Isaías 19 — Explicação das Escrituras

Isaías 19

Isaías 19 apresenta uma profecia a respeito do Egito. O capítulo prevê uma época de turbulência e instabilidade no Egito, com desafios económicos e políticos que conduzem à confusão e à divisão entre o povo. O capítulo também fala de um período em que o Egito se voltará para ídolos e falsos deuses, levando a mais angústias. No entanto, há uma mensagem de esperança entrelaçada com a profecia: um remanescente de egípcios acabará por se voltar para o Deus verdadeiro, e uma estrada de adoração ligará o Egito à Assíria e a Israel. Este capítulo sublinha a soberania de Deus sobre as nações e o Seu desejo de que as pessoas se voltem para Ele, mesmo em meio a circunstâncias difíceis.

Explicação

19:1–3 Quando o Senhor descer para julgar o Egito, os ídolos vacilarão e o povo entrará em pânico. A guerra civil irá rebentar e os melhores cérebros do governo recorrerão em vão aos ídolos e a várias formas de espiritismo (os encantadores).

19:4–10 Um déspota cruel governará a terra. A seca severa irá secar o abastecimento de água, causando o fracasso das colheitas, destruindo a indústria pesqueira, fechando as fábricas têxteis e trazendo a ruína a todos os segmentos da população, sejam eles líderes ou pessoas comuns.

19:11–15 Os melhores conselheiros do Faraó, que viveram em Zoã e Nofe, não terão sabedoria para lidar com a situação. Na verdade, os seus conselhos trouxeram o desastre para o Egito, de modo que a situação é agora desesperadora.

Os primeiros quinze versículos já foram cumpridos. Após a morte de Tiraca, que governava o Egito na época da profecia de Isaías, o país foi dilacerado por conflitos civis. O Egito foi dividido em doze reinos, todos sujeitos à Assíria. Finalmente o país foi unido novamente sob Psamético, o “mestre cruel” do versículo 4. O resto do capítulo ainda não foi cumprido.

19:16, 17 Quando Deus agitar o punho, a população tremerá de medo. A mera menção de Judá fará os corações dos egípcios afundarem.

19:18–20 Mas também é prometida restauração à terra do Egito. Cinco cidades se tornarão centros de adoração a Jeová, inclusive Heliópolis (cidade do Sol), também chamada de Cidade da Destruição. Haverá um altar ao Senhor no meio da terra, e uma coluna ao Senhor nos seus limites, ambos os quais serão testemunhas do Senhor. Josefo nos diz que a profecia do versículo 19 foi cumprida em 1 a.C. quando Onias, o sumo sacerdote, fugindo de Jerusalém, obteve permissão para construir um altar no Egito. Mas o significado pleno da profecia é, sem dúvida, milenar.

19:21, 22 Os julgamentos de Deus sobre o Egito conseguirão levar o povo a adorá-Lo.

19:23 Uma estrada passará do Egito (através de Israel) até a Assíria com passagem irrestrita. As nações se unirão na adoração de Jeová.

19:24, 25 Então Israel será um dos três com o Egito e a Assíria, ou seja, formarão uma aliança tripla, desfrutando das bênçãos do reino de Cristo. Observe a repetição de “naquele dia” (vv. 16, 18, 19, 21, 23, 24).

Notas Adicionais

19.1 Nuvem ligeira. Símbolo de destruição rápida e inesperada, como acontece nas tempestades, no Oriente Médio. Na Bíblia, a nuvem é também um símbolo bíblico da presença divina, de modo geral, e a ideia de Deus “cavalgar” numa nuvem significa que os propósitos divinos avançam na terra com instrumentos humanos: no caso é Sargom II, Rei da Assíria, 722-705 a.C., que, sem querer, cumprirá esta profecia do servo de Deus.

19.1-15 O julgamento físico do Egito: 1) Desolação da terra, v. 11; 2) Guerra civil, v. 2; 3) Falência religiosa, v. 3; 4) O despotismo, v. 4; 5) Falência agrícola, ao secar-se o Nilo, 510; 6) Falência cultural, 11-13; 7) Falência política e econômica, 14-15.

19.4 Um Senhor duro. O Egito sofreu invasões violentas dos assírios, pelo rei Esarhadom em 672 a.C., e pelo rei Assurbanipal em 622 a.C. Pensa-se também nas invasões de Cambises da Pérsia, em 530-522 a.C., e, finalmente, de Ptolomeu I, que assumiu o trono do Egito em 323 a.C., formando até uma dinastia grega, depois das conquistas de Alexandre Magno. A profecia pode ter uma aplicação imediata, ou pode também ser uma maldição genérica, aplicável a séculos da história do Egito.

19.6 Refere-se, aqui, ao sistema de irrigação, já que o Egito dependia somente do rio Nilo. Os canais, riachos e aquedutos, que daquele rio se derivam, produziam terras fecundas por vários quilômetros além das ribanceiras do mesmo o qual era adorado como um deus. Juncos. Inclusive o papiro, do qual se formava um tipo de papel.

19.10 Grandes. Provavelmente, os comerciantes egípcios. Os operários que não acham serviço numa época de falência nacional.

19.1.1 Zoã. Cidade famosa na parte nordeste do delta do Nilo, sede da corte egípcia, especialmente no período dos hicsos, 1710-1570 a.C. Tornou-se um sinônimo bíblico do próprio Egito. Antigos reis. Os conselheiros alegavam ser descendentes da casta sacerdotal que produziu as primeiras dinastias reais, mais de mil anos antes, época das pirâmides, da cultura, da ciência, da magia e do misticismo.

19.13 Mênfis. Nas margens do Nilo 16 km ao sul da atual cidade do Cairo. Foi a capital do Baixo Egito, um centro de cultura e religião.

19.16-25 O julgamento religioso do Egito. Depois dos julgamentos, haverá a possibilidade de reconhecer-se a mão de Deus na história, cf. 17.7-8n. Haverá o culto prestado a Deus, 19; haverá um salvador da parte de Deus, 20; haverá uma conversão a Deus, 21; o Egito tomará parte na disciplina divina, a maneira de Deus de purificar pela punição e pela restauração. Vê-se, pois, a inclusão futura do Egito no tipo de religião que já fora revelada a Israel. O maior momento, até agora, no cumprimento desta profecia foi quando o evangelista Filipe se encontrou com um alto oficial da rainha da Etiópia (At 8.26-40), ocasião que produziu a antiquíssima igreja Cóptica na região egípcia.

19.24 Terceiro. O Egito, Israel e Assíria formarão uma aliança espiritual com Deus; talvez os nomes sejam símbolos; o Povo de Deus, um dia, reinará sobre todas as forças, do mundo.

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