Isaías 57 — Explicação das Escrituras

Isaías 57

Isaías 57 aborda o problema da idolatria e da infidelidade. O capítulo condena a adoração de falsos deuses pelo povo e seu adultério espiritual. Fala do julgamento de Deus contra aqueles que seguem tais práticas. O capítulo descreve a natureza passageira da vida humana e o contraste entre os justos e os ímpios. Adverte contra a confiança em ídolos feitos pelo homem e apela ao arrependimento. Isaías 57 sublinha a importância da adoração genuína e da devoção sincera a Deus, ao mesmo tempo que alerta contra as consequências da desobediência espiritual e da idolatria. Serve como um lembrete da necessidade de humildade e submissão aos caminhos de Deus.

Explicação

57:1, 2 Os dois primeiros versículos do capítulo 57 estão ligados aos versículos 9–12 do capítulo anterior. No meio de todo o pecado e opressão, os justos são varridos pela perseguição. Do ponto de vista humano, ninguém se importa. Mas Deus se importa – Ele livra os piedosos do mal e os conduz à paz e ao descanso.

57:3–6 Mesmo no exílio, algumas pessoas continuam com suas práticas idólatras. Neste sentido, são descendentes dos pais infiéis, do adúltero e da prostituta. Zombando do Senhor, são filhos da transgressão e da falsidade. Eles ardem de luxúria na adoração das árvores; eles sacrificam crianças a Baal ou a Moloque nos vales.

57:7–10 É tudo um relacionamento adúltero com ídolos nos santuários das montanhas. Em vez de escrever a lei de Deus nas ombreiras das portas (Deut. 6:9; 11:20), eles penduram símbolos idólatras atrás das portas e se envolvem em orgias sexuais. Eles trazem presentes e ofertas ao rei (Moloque significa rei) e enviam mensageiros ao Sheol em busca de novas abominações. Mesmo quando ficam exaustos pela sua dissipação, eles não desistem, mas parecem recuperar o fôlego e avançar para mais maldade.

57:11–13 Sem temor de Jeová, eles mentem e não pensam duas vezes Nele. Porque Ele mantém a Sua paz, eles perdem o respeito por Ele. Mas Ele exporá a sua justiça própria e o seu pecado, e os seus ídolos não os ajudarão. Seus deuses falharão totalmente com eles, mas aqueles que... confiam no Senhor serão abençoados.

57:14–19 Aos fiéis no exílio, Deus promete que uma estrada será construída para seu retorno e toda obstrução será removida. Pois o Deus que habita no alto e santo lugar também habita no coração humilde e contrito. Ele não contenderá para sempre com as almas que Ele criou, caso contrário elas pereceriam sob Sua ira. Deus enviou Sua ira contra Seu povo ganancioso e apóstata, mas Sua ira tem limite. Ele restaurará aqueles que se desviam de sua idolatria, fazendo com que tragam a Ele o fruto de seus lábios.

57:20, 21 A maravilhosa comparação feita por Isaías entre os ímpios e o mar agitado é traduzida muito bem em versículos em inglês como segue:

20: Mas quanto aos ímpios, eles são como o mar,
Atormentado pela tempestade, nem capaz de descansar,
Mas suas águas estão sempre agitadas,
Levantando a lama e a sujeira! (Jennings, Isaiah, p. 668.)

Haverá paz para os justos, mas não haverá paz... para os ímpios.

Notas Adicionais

57.2 Leito. Os túmulos nos quais os fiéis “descansam” às vezes são chamados de “leitos”, já que a morte é a espera da vida eterna.

57.3 Descendência da adúltera. Metáfora das abominações de Israel como nação idólatra, traindo seu compromisso com a lei de Deus.

57.4 De quem chasqueais? Os malvados ousam zombar dos fiéis, especialmente dos justos perecidos, dos quais falam os vv. 1 e 2.

57.7 Leito. Continuando a linguagem figurada do v. 3, equiparando a idolatria à prostituição, o leito aqui é a lugar do culto pagão, o altar dos ídolos, ao lado do qual se praticavam os atos imorais.

57.8-10 Retrata a mulher adúltera insaciável e a nação idólatra que nunca se sacia com a importação de cultos pagãos misteriosos.

57.8 Símbolos eróticos. Heb zikhrôn, “memória”, “memorial”, “símbolo”, “sinal”, “ídolo”, que pode ser uma imagem de alguma divindade pagã, mas que a arqueologia indica ser talvez uma efígie dos órgãos sexuais, levantada para “honrar” certos ídolos pagãos. Essas práticas eram comuns em Canaã, levando os adeptos a excessos e orgias, tudo para a maior glória da divindade pagã e para a maior desonra de Deus.

57.9 Envias os teus embaixadores. Não espera até ser procurado, mas busca de longe o objeto da sua volúpia. Talvez se refira a ídolos e altares importados de longe (2 Rs 16.1015).

57.12 Publicarei essa justiça tua. A justiça dos pagãos não é grande coisa para se publicar uma vez que uma revelação da injustiça dos infiéis.

57.14 Aterrai. Descreve-se uma ordem vinda diretamente dos céus, como em 40.3-5 e 62.10. Tropeços. Sociais, políticos e espirituais.

57.15 Habito no alto. A grandeza de Deus, e Seu divino poder, vem ao encontro da pobreza e necessidade humanas, especialmente quando esta situação humana foi causada pelo pecado de outros. Deus é transcendente, além da nossa situação, além do universo físico, e é imanente, presente no âmago de todas as coisas no universo; revela-se nas obras da criação, revela se, mais ainda, nas ideias e nos ideais da consciência humana. O contraste nos mostra quão grande é o amor é a misericórdia de Deus, o altíssimo e Santo, que procura morada, no “coração dos contritos” e no “espírito dos abatidos”.

57.19 Paz. Esta paz foi produzida por Cristo, 53.5; Ef 2.13.

57.21 Não há paz. Os perversos, que não prestam atenção a Deus e à Sua Palavra, não gozarão da paz que o Príncipe da Paz preparou para todos, pois eles rejeitaram-na (cf. 48.22).

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