Explicação de Isaías 42
Isaías 42
Isaías 42 introduz o conceito do “Servo do Senhor”. O capítulo descreve este Servo como escolhido e ungido por Deus para trazer justiça e retidão às nações. A missão do Servo é caracterizada pela humildade, gentileza e foco nos oprimidos e nos corações partidos. O capítulo enfatiza o papel do Servo no estabelecimento da aliança de Deus e em ser uma luz para as nações. Fala de um novo cântico de louvor e da obra transformacional de Deus. Este capítulo estabelece as bases para a identidade e o propósito do Servo, que é entendido por muitos como uma representação de Jesus Cristo na teologia cristã.Explicação
42:1-4 O nome “Servo” é aplicado por Isaías ao Messias, a toda a nação de Israel, ao remanescente piedoso do povo (43:10) e a Ciro. Normalmente, o contexto deixa claro qual é a intenção. Nos versículos 1–4 é claramente o Senhor Jesus – sustentado e escolhido por Deus e dotado do Espírito Santo. Ele trará justiça aos gentios, não será um agitador, não esmagará a verdadeira penitência ou apagará uma centelha de fé, não falhará nem será desencorajado até que Ele estabeleça Seu Reino justo.42:5-9 Deus, o poderoso Criador, agora se dirige ao Messias e diz o que Ele se propõe a realizar por meio deste a quem Ele chamou... em justiça. Deus não compartilhará Sua glória com outro, e muito menos com imagens esculpidas. Suas predições passadas aconteceram, e agora Ele revela o futuro mais uma vez.
42:10–13 Israel chama as nações mais remotas da terra para se unirem em louvor ao Messias enquanto Ele desce, um poderoso homem de guerra, para executar vingança contra Seus inimigos. A menção de Kedar e Sela significa que vozes árabes vão se juntar à nova música.
42:14–17 Jeová está falando aqui. O tempo de Seu autodomínio já passou; agora Ele vai liberar Sua fúria sobre Seus inimigos, Ele tratará misericordiosamente com o remanescente crente de Israel, e Ele envergonhará totalmente todos os idólatras.
42:18–22 No versículo 19 o servo não é mais o Messias. É Israel, surdo e cego às palavras e obras de Jeová. “Quem é cego como aquele que é perfeito?” pode significar perfeito quanto ao privilégio, ou pode ser traduzido como “Quem é cego como aquele em quem confiei?” (JND), ou, “Quem é tão cego como aquele que está em paz comigo?” (NASB). Israel foi levado a um relacionamento de aliança com o Senhor, mas não andou de forma digna de seu alto chamado. O Senhor exaltou a lei. Foi honroso para Ele. Mas Israel o desprezou e desobedeceu, e como resultado foi entregue ao roubo, ao saque e à prisão.
42:23–25 O profeta Isaías pergunta: “Quem dentre vocês dará ouvidos a isso? … Quem deu Jacó por despojo e Israel aos ladrões? Não foi o Senhor, contra quem pecamos?” Deus havia derramado sobre Israel a fúria de Sua ira e o fogo da batalha, mas ninguém parecia discernir o significado de Seu castigo ou levá-lo a sério.
Notas Adicionais:
42.1 Meu Servo: Trata-se do próprio Messias, Jesus Cristo, cf. as numerosas referências no NT a este trecho inteiro (vv. 1-7). O antigo texto grego, traduzido do hebraico, usa a palavra pais, que tanto significa “servo” como “filho”, dando assim um prenúncio de mais algum pormenor do Messias: é Filho de Deus. Espírito: Uma revelação da Santíssima Trindade no AT. Deus Pai dá para Deus filho, Jesus Cristo, o Espírito Santo, cf. Jo 15.26. Direito: A justiça e a verdade religiosa, heb mishpãt.
42.3 Estas expressões falam da misericórdia de Jesus Cristo, seu amor para com os fracos. Os perdidos, que quer restaurar, perdoar, curar, salvar. Esta compreensão se revela em Jo 4.7-18; 8.1-11.
42.6 Mediador da aliança. Esta obra de Jesus Cristo descreve-se em Hb 9.15; 12.24, e luz para os gentios em Lc 2.32.
42.8 Minha honra, às imagens: Isto exclui não apenas toda e qualquer idolatria grosseira, mas também a da mariolatria e toda invocação dos santos, e muito mais, a adoração do eu, revelada no mundanismo, na concupiscência da carne, na falta do domínio das paixões.
42.9 Primeiras predições: Na época do cativeiro na Babilônia, 597-538 a.C., todas as profecias contra Samaria e Jerusalém eram coisas do passado, cumpridas segundo o aviso de Deus. Com isto, os prisioneiros podiam confiar que o libertador viria em breve, e podiam assim praticar sua religião sem dúvidas, nem hesitações. Depois da vinda de Ciro, haveria mais motivos ainda para se considerar o livro de Isaías como verbalmente inspirado pelo Espírito.
42.11 Quedar: Foi o segundo filho de Ismael, Gn 25.13. Seus descendentes viviam ao noroeste da Arábia, e aqui o nome representa os povos árabes em geral.
42.14 O profeta imagina o que acontece quando a longanimidade de Deus finalmente chega ao fim, uma vez provocada a Sua ira pelo pecado dos homens que recusam a todas as provas do amor divino (Rm 2.3-8).
42.15 terras ricas se tornariam em rios sem humanidade.
42.16 Cegos: A época do julgamento das nações também é a época em que Deus mostrará a plenitude da sua misericórdia aos fiéis, aqueles que são chamados segundo Seu propósito. O profeta Ezequiel usa, em vários lugares, a expressão “e saberão que eu sou o Senhor”, cada vez que descreve um ato dramático da revelação de Deus, seja punir totalmente os rebelde (Ez 6.14), seja para derramar o Espírito Santo numa grande restauração espiritual (Ez 37.13-14). O que é luz para os fiéis, é fogo consumidor para os infiéis, a intervenção de Deus na história humana é libertação e vindicação para os fiéis, que se chamam “cegos” porque andam pela fé e não pelas aparências, porque dependem tão-somente da graça de Deus e não do próprio merecimento.
42.18-25 Compare este com o segundo dos chamados “Cânticos do Servo” (49.1-6). Apresenta-se aqui o plano de Deus em restaurar o mundo mediante um povo particularmente Seu, zeloso de boas obras. Israel foi chamado à obra (Gn 12.1-3), mas na realidade o único a cumprir a missão foi Jesus Cristo em pessoa; agora, a obra vai sendo realizada pela presença de Jesus que habita nos crentes através do Espírito Santo. O primeiro “Cântico” acha-se em 42.1-7.
42.19 Mensageiro... amigo... servo: O servo do Senhor, como nação de Israel, como revelado em Jesus Cristo, e agora, como se vê no dia de hoje, na forma da verdadeira Igreja, continua a ter a mesma vocação missionária. É levar a mensagem divina para um mundo perdido, é ser amigo do nosso próximo em todos os sentidos, assim como Cristo se revelou nosso Amigo amantíssimo, e deseja nos aceitar no Seu círculo íntimo de amigos, Jo 15.13-15. É servir a Deus e ao nosso semelhante, com fé e com amor.
42.25 Contudo, não a entenderam: Toda a congregação ficou infrutífera.
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