Gênesis 11 — Explicação das Escrituras

Gênesis 11

11:1–4 No capítulo 10, que vem cronologicamente depois do capítulo 11, a humanidade foi dividida de acordo com as línguas (vv. 5, 20, 31). Agora aprendemos a causa das divisões. Em vez de se espalharem pela terra, como Deus pretendia, os homens construíram uma cidade e uma torre em Sinar (Babilônia). Disseram uns aos outros: “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume chegue até aos céus; façamos um nome para nós mesmos, para que não sejamos espalhados por toda a face da terra. Portanto, era uma política de orgulho (para fazer um nome para si mesmos) e desafio (para evitar a dispersão). Para nós, a torre também pode retratar o esforço incessante do homem caído para alcançar o céu por suas próprias obras, em vez de receber a salvação como um dom gratuito da graça.

11:5–9 O SENHOR julgou o povo confundindo sua língua. Este foi o começo das muitas línguas diferentes que temos no mundo hoje. Pentecostes (Atos 2:1–11) foi o reverso de Babel no sentido de que cada homem ouviu as maravilhosas obras de Deus em sua própria língua. Babel significa confusão, o resultado inevitável de qualquer união que deixa Deus de fora ou não está de acordo com Deus.

11:10–25 Esses versículos traçam a linhagem de Sem a Abrão. Assim, o registro histórico se reduz da raça humana a um ramo dessa raça (os semitas) e depois a um homem (Abrão), que se torna o chefe da nação hebraica. O resto do AT é em grande parte uma história desta nação.

11:26–32 Abrão foi um grande homem de fé e um dos homens mais importantes da história. Três religiões mundiais — judaísmo, cristianismo e islamismo — o veneram. Ele é mencionado em dezesseis livros do AT e onze livros do NT. Seu nome significa “pai exaltado” ou, conforme alterado para Abraão, “pai de uma multidão”.

Há um problema matemático nesta passagem. Derek Kidner explica:

A idade da morte de Tera apresenta uma dificuldade, pois faz com que seu filho mais velho tenha 135 anos (26), enquanto Abrão tinha apenas 75 (12:4, com Atos 7:4). Uma solução é supor que Abrão fosse o filho mais novo, nascido sessenta anos depois do mais velho, mas colocado em primeiro lugar na lista em 11:26, 27 por causa de sua proeminência (como Efraim antes de Manassés). Outra é seguir o texto samaritano, que dá a idade de Terah como 145 na morte. Isso parece preferível, apenas porque Abrão dificilmente teria feito a exclamação de 17:17 se seu próprio pai o tivesse gerado em 130.
(Derek Kidner, Genesis, p. 112.)

Ur dos caldeus (v. 31), na Mesopotâmia, era um centro de idolatria pagã. Terah e sua família viajaram para o noroeste, para Harã, a caminho da terra de Canaã.

Notas Adicionais:

11.2 Sinar tem referência às planícies da Babilônia.

11.4 Cujo tope. Eles tinham conhecimento maior do que o que se revela, nesse esforço por construir uma torre que alcançasse o céu. A melhor tradução do texto seria a seguinte: “Uma torre com o céu no tope”. Nos sítios onde foram edificadas muitas das antiquíssimas cidades da Mesopotâmia encontram-se os remanescentes das torres que teriam sido construídas e ficaram incompletas, atingindo apenas alguns andares. Nas plaquetas de barro, tais torres são referidas como “zigurates” e relacionam-se com a vida religiosa dos povos antigos que ocupavam aquelas regiões. Na parte mais alta dos “zigurates” encontravam-se, usualmente, locais de culto e sacrifício (ver MB, p 82).

11.6, 7 Aqui vemos a atitude de Deus que reconhece o valor na unidade e na paz quando são caracterizadas pela santidade. Fora disso, melhor a divisão do que a apostasia coletiva (cf. Lc 12.51). Pentecostes é um novo começo. O evangelho é proclamado em muitas línguas apontando para o cumprimento final de Sf 3.9, “Então darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, e o sirvam de comum acordo”. O emprego do plural sugere a Trindade (cf. Gn 1.26).

11.9 Babel (cf. o heb. balal, confundir). Tanto a história como a arqueologia dão testemunho a respeito da confusão de línguas, fato que é reconhecido pela filologia comparada.

11.10 Este versículo assinala um novo ponto de partida no livro de Gênesis. Da consideração da raça inteira, a atenção é solicitada a focalizar-se sobre apenas uma família genealógica, cujo cabeça torna-se o canal para a realização do plano divino da redenção.

11.15 Verifica-se claramente a redução da longevidade depois do dilúvio. Tanto o pecado, como as doenças por ele ocasionadas e até mesmo a misericórdia Divina, contribuíram para que assim acontecesse.

11.28 Ur dos caldeus. Esta cidade tem sido desenterrada (ver MB p 86,87). Era razoavelmente populosa e ás ruínas revelam a existência de muita atividade comercial. Têm-se encontrado máquinas, instrumentos musicais, livros (de tabletes de argila) e até mesmo casas de diversões. Abraão deve ter tomado conhecimento dá luxúria que ali proliferava.

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