Isaías 13 — Explicação das Escrituras

Isaías 13

Isaías 13 é um capítulo que contém um oráculo profético contra a Babilônia, um poderoso império conhecido por sua crueldade e arrogância. O capítulo prediz a queda e destruição da Babilônia, descrevendo-a como um julgamento de Deus. As imagens usadas são vívidas e retratam a devastação que sobrevirá à Babilônia, transformando-a num deserto desolado. Este capítulo enfatiza a soberania de Deus sobre as nações e Sua capacidade de realizar justiça, mesmo contra poderes poderosos. Serve como um lembrete de que os reinos terrenos não estão além do julgamento de Deus e que Seus propósitos acabarão por prevalecer.

Explicação

13:1–5 Os próximos onze capítulos contêm profecias contra as nações gentias. A primeira é a Babilônia, a potência mundial que esmagou a Assíria (cerca de 609 a.C.). No capítulo 13, vemos a Babilônia sendo conquistada pelos medos e persas (539 a.C.). Contudo, algumas das profecias vão além desse evento, para a destruição final da Babilônia no final da Grande Tribulação (Ap 17, 18).

Deus reúne o exército medo-persa (“Meus santificados”) para entrar pelos portões dos nobres (a cidade de Babilônia) e destruir toda a terra.

13:6–13 Os horrores do desastre são descritos a seguir – medo e tristezas, terríveis perturbações celestiais e uma impressionante redução na população. Alguns destes versículos vão além do triunfo medo-persa, para o dia do Senhor, que afetará o mundo inteiro e que na verdade envolverá cataclismos nos céus.

13:14–22 Haverá uma saída em massa da Babilônia, estrangeiros regressando às suas próprias terras. Aqueles que permanecerem sofrerão uma crueldade indescritível. Os versículos 19–22 tiveram um cumprimento parcial, mas o desenvolvimento completo é futuro.

Existem certas dificuldades relacionadas com as profecias da destruição da Babilónia, tanto da cidade como do país (Isa. 13:6-22; 14:4-23; 21:2-9; 47:1-11; Jer. 25 :12–14; 50; 51). Por exemplo, a captura da cidade pelos medos (Is 13:17) em 539 a.C. não resultou numa destruição semelhante à de Sodoma e Gomorra (Is 13:19); não deixou a cidade desabitada para sempre (Is 13:20-22; não foi realizado por uma nação do norte – a Medo-Pérsia ficava ao leste (Jr 50:3); não resultou em Israel ou em mais de um remanescente de Judá buscando ao Senhor ou retornando a Sião (Jeremias 50:4, 5) e não envolveu a quebra dos muros e o incêndio dos portões (Jeremias 51:58).

Quando nos deparamos com uma dificuldade como essa, como lidamos com ela? Em primeiro lugar, reafirmamos a nossa total confiança na Palavra de Deus. Se há alguma dificuldade é por falta de conhecimento. Mas lembramos que os profetas muitas vezes conseguiam fundir o futuro imediato e o futuro distante sem sempre indicar quaisquer sinais de tempo. Em outras palavras, uma profecia poderia ter um cumprimento local e parcial e um cumprimento remoto e completo. Esse é o caso da Babilônia. Nem todas as profecias foram cumpridas. Alguns ainda são futuros.

A Babilônia está programada para desempenhar um papel proeminente no Período da Tribulação. Mas a sua condenação já está pintada em cores vivas em Apocalipse 17 e 18. Antes do Segundo Advento de Cristo, todas as profecias relativas à destruição da Babilónia serão cumpridas até ao “T”. O que não está claro para nós hoje será claro para aqueles que vivem naquela época.

Notas Adicionais:

13.1 Sentença. Heb massã', “fardo”, “carga”, “mensagem pesada”. O profeta tem de trazer uma mensagem dura e desagradável; os capítulos 13 até 23 anunciam os juízos contra vários povos vizinhos de Israel.

13.1-14.23 Outras profecias sobre a Babilônia: Is 47.1-15; Jr 50.1-51.64. Sobre a queda da Babilônia, escatológica, o domínio do paganismo e do materialismo (cf. Ap 17;1-18.24).

13.2 Talvez este versículo descreva algum ato de traição através do qual alguém, na cidade da Babilônia, viria a mostrar ao invasor persa como se deve entrar na cidade. Seja como for, em 539 a.C., o rei Ciro, da Pérsia, ficou sabendo que poderia entrar naquela cidade pela entrada aberta para a leito do rio.

13.12 Ofir. Em 1 Rs 9.26-28 e 22.49 percebe-se que, para chegar a Ofir, era necessário navegar pelo mar Vermelho; é provável que o local se situasse no sudeste da Arábia (2 Cr 3.6n).

13.13 Estremecer... sacudida. Na revelação da ira de Deus, o universo físico será sacudido até aos alicerces. Tais representações fazem parte integrante das descrições do Dia do Senhor, e não se devem desprezar como se fossem meras expressões figuradas. Veja 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10; 2 Ts 1.7-8.

13.17 Profetiza-se aqui a futura situação dá cidade da Babilônia, que nunca mais viria a ser construída (vv. 20-22; cf. também Jr 51.61-64).

13.19 Sodoma e Gomorra. O profeta, aqui, mostra a destruição destas cidades, descrita em Gn 19.24, como indubitável fato histórico.

13.20 As Escrituras profetizam a ruína absoluta da Babilônia, declarando que a cidade nunca voltará a existir, como de fato até hoje não foi restaurada, Por este motivo, é lógico entender que a Babilônia mencionada em Apocalipse caps. 17 e 18 não é a nação e a cidade conhecidas pelos historiadores. Trata-se, decerto, de alguma combinação política é eclesiástica da qual a Babilônia do Antigo Testamento é apenas um tipo, um exemplo.

13.21 Suas casas. Dos babilônios. Repousarão. Cf. Ap 18.2. Sátiros. Heb setrim, lit. ”cabeludos”, que na maioria dos casos significa “bodes” (cf. Gn 37.31; Lv 4.23). Traduz-se por “demônios” em Lv 17.7, cf. também 2 Cr 11.15; Is 34.14. Talvez a maldição sobre o sítio original da cidade é o que leva até os árabes a evitar as ruínas, 20.

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