Áquila e Priscila — Estudo Bíblico

Áquila e Priscila — Estudo BíblicoÁQUILA E PRISCILA


Áquila é o termo grego que significa “águia”.  Priscila é o nome grego que significa “pequena idosa senhora”,  diminutivo de Prisca, a forma empregada por Paulo. Eles eram marido e mulher, e Paulo sempre os menciona juntos. Eram amigos achegados de Paulo. Áquila era judeu, nativo da província asiática do Ponto (ver Atos 18:2). O nome era comum em seu tempo.

Referências no Novo Testamento são Atos 18:1-3,18, 26; Rom. 16:3-5; I Cor. 16:19; II Tim. 4:19. Honrados pela Igreja. A  Igreja Ortodoxa Grega considera Áquila bispo e apóstolo, honrando sua data a 12 de julho. A festa de Áquila e Priscila cai a 8 de julho , dentro do calendário rom ano, onde ele é considerado bispo de Heracleia. Atos 18:2: E encontrando um judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que pouco antes viera da Itália, e Priscila, sua mulher (porque Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma), foi ter com eles . Áquila...com Priscila.  Tratava-se de um casal de judeus cuja profissão era a de fabricantes de tendas, o que também pode significar trabalhos diversos em couro, não indicando m eram ente a fabricação de tendas, as quais, na época, eram feitas de peles de animais. (Ver Atos 18:3). Áquila era natural do Ponto (que vide), mas o casal evidentemente residia na cidade de Roma até pouco tempo atrás, quando Cláudio baixou um decreto (em cerca de 49 D .C .) que obrigava todos os judeus a abandonarem aquela cidade.

Com base nas diversas narrativas que existem a respeito deles, é muito difícil determinarmos se já eram cristãos, quando conheceram o apóstolo Paulo. Existem bons intérpretes de ambos os lados da questão, alguns pensando que a resposta é positiva, e outros, negativa. Ora, Paulo ficou em companhia deles, em Corinto, por ter a mesma profissão,  que eles, porquanto era costumeiro, entre os judeus, procurarem pessoas de seu próprio meio, não envolvendo apenas a questão racial, m as também a profissão. (Ver as notas expositivas no NTI acerca do versículo três do capítulo 18 de Atos, na parte que versa sobre essa questão). É bem provável que quando estavam em Corinto, em companhia de Paulo é que Áquila e Priscila “arriscaram as suas próprias cabeças”, conforme lemos no trecho de Rom. 16:4. (Ver as notas expositivas nessa passagem no NTI). É possível que por intermédio deles é que Paulo sentiu responsabilidade por Rom a, como um lugar até onde deveria alcançar o seu ministério. Quando Paulo partiu de Corinto, esse casal o acompanhou até Éfeso; e nessa viagem foi estabelecido um contato com essa cidade que produziu diversos resultados posteriores para eles.

Estando eles ali, foram capazes de instruir melhor ao poderoso e influente pregador Apoio, orientando-o melhor no caminho de Cristo. (Ver Atos 18:18-28). Áquila e Priscila tinham uma congregação que se reunia em sua casa, quando foi escrita a primeira epístola aos crentes de Corinto (ver I Cor. 16:19). £ fora de dúvida que desse centro o evangelho se propagou a outros lugares, e em parte, a igreja cristã de Éfeso se tornou poderosa, assim fazendo daquela congregação local um centro do cristianismo. Algum tempo depois esse casal obviam ente regressou a Roma, pois o decreto de Cláudio deve ter sido um tanto afrouxado em seu rigor. (Ver Rom. 16:3). O trecho de II Tim. 4:19 parece indicar um a renovação subsequente da residência do casal em Éfeso. Alguns estudiosos têm pensado que a referência a Áquila e Priscila, no décimo sexto capítulo da epístola aos Romanos seja uma confirmação da suposição de que esse capítulo, originalmente, era uma pequena epístola escrita para os cristãos de Éfeso, mas que acabou sendo vinculada à epístola maior aos Rom anos. (Ver o livro de K. Lake, The Earlier Epistles of St. Paul,  vol. 1, 1911, pág. 327 e ss).  Contudo, não dispomos de qualquer meio para confirmarmos essa conjetura, a não ser que a última porção da epístola aos Romanos realmente não pareça fazer parte original dessa epístola.

É deveras interessante a observação de que o nome de Priscila aparece antes do de seu marido, nas passagens de Atos 18:18, Rom. 16:3 e II Tim. 4:9. Com base nesse fator, alguns eruditos têm pensado que era ela alguma dama romana- de categoria social superior à de seu marido. (Ver Ramsay, Cities and Bishoprics o f Phrygia,  1895-1897, pág. 637). Todavia, esse fenômeno talvez indique que Priscila era elemento de maior proeminência na igreja local. As tentativas para demonstrar que Áquila era membro ou liberto da “gens Pontia” ou da “gens Acilia”,  são inconclusivas, tal como também a tentativa de identificar Priscila com os “Prisci”, outro clã de nobres. Paulo usava a forma Prisca,  como nome dela (o que aparece nos melhores manuscritos quando Paulo faz alusão a ela, como em Rom. 16:4), ao passo que Lucas prefere usar a forma diminutiva, isto é, “Priscila”. A. Harnack, em sua obra Zeitsch riftfur die Neutestamentliche Wissenschaft (I, 900, págs. 16 e s.),  conjetura que Áquila e Priscila juntos, mas sob a liderança dessa última, teriam escrito a epístola canônica aos Hebreus. Todavia, outros estudiosos têm pensado que o seu autor tenha sido Apoio. Na realidade, porém, não há como averiguarmos o acerto ou não dessas opiniões, que são tão válidas, por isso mesmo, como quaisquer outras.