Apologista — O que Significa?

Apologista — O que Significa?

APOLOGISTA

(Enciclopédia Bíblica Online)

O termo é usado para falar sobre aqueles pais da igreja cujas obras tiveram o intuito de defender a fé e a Igreja cristã contra os ataques. Esses ataques eram lançados pelo judaísmo, pelo paganismo, pelo estado, e também pela filosofia grega de várias escolas. Como é óbvio, muitos cristãos subsequentes e contemporâ­ neos podem ser chamados apologetas.  Ver o artigo intitulado, Apologética,  onde isso é demonstrado sob o titulo: Visões históricas acerca da apologética.  Mas, quando usamos as palavras "os apologetas", estas indicam os primeiros pais da Igreja que se atarefaram nessa atividade.
1. Tem os a pregação de Pedro,  proveniente do século II D.C., de autor desconhecido, que defendeu o cristianismo diante do judaísmo e do paganismo. Teve larga distribuição e tornou-se parte do livro de Aristides (que descrevemos abaixo). Nesse livro, os crentes são denominados «terceira raça». Mas foram preservados apenas alguns fragmentos.
2. Mais ou menos da mesma época, temos o livro chamado Quadratus,  escrito em defesa do cristianismo contra os abusos do estado rom ano. Foi apresentado ao imperador Adriano, na esperança de obter melhor tratamento para os cristãos, por parte das autoridades romanas. O livro foi escrito em Atenas, cerca de 125 D.C. Apenas uma sentença do mesmo foi preservada para nós.
3. A ristides defendeu o cristianism o con tra o paganismo. Ele era ateniense e escreveu em cerca de 147 D.C. Sua apologia foi endereçada ao imperador A ntônio. A "raça" cristã é ali cham ada de raça superior e digna de tratamento humanitário. A obra desapareceu, excetuando uma tradução siríaca e uma reprodução livre, no grego, no romance medieval de Barlaã e Joasafe. A obra ataca as formas de adoração entre os caldeus, os gregos, os egípcios e os judeus, exaltando o cristianismo acima dessas formas, tanto quanto à própria adoração quanto à moral.
4. Justino Mártir.  Sua apologia (escrita cerca de 150 D .C .) foi endereçada a A driano e a M arco Aurélio. Tomava a posição de que a filosofia grega, apesar de útil, era incompleta, e que esse produto não terminado é aperfeiçoado e suplantado em Cristo e Sua revelação. P ara Justino, o cristianism o era a verdadeira filosofia.  A filosofia grega era encarada sob a mesma luz que a lei judaica — precursora de algo superior.
5. Aristo,  meados do século II D.C., de Pela, na Pereia, escreveu um livro que não chegou até nós, mas que, de acordo com O rígenes, m ostrava que as profecias judaicas cumpriram-se em Jesus. Justino fez uso dessa apologia em sua obra.
6. A tenágoras,  fins do século II D .C ., escreveu contra o paganismo, o estado romano e a filosofia grega. Endereçou seu livro a M arco A urélio, esperando poder melhorar o tratamento conferido aos cristãos. Essa obra incluia argumentos em prol da ressurreição dos mortos.
7. Taciano,  discípulo de Justino M ártir, exibiu considerável antagonismo contra a filosofia grega, em seus argum entos em prol da superioridade do cristianismo.
8. Teôfilo de Antioquia, que escreveu um pouco mais tarde, seguiu o caminho trilhado por Taciano.
9. Minúcio Félix (fins do século II ou começo do século III D.C.), em contraste com Taciano, procurou demonstrar que os cristãos são os melhores filósofos; quando os filósofos são bons, parecem-se mais com os cristãos.
10. Tertuliano (falecido no século III D.C.) atacou a filosofia com argumentos filosóficos, e os filósofos nunca o perdoaram por esse m otivo. Ele atacou a substância e o espírito da filosofia grega, bem como o gnosticismo e o paganismo em geral. Considerava a filosofia produto da mente pagã, julgando-a inútil como apoio à fé. E xaltava a fé na revelação, mas falhou quando não percebeu que a fé e a filosofia devem ser sujeitas à pesquisa da razão, a fim de que o falso seja separado do verdadeiro, e que o verdadeiro seja melhor compreendido.
11. Irineu,  bem como seu discípulo, H ipõlito, defendeu o cristianismo contra os gnósticos, muito poderosos na sua época. Ver o artigo sobre o gnosticismo.  Sua obra principal nessa linha foi Contra as Heresias (cerca de 180 D.C.). O original grego se perdeu, excetuando fragmentos, preservados nos escritos de Hipólito, Eusébio e Epifânio. Todavia, a obra foi preservada inteira em uma tradução latina. T rata-se da m ais com pleta declaração acerca das fantasias gnósticas. Sua exposição pode ser chamada de primeira exposição sistemática das crenças cristãs. Irineu foi um dos mais influentes cristãos da Igreja antenicena.
12. Am óbio  (300 D.C.) tinha a filosofia e a razão humana em baixo conceito. Atacou a ideia platônica da preexistência da alma e defendeu o criacionismo. Sua obra principal é Adversus Gentes.

13. Lactâncio e Eusébio de Cesareia (III e IV séculos da era cristã) deram continuação à tradição apologética, exaltando o cristianism o em face do paganismo e do judaismo. Eusébio foi um origenista da segunda geração, decidido aderente da teologia filosófica do Logos, em bora tivesse várias ideias não-ortodoxas acerca da divindade de Cristo. Sua principal contribuição é a sua História Eclesiástica. Suas obras apologéticas, embora de menor valor, encontraram lugar na história literária cristã.

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