos no
homem para fazer o bem ao próximo, inteiramente à parte de qualquer coisa que
ele possa ganhar para si mesmo. Hobbes havia argumentado que todos os impulsos naturais
podem ser atribuídos a alguma forma de auto-interesse, embora isso possa ser
escondido em certas ocasiões.
Por exemplo, quando
alguém sente “dó” de outrem , não é porque sinta horror pela calamidade de
outrem, mas porque vê a si mesmo como vítima potencial da calam idade, em algum
tempo futuro, ou mesmo no presente, por causa do significado que a outra pessoa
tem p ara ele. Isso equivale a dizer que ninguém é capaz de ter um amor desinteressado
— ficando assim destruída a própria base da m oralidade bíblica, e, de fato,
todos os códigos m orais e todas as religiões proclamam que a lei do amor é o
maior principio moral de todos, o sol orientador no firmamento ético. O egoísmo
distingue entre o auto-interesse crasso e o auto-interesse iluminado. O
primeiro é brutalmente egoísta. O segundo é sutilmente egoísta, pois leva em conta
os interesses alheios, mas sempre com objetivo de algum interesse próprio.
Por exemplo, farei o
bem aos meus filhos, mas não exclusivamente a eles, como pessoas distintas de
mim mesmo. Antes, o bem que farei em favor deles voltará para mim de diversas maneiras:
1. Eles me devolverão o bem recebido; 2. a sociedade me aprovará por causa de
minha bondade; 3. eu me sentirei bem (derivando disso um tipo de prazer), por
haver cumprido meu dever; 4. e mesmo do ponto de vista religioso, Deus me
recompensará. Se eu servir à sociedade, isso a ajudará a ser um a sociedade
mais estável e próspera, o que, por sua vez, será um lugar melhor para eu
viver. Obedeço às leis 'porque, em última analise, elas me beneficiam.
O altruísmo, em
contraste, apesar de admitir que as pessoas realmente agem egoisticamente, ao
mesmo tempo que se fingem altruístas, afirma que o indivíduo é capaz de ações
totalmente altruístas. Se um homem corre para dentro de um edifício em chamas,
a fim de salvar seu filho de um a morte horrenda, poderá sacrificar alegremente
sua própria vida, a fim de cumprir seu propósito. Em tal caso, ele fará isso
por seu filho, e não por temer o que os
outros diriam se ele não fizesse tal esforço.
De fato, seu filho talvez
seja mais importante para ele, do que ele é para si mesmo. Outrossim, o
altruísmo afirma que o interesse por outras pessoas, por causa delas mesmas, é
uma condição necessária à verdadeira moralidade, pois o egoísmo sempre corrompe
a boa lei do amor. Biblicamente falando, a lei do amor sempre ocupa o primeiro
lugar na lista das virtudes espirituais (Gál. 5:22), sendo a grande prova da
espiritualidade de alguém (I João 4:7-8). Visto que nos é mandado que amemos
(João 13:34), fica entendido que somos capazes de amar. O trecho de Gál. 5:22
ss mostra que as virtudes espirituais são fruto ou cultivo do Espírito. Através disso aprendemos que o
amor é uma qualidade espiritual e divina, em sua mais alta manifestação,
fazendo parte de nossa transformação espiritual. O amor aumenta na proporção em
que crescemos na espiritualidade.